Entrevista

Civil: pós-graduação cinquentenária

Civil: pós-graduação cinquentenária

Celso Romanel e Tácio Campos

O Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio celebra, em 2015, os 50 anos da Pós-Graduação na área. Em comemoração à data, na sexta-feira, 13, haverá uma Aula Magna com ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, às 17h, no auditório do RDC. No encontro, Meirelles, que é formado em Engenharia Civil, vai ministrar a palestra Desenvolvimento Sustentável: isto é possível em nosso país?. O Diretor do Departamento de Engenharia Civil, professor Tácio Campos, e o Coordenador do Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental, professor Celso Romanel, contaram sobre a importância e o diferencial do curso, que foi o primeiro do Brasil.

Qual a importância desta comemoração para a PUC?

Tácio Campos: Nossa Pós-Graduação é acadêmica stricto sensu. Foi o primeiro Programa em Engenharia Civil do país, seguido da COPPE-UFRJ no ano seguinte, em 1966. A maior importância é que são os 50 anos da Pós. Em termos de formação de Recursos Humanos, nós já formamos 1.026 alunos. Ou seja, temos mais de mil dissertações de mestrado e teses de doutorado. Podemos dizer que todos os outros programas de pós-graduação do Brasil se beneficiaram do nosso por terem ex-alunos no corpo docente. Além das universidades no Brasil, nós temos ex-alunos em diversas universidades sul-americanas, nos Estados Unidos e no Canadá.

Qual será a programação das comemorações?

Tácio: Teremos a Aula Magna no dia 13, e, toda semana, vamos oferecer um seminário em que o palestrante é alguém que teve algum vínculo com o nosso departamento. Nesses encontros serão apresentados os mais diversos tipos de palestras aplicadas envolvendo pesquisa básica durante todo o ano. Como parte do processo de comemoração, toda semana haverá uma dessas palestras. Além dos seminários e da Aula, participaremos em novembro do Congresso Internacional Ibero Latino Americano, no Rio de Janeiro.

Quais são os desafios da Pós-Graduação em Engenharia Civil para os próximos anos?

 Tácio: Continuar a produção e atualização de pesquisas de ponta, renovar o quadro de professores, conseguir recursos e atrair novos alunos. Mas isso não são desafios, são necessidades. Nós tentamos sempre estar à frente, e temos que estar. Atrair novos alunos é, sem dúvida, um grande desafio. A maioria deles não mora aqui, e é muito caro viver no Rio de Janeiro. Conseguir mantê-los aqui é muito difícil. Porém, acreditamos que essa situação melhore com o metrô que vai permitir que o aluno possa morar mais longe e, dessa forma, mais barato. Outro desafio é a consolidação da internacionalização do programa através do desenvolvimento do projeto de pesquisas conjunto.

Quais foram as principais conquistas para o Departamento ao longo desses 50 anos?

Tácio: Temos mais de mil dissertações de mestrado e doutorado. Um dos objetivos da Pós-Graduação é formar recursos humanos, e isso nós temos conseguido. Temos vários prêmios das associações de classe Celso Romanel: Uma conquista para nós é que estamos sempre muito bem avaliados na CAPES e no CNPq. Uma conquista para nós é ter ex-alunos em todas as pós- -graduações do país. É como se o nosso programa tivesse se estendido. Outra conquista é que o nosso programa é nacional. Eu vejo que muitas pós-graduações têm um caráter mais local, e nós abrangemos todo o país. Conseguimos atrair alunos além da nossa região.

Qual o diferencial da Pós-Graduação que a PUC oferece para as demais existentes?

Tácio: Qualidade no corpo docente, laboratórios e linhas de pesquisa. Algumas dessas linhas de pesquisa, que hoje existem em todas as universidades, foram introduzidas aqui na PUC pelo departamento. Nossas linhas de pesquisa são abrangentes, modernas e multidisciplinares. Nós iniciamos muita coisa. Outro diferencial é que a grande maioria do nosso corpo docente é titulado no exterior. Nas outras Universidades, a maior parte do corpo docente é formada pela própria instituição. Romanel: Como eu falei, um diferencial do nosso programa é o alcance nacional. Não é regional, como a grande maioria das outras universidades.

Como é acompanhar a comemoração de 50 anos do Programa de Pós- Graduação?

Tácio: Um orgulho muito grande. É o primeiro Programa de Pós- -Graduação em Engenharia Civil do país. E essa área roda todo o Brasil, porque quando a Engenharia Civil está ruim, o país também está. E vice-versa. Nossa Pós sempre manteve um nível muito alto. Apesar das várias crises que o país passou, o nosso programa sempre conseguiu se manter no topo. É um orgulho tremendo. Aqui todo mundo veste a camisa.