Entrevistas

Centro de atividades multidisciplinares para o bem-estar

Por: Bernardo Brigagão

Centro de atividades multidisciplinares para o bem-estar

Ex-aluna da PUC-Rio, Luisa Gandolpho propôs uma parceria para o Diretor do MEDPUC, Jorge Biolchini. Foto: KAathleen Chelles

Como parte das comemorações dos 70 anos do Departamento de Medicina e Saúde da PUC-Rio (MEDPUC) foi criado o Centro de Referência e Avaliação da Performance e Bem-Estar (CRAPEB). Instalado no prédio Matteo Ricci, o Centro vai conectar mais pessoas ao esporte, saúde e bem-estar a partir de avaliações, orientações, pesquisas e estudos multidisciplinares, com preços acessíveis. O CRAPEB tem como objetivo ser um programa de cooperação, intercâmbio científico e tecnológico para alunos, colaboradores, atletas e esportistas da Universidade. A parceria vai investir no acompanhamento esportivo, saúde preventiva, análise de performance, treinamento, formação e transferência de conhecimento. Diretor do Departamento de Medicina e Saúde, o professor Jorge Biolchini, e a ex-aluna da PUC-Rio Luisa Gandolpho, fundadora da startup 2Sport, estão à frente do CRAPEB. A inauguração do Centro é uma das ações pelos 70 anos do MEDPUC-Rio e, para marcar o início das celebrações, no dia 3 de maio, às 10h, o Vice-Reitor Geral, Padre André Luís de Araújo, S.J., fará uma bênção de caráter ecumênico na Casa da Medicina e no Matteo Ricci.

Como vai funcionar a parceria entre o Departamento de Medicina e Saúde da PUC-Rio e 2Sport? Por que é um projeto inovador?
Luisa Gandolpho:
A 2Sport foi criada por um atleta para atender a dor de um outro atleta. Não existia no mercado uma ferramenta ou uma plataforma que reunisse tudo o que a pessoa precisa em um só lugar. Então hoje o que encontramos no mercado – um médico, um nutricionista, um preparador físico – podemos contratar cada um deles. Mas não havia uma plataforma que reunisse todos em um só lugar. Quando trouxemos esta proposta para PUC-Rio foi para somar. Já temos os profissionais que trabalham na área do esporte, saúde e bem-estar que vão se juntar à expertise da PUC-Rio. Por isso é um projeto inovador.

Como a PUC-Rio está envolvida nas questões do esporte, saúde e bem-estar?
Jorge Biolchini:
Acredito que fui procurado pela Luisa por conta do meu envolvimento com uma área da Medicina que é integrativa. Percebi a grandeza oculta desde o início, então trocamos muitas ideias. O projeto foi se desenvolvendo em 2020. No âmbito do departamento, fui dando todo o apoio, no sentido de viabilizar o espaço onde o projeto poderia ser desenvolvido. Coincidiu que no Matteo Ricci, nessas instalações, soubemos que a saúde também ocuparia o espaço. Então, tudo convergiu. Em 2021, quando assumi a direção do departamento, sugeri a mudança de nome. Porque tradicionalmente era “Medicina”, mas, nos últimos anos, nós começamos a ter cursos em outras áreas da saúde. A PUC-Rio entendeu e mudou o nome para Departamento de Medicina e Saúde.

Você é fundadora do projeto social Velejando Por Um Mundo Melhor, que une esporte e inclusão social. Um dos objetivos do CRAPEB será também promover a inclusão social?
Luisa Gandolpho:
O meu sonho é trabalhar com cadeirantes, além de trazer essas pessoas para estudar no CRAPEB. O Centro vai ampliar isso, trazer mais gente para conseguirmos atender paratleta ou alguém que tenha outro tipo de deficiência. Continuará sendo meu sonho atingir o maior número de pessoas possível.
Jorge Biolchini: Ter a visão do atleta como praticante e não do praticante como atleta. Ou seja, o que é o atleta? É aquele que vai ao máximo de suas capacidades nos campeonatos e disputas. O praticante é aquele que em uma rotina de atividade física faz o básico. Queremos mudar também a visão de que as pessoas com deficiência, que não teriam oportunidades, possam desenvolver suas performances.

Como você avalia a preparação olímpica dos atletas da 2Sport? Como o CRAPEB pode auxiliar no ciclo olímpico?
Luisa Gandolpho:
Já trabalhamos com atletas que participam de Olimpíadas. Geralmente, o Comitê Olímpico Brasileiro dá oportunidade para quem é o primeiro lugar treinar no centro de treinamento, ter acompanhamento e tudo mais. Mas e o resto? Queremos dar acesso a quem não tem acesso. Por que o segundo lugar sempre bate na trave? Não tem motivo se ele for treinado e capacitado. Talvez ele passe em primeiro lugar. A ideia é trabalhar essa base e ter rotatividade de pessoas que vão para Olimpíadas que, hoje, infelizmente no Brasil, não temos. Vemos sempre as mesmas pessoas participando, pois não dão o suporte necessário. Queremos ser o maior centro de referência da América Latina, onde possamos atender a todos esses públicos por preços acessíveis.