Entrevista

Encontro esportivo promove inclusão social

Encontro esportivo promove inclusão social

Guilherme Carneiro, Renato Callado e Augusto Sampaio

Uma ação entre o Decanato do CCS e a Vice-Reitoria Comunitária, o projeto Para Incluir vai utilizar o esporte como ferramenta de inclusão social, com a promoção de competições esportivas entre alunos de 14 escolas públicas e particulares. Em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, o encontro vai oferecer experimentação em modalidades esportivas paralímpicas. Para Incluir ocorrerá no dia 23 de julho, no Complexo da Rocinha, e vai reunir 350 crianças. Alunos da PUC interessados em participar no projeto como voluntários devem procurar a Coordenação de Educação Física. O Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, o coordenador de Esportes, Renato Callado, e Guilherme Carneiro, do Núcleo de Esportes do CCS, ressaltam a importância de criar ações que integrem a Universidade com escolas do entorno da PUC.

Como surgiu a ideia de criar o projeto Para Incluir?

Augusto Sampaio: Tudo começou com um projeto do professor Marcelo Burgos, em parceria com a Coordenação de Educação Física e o Centro de Ciências Sociais. Pensava-se em promover a interação das escolas com a Universidade e surgiu a ideia de uma Olimpíada das escolas da Gávea e da Rocinha – públicas e privadas. É importante falar do lado social, integrador deste projeto. Dessa experiência veio a ideia de um trabalho que integrasse a paralimpíada com a Rocinha. O contato da PUC com o Comitê Paralímpico foi feito pelo professor Luiz Roberto Cunha, do CCS, que trouxe para cá, sabendo da nossa experiência com a comunidade. Nós estamos apenas executando.

Callado: É um novo capítulo do projeto inicial. Vamos manter, basicamente, os jogos entre as escolas, e introduzir um elemento novo, que é o paradesporto. O aluno que participar dos jogos vai ter alguma experimentação com o paradesporto, talvez ele faça chute a gol vendado, faça vôlei sentado. A experiência com o paradesporto serve para as crianças poderem ver as dificuldades. Se fizermos, por exemplo, o esporte de cadeira de rodas – vamos sentar na cadeira de rodas e ver como é difícil. Fala-se muito de legado dos Jogos Olímpicos, isso é um legado, sim. É para que a criança possa compreender – na escola dela, provavelmente, tem alguém com deficiência, e ela vai ter um olhar diferente. Vamos procurar saber se nas escolas existe alguma criança cadeirante, deficiente visual, para ela participar.

Por que é importante para a Universidade fazer este tipo de atividade?

Augusto: Isso tem muito a ver com o momento que se vive no mundo, no Brasil, na PUC. A Universidade tem uma política de inclusão – tem o Centro de Vida Independente, o CVI, o Núcleo de Apoio e Inclusão da Pessoa com Deficiência, NAIPd. É interessante que a criança comece a entender essa realidade. No passado, esses jovens com algum tipo de deficiência eram excluídos. Hoje, aqui na PUC, temos muitos estudantes cadeirantes e com outros tipos de deficiência. É importante que o colega tenha essa percepção, o entendimento da inclusão. Mostrar essa igualdade é muito importante e bonito. E o espor te ajuda na integração.

Callado: O esporte tem essa facilidade, da linguagem. Além da sala de aula, o esporte tem a facilidade da descontração, de ensinar.

Guilherme Carneiro: O papel da PUC não é só da porta para dentro, é da porta para fora também. É integrar os deficientes do entorno da PUC também.

Quantas escolas e alunos participarão do encontro?

Callado: A ideia é que seja uma competição bianual, mas neste primeiro formato são 350 crianças de 14 escolas, particulares e públicas. E nós precisamos de voluntários: os alunos da PUC que quiserem participar e ajudar, no dia 23 de julho, é só procurar a Coordenação de Educação Física, até 15 de julho.

Como será o dia de atividades?

Callado: O encontro será no dia 23 de julho, no complexo da Rocinha. A abertura, às 8h30, será com desfile e discursos. Em seguida, serviremos café da manhã para as crianças, o resto do dia será de competições, com intervalo para o almoço. Os participantes terão de 10 a 15 anos, e serão divididos em categorias. As atividades vão ocorrer de forma paralela, ao mesmo tempo.