Entrevista

Difusão do diálogo filosófico

Difusão do diálogo filosófico

Com o objetivo de refletir sobre a importância do diálogo filosófico nas pesquisas, na grande mídia e nos programas de graduação e de pós-graduação, o Departamento de Filosofia oferece o colóquio Para quem fala a filosofia?. Dividido em seis palestras, o encontro ocorrerá entre esta segunda-feira, 6 e quarta-feira, 8,no Auditório Padre Anchieta. Os professores do Departamento e organizadores do colóquio Edgar Lyra e Luisa Buarque contam ao PUC Urgente detalhes sobre o colóquio.

Como surgiu a ideia de organizar o colóquio?

Edgar Lyra: A Universidade tem a tradição de inserir na grade dos cursos uma disciplina de filosofia. Há professores que se ocupam dessa disciplina e discutem a necessidade do que ela pode vir a ser. Em vez de organizarmos um evento para discutir única e exclusivamente o trabalho desses professores, pensamos em fazer um evento mais amplo no sentido de contemplar os diversos públicos para quem a filosofia fala ou pode falar.

Qual é o objetivo do colóquio?

Edgar: O seminário tenta estabelecer uma relação, que demanda construção de discurso, da academia com a cidade. Uma coisa é falar de filosofia nos cursos de graduação e de pós dentro da academia, outra é ir a uma entrevista na mídia e falar sobre assuntos filosóficos. A filosofia não é apenas acadêmica, é bem mais ampla, pois ela contribui na formação dos adolescentes. Existe um leque de públicos e tentamos chamar a atenção para o tipo de elasticidade discursiva que essa pluralidade de interlocutores demanda.

Para quem fala a filosofia?

Luisa: Supõe-se que a filosofia pode falar para todos, mas se constata que a filosofia nem sempre fala para todos. As razões para essa defasagem estão no público, na sociedade, na cultura pragmática e no próprio discurso acadêmico. Constata-se certo descompasso entre o discurso filosófico e a vida da sociedade, e se procura certa comunicação que não descaracterize o pensamento filosófico, e nem renuncie simplesmente a conversar com o grande público que não está na academia.

Qual foi o critério utilizado para selecionar os palestrantes?

Edgar: Escolhemos os palestrantes para atender às demandas específicas de cada sessão. Os palestrantes são pessoas ligadas ao assunto de cada questão. Por exemplo: Na mesa de Grande Público, o professor Leandro Chevitarese está na mídia direto, participa do programa Entre Aspas, da GloboNews, e de programas da TV Brasil. É uma pessoa adequada para falar de experiências boas e más da filosofia na mídia. Na palestra Interessados em Cursos Introdutórios, o Rodrigo de Almeida, atualmente responsável pelo Portal IG, já foi coordenador-geral da Casa de Saber. Ele contratava professores de filosofia para atender à demanda de cursos introdutórios.

O encontro pode colaborar para que as pessoas vejam a filosofia de uma forma mais simples?

Edgar: A expectativa é grande, tanto de público quanto no sentido de dialogar, de poder sair
do colóquio com uma formulação melhor dos problemas que se põem para uma possibilidade de a filosofia ter uma existência mais ampla na sociedade, menos acadêmica.