Entrevista

Diálogo para a Vida

Diálogo para a Vida

Formar grupos de jovens universitários com foco na partilha de experiências e conhecimentos. Esta é a proposta da Comunidade de Vida Cristã Universitária (CVX-U), que iniciará a turma de 2018 no sábado, 17. O encontro ocorrerá às 15h, na Rua Vicente de Souza, 31, em Botafogo. Nele, será feita uma introdução sobre o projeto, que foi inspirado nos encontros promovidos pela Companhia de Jesus em Portugal. São esperados alunos de graduação e pós-graduação de todos os cursos, e também não há restrição de religião. O professor emérito do Departamento de Matemática padre Paul Schweitzer, S.J, e a estudante de Relações Internacionais Daisy Teles explicaram o projeto, que está na segunda edição.

O que é o CVX-U e qual  diferença para o CVX?

Padre Paul: A CVX-U é um programa para universitários, com duração de três anos, para formação de um grupo de troca de experiências. Já a Comunidade de Vida Cristã (CVX) tem pessoas de todas as idades e dura a vida toda, é um grupo constante. Quem participar da CVX-U, e gostar, pode, ao se formar, se engajar na CVX para o resto da vida. Cada grupo tem uma assessora que acompanha e guia o grupo, mas o fundamental é a amizade que se desenvolve e a confiança mútua.

Daisy: A CVX-U nada mais é que grupo de colegas universitários que estão vivendo a mesma fase da vida e que se encontram para conversar e partilhar a respeito de algum assunto. Os encontros têm temas diferentes e exercícios para nos guiarem. Refletimos sobre o tema ao longo da semana e debatemos durante o encontro. O intuito principal é criar vínculos, que no futuro vão nos ajudar a fazer escolhas.

De onde surgiu a ideia do CVX-U?

Daisy: Eu e um grupo de colegas, que já frequentávamos a Pastoral Universitária da PUC, sempre tivemos vontade de participar de um grupo de partilha, que houvesse algum tipo de espiritualidade, mas que também fosse aberto para outras pessoas. Conversamos com o padre Paul, e ele surgiu com a ideia de criar a Comunidade de Vida Cristã para Universitários no Brasil, nos moldes do que já ocorre em Portugal.

Padre Paul: O padre Bruno Nobre, S.J., de Portugal, veio ao Brasil, há um ano e meio, e nos apresentou essa proposta. Ele nos ajudou a começar esse projeto aqui no Rio, a primeira cidade a ter o CVX-U no Brasil. Lá, todos os anos, eles pegam alunos a partir do segundo ano da Universidade e formam pequenos grupos, de mais ou menos 10 pessoas, para partilhar experiências. Juntei esse projeto com a vontade dos jovens da Pastoral, que já haviam demonstrado interesse em fazer parte de algo parecido.

Como são os encontros?

Daisy: O grupo tem duração de três anos. As reuniões são quinzenais, e o horário e local são definidos pelos próprios participantes. Em cada reunião, há uma orientação para conversar com Deus, ou seja, para a oração. Oração não é repetir fórmulas, é abrir o coração e sentir a presença de Deus. É muito importante perceber que Deus nos criou e quer o nosso bem.

Padre Paul: O primeiro ano de encontros é para entrar em contato pessoal com Deus, sem preconceitos nem obstáculos. É para, principalmente, aprender como sentir a presença dele. No segundo ano, o foco é na pessoa de Jesus Cristo, o filho divino segundo a fé cristã, e contempla toda a vida dele na tentativa de entender qual é a orientação de Jesus na hora de pensar as atitudes. Ele ensina a tratar, primeiro, os mais necessitados, mas também a respeitar todas as pessoas, sem preconceitos. No terceiro ano, a ênfase fica no Espirito Santo para entender como Ele nos guia e inspira na nossa vivência. A proposta principal, sobretudo, é nunca esquecer que o amor a Deus e ao próximo que é o fundamental.

Quando será o lançamento?

Padre Paul: O primeiro lançamento foi no sábado, 10, mas teremos um segundo, no dia 17, em Botafogo, às 15h. Será em um centro para atividades com jovens, na Rua Vicente de Souza, 31. É um convite sem compromisso. Se a pessoa gostar, será muito bem acolhida para continuar, mas se não quiser voltar também não tem nenhum problema. São bem-vindos quaisquer universitários de graduação e pós-graduação, independente da religião. Vamos formar grupos não só na PUC, mas também em outros lugares, como na UERJ e em Niterói.

Daisy: Por enquanto ainda é um grupo pequeno, mas temos a ideia de solidificar e ampliar o projeto. Uma vez formada a comunidade, esse vínculo precisa permanecer porque é uma partilha muito profunda e para a vida toda.