Entrevista

A Década Chinesa na América Latina

A Década Chinesa na América Latina

Fruto de uma parceria do Decanato do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) com o Instituto Confucius e a Universidade de Aalborg, na Dinamarca, A Década Chinesa na América Latina ocorre desta segunda, 12, a quarta-feira, 14, na sala Professora Cleonice Berardinelli, no Edifício Padre Leonel Franca. A conferência é organizada pelo Vice-Decano do CTCH, professor Karl Erik Schøllhammer, do Departamento de Letras, o representante do Laboratório Território e Comunicação (LabTec) e professor da UFRJ Giuseppe Cocco e os professores da UERJ Luiz Felipe Teves e Renan Porto. Schøllhammer ressalta que o encontro é aberto ao público e não necessita de inscrições. A programação completa pode ser conferida em www.facebook.com/decadachinesa.

Como surgiu a ideia de realizar essa conferência?
Karl Erik Schøllhammer: A ideia surgiu a partir de uma intenção nossa de amarrar melhor as relações com uma parceira internacional, a Universidade de Aalborg, na Dinamarca, que tem um programa muito forte na parte dos estudos da área chinesa. Essa Universidade fez um encontro no ano passado e convidou muitos professores da UFRJ, entre eles, Giuseppe Cocco, um dos organizadores da conferência. Eu já trabalhei com ele em outros projetos e nós conversamos sobre a possibilidade de trazer esse tema, da influência cultural chinesa do ponto de vista da América Latina, para cá. Resolvemos promover o encontro A Década Chinesa na América Latina, em colaboração com o Instituto Confucius.

Qual é o principal objetivo da conferência?
Schøllhammer: A ideia não é fazer algo exclusivamente sobre a China ou sobre o momento econômico e político, mas tentar pensar o que significou essa aproximação entre ela e a América Latina para os países envolvidos, convidados pelo interesse econômico e cultural da China. Temos argentinos, colombianos – representantes de vários países nesse sentido.

Que temas serão abordados no encontro?
Schøllhammer
: Algumas mesas discutem a presença chinesa na América Latina – e isso pode ser na Nicarágua, Cuba, Brasil. Esse é um dos focos, debater o significado de que, por exemplo, no governo Lula, 40% da expansão econômica da exportação brasileira foram para a China – ela virou o grande freguês para os commodities brasileiros. No terceiro bloco, há uma discussão mais crítica sobre o que significa esse momento de globalização que é dominado claramente pela potência econômica e política chinesa.

Quem são os palestrantes convidados?
Schøllhammer
: Tentamos convidar especialistas do Brasil, mas de outros países. Chamamos inclusive uma representante da Brown University, além de dinamarqueses e alguns franceses que estudam esse momento atual chinês e o impacto que essa expansão chinesa tem para a economia e política da América Latina e ainda para toda a cultura latino-americana. A diretora do Instituto Confucius, Ana Qiao Jianzhen, que também trabalha com política cultural chinesa, vai falar sobre o Instituto como uma peça-chave para essa política de boa vizinhança da China.

Qual a importância de um encontro que debata as relações entre China e América Latina?
Schøllhammer
: O que pretendemos nesse encontro é abrir uma discussão mais ampla sobre a presença chinesa na América Latina e convidar pessoas de diferentes áreas, como relações internacionais e ciências sociais. Entender, por exemplo, como a China entra no imaginário brasileiro, na literatura, no cinema, no cotidiano, o que significa a maior presença dos chineses na população brasileira, que tipo de setor isso ocupa. Ou seja, uma discussão não só com enfoque na China como um monstro que vai impor suas condições. O que está ocorrendo há 20 anos é uma negociação, da qual acho que essa conferência faz parte, na medida em que busca compreender como essa influência não é uma via de mão única, mas uma colaboração, uma relação dupla em que nós da América Latina temos interesses claros e uma imagem da China como uma parceira.>PROGRAMAÇÃO:

Segunda-feira, 12
14h – Abertura

Karl Erik Schøllhammer (PUC-Rio) Giuseppe Cocco (UFRJ)
15h – Mesa: América Latina
19h – Lançamento de Livro
Valorización del conocimiento en el capitalismo cognitivo

Terça-feira, 13
14h – Mesa
: A China e o futuro dos BRICS
18h – Conferência I: Desde a fábrica do mundo até a Globalização projetada na China: perspectivas e desafios

Quarta-feira, 14
14h – Mesa
: China, América Latina e crise da Globalização
18h – Conferência II: China’s impact on South America: bilateral economic relations and beyond