Entrevista

A memória e a construção da identidade

A memória e a construção da identidade

Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora Acadêmica do Núcleo de Memória

O Núcleo de Memória completa 10 anos em 2015 e, na quinta-feira, 29, ocorre na Sala do Decanato do CTC, às 17h30, uma solenidade para comemorar esta e outras datas marcantes da Universidade. A Coordenadora Acadêmica do Núcleo, professora Margarida de Souza Neves, revela as novidades, lembra a história do projeto e ressalta a importância da memória na construção da identidade da PUC.

Como surgiu, há dez anos, a ideia de criação do Núcleo de Memória?

Margarida de Souza Neves: Em 2005, surgiu a ideia. Só começou a funcionar em 2006, mas os primeiros projetos foram em 2005. Naquele momento, estávamos muito motivados pelo fato de que vários programas da Pós-Graduação estavam fazendo 40 anos e havia uma grande renovação dos quadros docentes. Muitos desses novos professores não tinham vivido aqueles anos heroicos do início das pós- -graduações. Portanto, o núcleo nasceu como núcleo de memória da Pós-Graduação, só que não tinha o menor sentido, na PUC, onde graduação e pós são unidos, fazer da pós e não fazer da Universidade. Então, no ano seguinte, ao percebermos isso, o núcleo passou a ser de toda a Universidade.

Qual é a importância do Núcleo para a Universidade, e quais foram as maiores conquistas nesses anos?

Margarida: A grande importância é que a memória seja sempre uma das formas de construção de identidade. Quem não tem memória, dificilmente tem uma identidade abrangente, plural. Essa memória e a identidade fazem com que o Núcleo forneça elementos de construção e de reconstrução da sua identidade e, nesse processo, também forneça elementos de construção dos projetos do futuro que sejam coerentes com essa identidade e essa memória. Acho que a primeira conquista foi um presente da vida, que é o fato de a Universidade – acho que unanimemente – valorizar muito essas iniciativas que nós fizemos nesses 10 anos. Nós nos sentimos muito queridos, muito apoiados por professores e funcionários. O fato de o núcleo integrar um corpo muito pequeno de pesquisadores – somos quatro –, mas um número grande de bolsistas de outros departamentos, é muito importante para nós.

O que vocês prepararam de novidade para este ano de aniversário?

Margarida: Preparamos algumas coisas que são surpresas, mas eu conto. Vamos inaugurar um novo site, que é mais bonito, mais ágil na relação com os usuários, e com uma ferramenta de banco de dados e uma seção de colaboração que esperamos que seja um canal vivo de comunicação entre alunos, ex-alunos, amigos, professores, funcionários. Está bonitão. Depois, vamos também fazer uma coisa que me emociona muito: publicar e distribuir o memorial de um dos professores mais reconhecidos nacional e internacionalmente, Luiz Fernando Gomes Soares, do Departamento de Informática, que faleceu este ano. Vamos publicar com algumas fotografias dele. É uma homenagem a tudo que ele representa para a Universidade e para cada um de nós. Por outro lado, é possível que consigamos – não está confirmado ainda – projetar alguns filmes do antigo acervo da TV Tupi, que pertencem hoje ao Silvio Tendler (professor do Departamento de Comunicação Social), os quais ele e a filha, Ana Rosa Tendler, disponibilizaram para a PUC. São filmes inéditos para nós.

E para o futuro, quais são os projetos?

Margarida: Temos o projeto de dar continuidade às pesquisas de iniciação cientifica. Também pretendemos dar continuidade aos memoriais dos professores titulares, porque são documentos que ninguém conhece, e que são uma maneira de, por um lado, conhecer melhor esses indivíduos, e, por outro, de ver como a vida da PUC é feita por cada um de nós. Queremos fazer essa coleção. Queremos também dar continuidade a uma colaboração que mantemos com o Projeto Comunicar, de publicar uma crônica por edição do Jornal da PUC. As pessoas adoram ler. Ano passado saiu em livro (Crônicas de Memória) uma coletânea delas.