Entrevista

450 anos de DNA Carioca

450 anos de DNA Carioca

Professores Cristina Bravo e Marcos Barbato, do Departamento de Comunicação Social

Começa nesta segunda-feira, 25, às 11h, a exposição DNA Carioca, que vai homenagear os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Produzida pelos alunos da disciplina Laboratório de Publicidade, do 6º período, do Departamento de Comunicação Social, a mostra prossegue até sexta-feira, 29, nos pilotis da Ala Kennedy. Este ano, a estrutura contará com 18 instalações, criadas pelos alunos, e diversas atrações, como uma maquete em braile da Cidade Olímpica, produzida pela Empresa Olímpica Municipal, transmissão ao vivo pela Rádio Cidade e uma palestra com a diretora de Marketing do Rock in Rio, Agatha Areas. Os professores Cristina Bravo e Marcos Barbato, do Departamento de Comunicação Social, explicam como será a exposição, que chega à quinta edição.

Qual o desafio de fazer uma exposição sobre o Rio de Janeiro?

Cristina Bravo – Estimular os alunos a fazer uma releitura sobre algo, aparentemente, tão debatido é o desafio. Treinar esse olhar no aluno é importantíssimo para que ele possa observar outras representações do carioca. Fazer com que eles saiam do lugar comum sobre a cidade e as pessoas e observem que são muitos cariocas que contam a história da cidade do Rio de Janeiro. É necessária muita motivação, discussão, produção de conhecimento e, sobretudo, correlação sobre o tema e a cidade. O cinema, o teatro, o grafite, ou seja, o que está acontecendo, que transpira essa “carioquice”, para que eles se inspirem e possam traduzi-la em uma exposição.

Como é desenvolvido o trabalho com os alunos?

Marcos Barbato – Motivar o aluno é importantíssimo. Fazer com que ele se envolva com o projeto, que sinta que o projeto é dele. É preciso ser o condutor da ideia, não o promotor dela. Além disso, a nota não é o objetivo, ou seja, não é algo que deve estar na cabeça do aluno, não é o foco, embora esteja valendo. Nós vamos pilotando as vontades deles dentro do contexto. É uma interação viva durante todo o processo.

Cristina – A primeira etapa do trabalho é o planejamento, pensar nas possibilidades do tema e como sair do lugar comum. A segunda etapa é criar, deixar todas as ideias fluírem do jeito que for, sem censura. Com o projeto em andamento, o próprio aluno vai depurando e encontrando o caminho. A terceira etapa é pensar como apresentar nos pilotis a ideia proposta. Transformar o que é planejamento em algo concreto que possa ser exposto. Nesse momento, nós viramos uma espécie de “flanelinhas”, porque apenas guiamos para que possam realizar o projeto, viabilizando o que é possível.

O que esperar da exposição ao longo da semana?

Barbato – A Empresa Olímpica Municipal vai montar uma maquete do Rio em braile para que pessoas com deficiência visual possam sentir como será a cidade nas Olímpiadas. A Rádio Cidade vai transmitir um programa ao vivo dos pilotis. A exposição não tem o intuito de ser uma narrativa expositiva histórica. Vamos falar de cinema, televisão, rádio, Rock in Rio, da Rádio Cidade, do Circo Voador, lugares que são símbolos da cidade e também expressões midiáticas. Este ano, celebramos com comedimento, pois a cidade passa por diversas situações e somos impactados por elas. Um ano atrás, estávamos comovidos pela alegria de receber um evento no qual o mundo participa. Quando falamos da cidade, falamos de algo que nos pertence e onde há, naturalmente, problemas.

Cristina – É um ano com menos tecnologia. Vamos ter grafiteiros, um pessoal que faz o stand-up. São coisas que fazem parte do dia a dia da cidade. Tentamos trazer a memória, o cotidiano, e uma perspectiva para o futuro.

Como são escolhidos os temas todos os anos?

Cristina – Nós sempre abordamos temas que dialogam com o conjunto da sociedade de forma ampla. Quando fizemos a exposição, cujo tema foi os 60 anos do Departamento de Comunicação Social, percebemos o que significa o curso de Comunicação Social para a cidade do Rio de Janeiro. Considerando a representatividade do curso e da Universidade, o tema mostrou-se de relevância também para a sociedade e não ficou restrito à PUC.