Entrevista

Editora PUC presente na Bienal

Editora PUC presente na Bienal

A XVII Bienal Internacional do Livro Rio vai ocorrer entre os dias 3 e 13 de setembro, no Riocentro, e a Editora PUC estará presente no estande da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu). O coordenador da Editora PUC, professor Fernando de Almeida Sá, do Departamento de Comunicação Social, explica como será a participação na Bienal este ano e comenta a situação do mercado editorial de livros no Brasil. A Bienal do Livro do Rio de Janeiro é o maior evento literário do país e, desde 1983, reúne milhares de pessoas em torno da literatura e de atividades culturais.

Como será a participação da Editora PUC na XVII Bienal do Livro Rio 2015?

Fernando de Almeida Sá: A Editora vai participar da Bienal no estande coletivo da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu). Fazemos isso por um motivo muito simples: o estande da Abeu é muito grande, porque congrega muitas editoras universitárias do Brasil, e o público que vai à Abeu já está motivado pelo conteúdo de livros acadêmicos. Ocuparemos um espaço particular dentro do espaço da Abeu. O estande se divide em: coletivo, onde várias editoras possuem suas prateleiras, e áreas que são de editoras universitárias, como a da UERJ, da UFRJ e a da PUC-Rio.

Quais livros serão expostos?

Fernando Sá: Nosso catálogo inteiro, todos os livros que estão disponíveis. A ideia é levar o máximo de títulos possíveis.

O estande é voltado para venda ou exposição de conteúdo?

 Fernando Sá: As duas coisas. Quando se fala de livro, obrigatoriamente se fala de produto. É uma oportunidade que a Editora PUC tem de dar um retorno para a população do Rio de Janeiro, onde se localiza a Universidade, do tipo de produção intelectual, de pesquisa acadêmica que está sendo feita na Universidade. Essa é uma das principais missões da Editora: disponibilizar para o público externo a produção intelectual da Universidade. Como trabalhamos sempre com coedições, e parcerias com editoras comerciais, nossa produção editorial fica muito atomizada, distribuída pelo catálogo das editoras. Então, a Bienal é uma oportunidade de termos nossa produção concentrada, ou seja, ter uma ideia da produção da Editora da PUC em um mesmo local.

Qual o retorno que a Editora espera da Bienal?

Fernando Sá: O retorno é de reconhecimento, de permitir que nossos autores sejam conhecidos pelo grande público. De uma maneira geral, é a possibilidade de difundir esse conhecimento, divulgar, democratizar essa informação. Eu costumo dizer que o público que frequenta a Bienal do Livro é um público em potencial que tem interesse em instituições como a PUC. É também uma oportunidade de a Universidade ter um contato direto com esse público, e, além dos livros, vamos levar folhetos e folders da PUC. É uma maneira de divulgar, disponibilizar e informar sobre a estrutura da instituição através do estande. A Editora PUC foi criada em 2000 e a Bienal do Livro no Rio de Janeiro ocorre de dois em dois anos, em anos ímpares. Essa é a oitava vez que participamos. Estamos presentes desde a nossa criação.

A crise econômica do país afeta o público de livros da Bienal e a produção editorial do Brasil?

Fernando Sá: A Bienal é um fenômeno. Em São Paulo, no ano passado, teve um público de 720 mil visitantes, no Rio de Janeiro, em 2013, teve entre 630 e 650 mil visitantes. É um fenômeno que causa perplexidade porque, se você olhar para o setor editorial como atividade econômica, é um setor terrível, porque é um dos primeiros setores onde a crise se estabelece, ou seja, a primeira coisa que as pessoas começam a cortar são os livros, e é o último setor a se recuperar. O setor editorial e de cultura, de uma maneira geral, começa a sentir a crise antes de todos os setores e se recupera depois. As editoras estão colocando as barbas de molho; estão adiando lançamentos, porque a crise está aí. Mas, apesar disso, acho que vai ter uma afluência de pessoas muito grande porque durante o ano inteiro as livrarias estão vazias e 650 mil pessoas vão à Bienal para ver livros. Não tem Walt Disney, não tem pateta: tem autores de livros. Isso é um fenômeno. Mas eu acredito que em função da crise, a venda de livros pode cair, apesar de a afluência de público continuar sendo muito grande.

As editoras estão pensando formas alternativas para a venda de livros?

Fernando Sá: Os e-books têm uma dificuldade de se estabelecer no mundo inteiro. O velho e bom livro impresso continua resistindo às plataformas digitais. Ainda é mais confortável ler o livro em papel do que ler no tablet ou no computador. No Brasil, especificamente, por vários motivos, inclusive econômicos, porque esses equipamentos são caros, o mercado de e-books não desenvolveu. Ou seja, o mercado editorial ainda é baseado nas publicações impressas. Embora tenhamos o lançamento duplo, em papel e digital, 90% do mercado é baseado em papel.