Entrevista

50 anos de ensino e pesquisa

50 anos de ensino e pesquisa

A preocupação com a formação acadêmica é o principal objetivo da Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. São 50 anos de histórias de conquistas e de superação, como o feito de obter por três anos seguidos o conceito máximo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a nota 7. A Diretora do Departamento de Engenharia Mecânica, Mônica Feijó, faz um panorama sobre todos esses anos de trabalho e conta como será a cerimônia de comemoração, na quinta-feira, 27, às 15h, no auditório do RDC. Haverá uma palestra com o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Álvaro Toubes Prata.

Quais as principais realizações dos 50 anos da Pós-Graduação em Engenharia Mecânica?

Mônica Feijó: O grande objetivo de um curso de pós-graduação é a formação de recursos humanos de mestrado e doutorado, essencialmente. Acho que o destaque é a formação de pessoal. Vemos, ao longo de todo o Brasil, que vários ex-alunos estão, principalmente, em universidades. Pois no país ainda não se tem o hábito de contratar doutores, em especial nas empresas. Esses ex-alunos estão com carreiras de sucesso, pois são pesquisadores de primeira. Com relação aos alunos de mestrado, hoje em dia, a gente vê que a indústria já requisita pessoas com essa formação. Além disso, outro destaque seria as nossas atividades de pesquisas. A partir do momento em que você forma boas pessoas, elas vão contribuir com as atividades de pesquisas e isso projeta o Departamento a nível nacional e internacional. Umas das consequências disso é que o Departamento conquistou o conceito 7 na CAPES nos últimos três anos, que é o máximo que se pode alcançar.

Você destacaria algum momento desses 50 anos?

Mônica: É uma pergunta difícil, mas tudo começou com um grupo de pessoas que acharam que era importante a formação da pósgraduação. Tivemos alguns problemas ao longo desses anos. Um deles ocorreu nos anos de 1970, quando o governo fez cortes nos financiamentos na pós-graduação. Outra crise foi nos anos de 1990, na qual o governo cortou totalmente essas verbas da pós. Diante disso, tivemos que buscar outras formas de financiamento. Nesse momento começou a colaboração com as empresas, como a Petrobras, por exemplo. Esses episódios marcaram esses 50 anos.

Qual o papel da Pós-Graduação de Engenharia Mecânica?

Mônica: Acho que o papel está de acordo com o nosso objetivo. Contudo, uma parte que também é importante no departamento é a interação dos alunos da pós com os de graduação. Os alunos de graduação acabam trabalhando nos projetos de pesquisa. Isso faz com que eles ganhem uma maturidade, se aprofundem nas aulas de graduação e também tenham facilidade na procura de emprego. Além disso, a Universidade ganha uma visibilidade como um todo, principalmente pela relação internacional da pós-graduação.

Quais os desafios para o futuro?

Mônica: O nosso desafio é sempre melhorar a formação das pessoas com nível elevado e continuar a fazer com que nossos alunos sejam bem empregados. Também queremos melhorar na produção de artigos e permanecer com a colaboração a nível exterior, pois isso impulsiona a estarmos sempre melhores e buscarmos a excelência acadêmica. Em relação às empresas, desejamos conservar a cooperação. Como o nosso objetivo é pensar em recursos humanos, à medida que essa parceria com as empresas seja estável, os nossos alunos continuarão tendo oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.

Como será a comemoração dos 50 anos?

Mônica: Começamos a pensar na comemoração destacando que é uma data importante, até porque somos um dos primeiros cursos de mestrado em Engenharia do Brasil. Tivemos a primeira tese da PUC e uma das primeiras do país. Para nós é interessante fazer um vídeo histórico desses 50 anos, que será exibido no dia da cerimônia de comemoração. Também homenagearemos algumas pessoas. Para a realização do vídeo, eu e o professor Luiz Fernando Azevedo começamos a pesquisar a história da pós-graduação. Outros professores também ajudaram. Como o Sidney Stuckenbruck, que está pensando em fazer um livro com a história. Como temos pouco tempo, vamos elaborar um vídeo maior porque pretendemos deixar esse vídeo no departamento, com toda a história da pós-graduação.