Entrevista

Cinquentenária modernizada

Cinquentenária modernizada

Desenvolvida em paralelo com a Universidade, a Biblioteca Central completa 50 anos adaptando-se às exigências tecnológicas dos tempos modernos. A informatização dos serviços começou a ser pensada na década de 1980 e, atualmente, o sistema oferece serviços on-line, o que facilita a relação com o usuário, que pode obter o conteúdo que deseja sem sair de casa. Para tornar a Biblioteca ainda mais atualizada, a diretora da Divisão de Bibliotecas e Documentação, Dolores Perez, destaca o processo de reforma das solicitações virtuais, que está em execução. E, para comemorar o meio século da Biblioteca, na quarta-feira, 28, às 15h, haverá uma palestra do professor da Universidade de Brasília Briquet de Lemos, no IAG.

Quais foram as principais transformações ao longo desses 50 anos?
Dolores Perez
: Passamos por transformações organizacionais, principalmente na década de 1970, com a transferência da biblioteca do antigo prédio do IAG para a Ala Frings, que recebeu apoio financeiro do governo alemão. A partir dessa mudança é que as transformações se tornaram ainda mais necessárias para fazer jus ao nome de Biblioteca Central da Universidade e apoiar o ensino. Criamos as Bibliotecas do Centros Universitários, com acervo e serviços mais voltados à pesquisa e à pós-graduação. Na década de 1980, começamos com a informatização dos serviços da biblioteca, a criação das bibliografias do curso de graduação e com a consulta à base de dados por meio da rede pública de comunicação de dados e pacotes. A introdução da internet ocorreu na década de 1990, com a Bitnet, e esse acesso demandou a adequação dos espaços físicos para manter e suportar essa rede. A primeira edição do site do sistema é de 1997, e oferece catálogo on-line. Com o avanço das novas tecnologias, passamos a oferecer serviços on-line e, já no século XXI, a Biblioteca passou a lidar com o conteúdo híbrido, de formato impresso e digital, o que foi um grande avanço para nós. Fomos a primeira universidade a oferecer o acesso remoto ao conteúdo eletrônico fora do campus da PUC, que está disponível até hoje 24 horas por dia. Além disso, desenvolvemos um sistema de atendimento virtual para a localização de conteúdos que não estejam disponíveis na Biblioteca. Obtemos esse material para os usuários a partir de convênios com outras universidades, inclusive no estrangeiro. A partir de 2011, concluímos a digitalização das teses, que eram apresentadas em formato impresso até 2002. Atualmente, temos cerca de 16 mil teses.

Além de ser um espaço de fomento ao estudo, a Biblioteca desempenha outras funções na vida dos alunos?
Dolores:
 A Biblioteca não é só um espaço para leitura e estudo. À medida que as novas tecnologias avançam, oferecemos serviços mais ágeis e modernos que apoiam e dão suporte ao ensino, à pesquisa e à extensão da Universidade. Nós também oferecemos treinamentos para uso das fontes de informação e para o desenvolvimento de competências informacionais que ajudam os nossos usuários na atividade acadêmica. As mudanças tecnológicas foram tantas que os usuários também precisam se adaptar, e podem contar com os profissionais da biblioteca nessa difusão da informação que a cada dia se amplia. Não é só o espaço público que fornecemos. A biblioteca é muito bem avaliada pelos cursos de graduação, tanto pela infraestrutura quanto pelos serviços oferecidos. Contribuímos para que a Universidade obtenha boas avaliações nos seus cursos. Além disso, cerca de 10% dos nossos usuários são compostos de pessoas de fora da Universidade.

Há algum projeto em curso que deve ser destacado?
Dolores:
 A Biblioteca Central existe praticamente desde o início da Universidade, por volta de 1941. Eu destacaria atualmente a reformulação de uma nova atualização do sistema virtual de solicitações, que foi desenvolvido pela nossa equipe e que atualmente gerencia tanto a parte de teses e dissertações como as publicações da Editora PUC ou de professores específicos. Também estamos executando a instalação de uma plataforma de acessibilidade que vai facilitar o acesso de pessoas com dificuldade de mobilidade de se locomover pela Biblioteca.

Como ocorreu a comemoração para celebrar a data?
Dolores:
 Já estamos comemorando os 50 anos da Biblioteca desde o fim do primeiro semestre, com o projeto de reformulação do nosso site que será lançado agora. No dia 28 de outubro, às 15h, no IAG, terá uma comemoração solene. Nós teremos uma palestra do professor da Universidade de Brasília Briquet de Lemos, que é editor e vai falar sobre a missão da biblioteca universitária nos tempos atuais, na modernidade. Pretendemos também apresentar um breve histórico da evolução da biblioteca ao longo desses 50 anos, a partir de vídeos que sintetizem essas transformações em todo o aspecto. Ao final, a cantora Manu Cordeiro fará uma apresentação.