Entrevista

E vai rolar a bola nos pilotis

E vai rolar a bola nos pilotis

Começa nesta segunda-feira, 19, às 10h, a exposição A Bola, nos pilotis da Ala Kennedy. Desenvolvida pelos alunos do 6º período do curso de Publicidade, a mostra é o resultado do projeto feito pelos estudantes da disciplina Laboratório de Publicidade, com o objetivo de falar sobre a bola e as funções dela. Os professores Cristina Bravo e Marcos Barbato, ambos do Departamento de Comunicação, orientaram a proposta de trabalho e contam sobre como ele foi executado com os alunos e como foi a escolha do tema. A exposição prossegue até sexta-feira, 23, sempre das 9h às 16h.

Qual o conceito dessa exposição?

Cristina Bravo:
 Em um ano de Copa do Mundo no Brasil, tínhamos um desafio de fazer uma exposição sem que o tema fosse a Copa. O mais próximo que vamos falar é sobre o futebol, mas o tema da exposição, este ano, será a bola.

Marcos Barbato: Nós sempre tentamos fazer um trabalho com contexto para que o aluno possa se envolver. Este ano, estamos falando da bola, estamos provocando, até porque uma Copa do Mundo você não joga. Ninguém chega e diz vamos jogar uma copa do mundo. As pessoas jogam bola. A bola é o veículo de expressão e de criatividade. As pessoas inventam  várias ideias para encaixar o objeto bola. Gol pequeno, gol invisível, no futebol de botão a bola é um cubo. É isso que queremos falar, sobre o imaginário que envolve o universo da bola.

Como foi desenvolvido o trabalho com os alunos?

Cristina:
 Os alunos do 6º período de Publicidade que elaboram toda a exposição. Ela é realizada pelo Departamento de Comunicação, por meio dos alunos do Laboratório de Publicidade. Temos uma etapa em que discutimos o tema e, depois, discutimos o conceito. Depois, começa a vir dos alunos as soluções. Somos como flanelinhas, pois dizemos de certa forma como eles devem frear o processo para que não errem. Nós apenas mediamos o trabalho deles. Às vezes, vemos coisas que eles não viram, vemos que falta uma abordagem ou procuramos encontrar uma solução tecnológica.

Marcos:
 Somos facilitadores de um processo criativo e de um processo de criação, uma construção de uma intencionalidade.  Quando o aluno cria algo, nossa obrigação não é dizer se está certo ou errado, mas fazer um ajuste fino desse processo de criação. Existem outros elementos, como ajustar a viabilidade econômica. É um conjunto de trabalho de facilitação. É um modelo de aprendizado ativo. É diferente de o professor passar para o aluno um conteúdo absoluto, no qual o estudante retorna com um simulacro dele. Nesse processo, você tem que partir da conversa entre o repertório do aluno e como ele enxerga o desafio. Eu não conheço o repertório dele, então temos que debater, trocar  ideias, para construir a narrativa expositiva.

Qual a importância da exposição para a comunidade PUC e para o Departamento de Comunicação?

Cristina:
 Mostra que o Departamento está antenado com temas que interessam a sociedade. É importante também porque faz com que os alunos coloquem o conhecimento em prática sintonizado com o aprendizado na Universidade.

Marcos:
 Nosso objetivo não é fazer um discurso hermético, mas fazer com que qualquer pessoa entenda o que está sendo explicado. Na mesma medida em que ela é uma entrega para o aluno, é uma entrega para a Universidade. É preciso ter um discurso universal, que se possa dizer para as pessoas coisas que elas entendam. Não algo complexo, que as pessoas precisem tentar decifrar de certa forma. Nosso curso é o contrário, é tentar expressar, de forma simples, o que queremos dizer.


► PROGRAMAÇÃO CICLO DE CINEMA A BOLA | Local: sala 102-K| Horário: 9h

Segunda, 19
Filme: Mário Filho, o criador das multidões, de Oscar Maron Filho (78min)
Tema: O Maracanã e as jogadas narrativas na síntese de um Brasil brasileiro
Mesa: Roberto Assaf, Ronaldo Helal e Mário Rodrigues Neto
Mediador: Célio Campos
 
Terça, 20
Filme: 1958: O ano em que o mundo descobriu o Brasil, de José Carlos Asbeg (85 min)
Tema: A pátria de chuteiras em três lances: identidade, apropriação, memória
Mesa: Sidney Garambone e Everardo Rocha
Mediador: Arturo Netto

Quarta, 21
Filme: Heleno, de José Henrique Fonseca (107min)
Tema: Quando a bola vira figurante: os helenos e a genética dionisíaca do futebol
Mesa: Arthur Dapieve, Madalena Sapucaia e Miguel Pereira
Mediador: Alexandre Carauta

Quinta, 22
Filme: Garrincha, alegria do povo, de Joaquim Pedro de Andrade (61min)
Tema: Um herói para chamar de seu: mitos e verdades na construção do ídolo
Mesa: Carlos Eduardo Eboli, José Carlos Rodrigues e Luiz Léo
Mediador: Soares Jr.

Sexta, 23
Filmes:  Heleno e Garrincha, de Ney Costa Santos (15min)
Bola pro alto, de Marcelo Scofield (17min)
Um artilheiro no meu coração, de Diego Trajano, Lucas Fitipaldi e Mellyna Reis (25min)
O pai do gol, de Luiz Ferraz (17min)
Partida internacional, de Nadine Schrader e Sven Schrader (2min)
Tema: Artilheiros do imaginário: o futebol no rádio, ontem e amanhã
Mesa: Álvaro Oliveira Filho, Alexandre Caroli e Ney Costa Santos
Mediador: Mauro Silveira

► PROGRAMAÇÃO EXPOSIÇÃO E PALESTRAS

Segunda, 19

• Exposição Amen, da fotógrafa belga Jessica Hilltout, que retrata a paixão do futebol no continente africano.
Local: Pilotis Kennedy
Quarta-feira, 21, às 11h

• Palestra com a fotógrafa belga Jessica Hilltout sobre a exposição e o livro Amen. Na ocasião, a fotógrafa fará o relançamento do livro.
Local: Pilotis Kennedy
Quinta, 22, às 11h

• Palestra com o analista de Integração Paralímpica do Rio 2016 Marcos Lima.
Local: Campo da Instalação do Futebol de Cinco – Pilotis Kennedy