Entrevista

Desenvolvimento pessoal através da leitura

Desenvolvimento pessoal através da leitura

Começam, na quarta-feira, 11, as atividades do grupo Destrava Línguas, parte do Programa de Desenvolvimento para os Funcionários. O grupo completa seis anos em 2012 e é uma parceria entre a Superintendência de Recursos Humanos e a Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio. Gilda Carvalho, Coordenadora do programa, e Tereza Milagres, Coordenadora de Desenvolvimento do RH, falam sobre a estrutura e a finalidade dos encontros, que acontecem todas as quartas-feiras, das 12h às 13h30m, na Cátedra UNESCO.

Como funciona o grupo?

Gilda: São encontros semanais de uma hora, uma hora e meia. Sempre na hora do almoço. Apesar de haver uma programação, eles são dinâmicos. Pode ser a leitura e discussão de um texto, a exibição de um filme, a visita a uma exposição, etc.Que tipo de leitura é trabalhado no programa?

Gilda Carvalho: É uma leitura de texto, de imagem, de experiências pessoais, e é uma leitura também da minha inserção aqui, enquanto funcionário, enquanto cidadão, que participação eu tenho na história da Universidade. A gente provoca esse tipo de reflexão, uma leitura da história de cada um. O Destrava começa com um primeiro módulo que é um resgate da memória pessoal, e só a partir dessa apropriação da própria história é que o funcionário vai partir para o texto em si.

Tereza Milagres: O Destrava não é só um trabalho de desenvolvimento do leitor, mas de desenvolvimento integral.O que vocês procuram ensinar nos encontros?

Tereza: A gente está dentro de uma universidade de excelência, onde você encontra pesquisadores, cientistas, pessoas cultas, intelectuais, e os funcionários técnico-administrativos têm o seu lugar aqui dentro. Eu acredito que às vezes eles ficam com medo de se colocar. O Destrava ensina que você pode ser quem você é, e que você também é uma pessoa importante, porque existe espaço no mundo para o conhecimento que é construído com a experiência, com o dia a dia.De que maneira a participação no grupo pode refletir no ambiente profissional?

Gilda: Para mim, o que mais se evidencia é o resgate da autoestima. Você se modifica e, se você muda, o seu ambiente de trabalho muda. O Destrava possibilita uma relação mais confortável entre o corpo técnico-administrativo e os acadêmicos. O funcionário passa por um desenvolvimento, e isso dá segurança para que ele possa participar desse outro mundo que, até então, parecia vedado. A gente sabe que realmente tem pessoas que transformaram o seu espaço de trabalho, transformaram suas perspectivas.

Tereza: Os encontros são só uma vez na semana, durante uma hora e meia, mas é uma hora e meia que você tem um olhar para você, que você tem um grupo olhando e escutando, e isso faz toda a diferença. Ao participar de um grupo como o Destrava Línguas, assim como em qualquer outro do Programa de Desenvolvimento, as pessoas vão se interessar pelo que você fala, pelo que você escreve, enfim, por você enquanto pessoa, e isso é transformador.Como vocês definiriam o Destrava Línguas?

Gilda: O Destrava não é um grupo terapêutico. É você descobrir que pode dizer algo através de um texto literário. É esse o poder da literatura que a gente mostra para eles. O texto como algo que pode fazer você entender determinados sentimentos que estão em você e que você não consegue reconhecer o significado, e que, de repente, uma história te faz ser capaz de expressar.

Tereza: Realmente, o Destrava não é um grupo de terapia, mas é extremamente terapêutico, é algo que pode tratar o ser humano.