Entrevista

Integração entre empresas e academia

Integração entre empresas e academia

Entre os dias 1º e 3 de dezembro, a PUC-Rio será a primeira Universidade fora do continente europeu a receber o 41º European International Business Academy (EIBA). O encontro tem o objetivo de promover a interação entre classe empresarial com professores renomados no mundo para buscar soluções e desafios a partir de pesquisas acadêmicas. Na edição deste ano, estima-se que serão apresentados 330 trabalhos nas categorias competitivo, interativa e pôster. Cerca de 450 estrangeiros – entre 150 estudantes e 300 professores já confirmaram presença. O professor do IAG e presidente do EIBA, Jorge Carneiro, explica o que é e como ocorrerá o encontro. Informações e programação no site www.eiba2015.org.


O que é o EIBA?

Jorge Carneiro: O EIBA é uma associação acadêmica voltada para pesquisas de negócios internacionais e a internacionalização de empresas, que reúne pesquisadores, professores e estudantes de todo mundo, mas principalmente da Europa, que tem o interesse em estudar internacionalização de empresas e negócios empresarias de uma forma geral.

Qual o objetivo do encontro?

Jorge Carneiro: Há dez anos participando desse congresso, acredito que seja interagir a prática empresarial com a excelência acadêmica. Embora o congresso reúna mais professores que executivos, há um esforço para trazer o maior número possível de empresários. Além disso, o grande ganho é encontro e a exposição de trabalhos e projetos de alunos e professores que serão analisados e terão comentários dos melhores profissionais da área. Com uma experiência pessoal, já publiquei diversos artigos que ficaram melhores em função das sugestões e comentários que recebi no EIBA. Sem contar a possibilidade de conhecer pessoas de outros países que pesquisam na mesma área e, assim, surgir uma série de trocas que podem nascer no congresso.

Qual a importância para a Universidade em receber pela primeira vez este encontro?

Jorge Carneiro: É um reconhecimento do papel da internacionalização das empresas brasileiras, mas principalmente dos pesquisadores brasileiros que estão cada vez mais presentes nos fóruns de pesquisas internacionais. Assim, o primeiro encontro fora da Europa ocorrer no Brasil é especial, pois dá visibilidade à PUC-Rio na classe empresarial. Acadêmicos das melhores universidades do mundo participarão do encontro, sendo essencial para fazer futuros convênios, atrair alunos estrangeiros e facilitar a aceitação dos alunos da Universidade em programas de dupla diplomação, sanduíches em doutorado, além dos pesquisadores poderem realizar mais pesquisas em países europeus.

Como será a dinâmica do EIBA?

Jorge Carneiro: No primeiro dia, será uma pré-conferência, onde haverá atividades mais didáticas, cujo público são alunos de doutorado, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Eles apresentarão os projetos de tese que foram aprovados em inglês e serão analisados pelos melhores pesquisadores das áreas em questão, com o intuito de receber comentários a fim de melhorar as propostas. Além disso, os professores que submeteram artigos (papers development worshops) e foram aprovados para apresentação, receberão comentários de editores dos melhores periódicos científicos da área sobre como melhorá-los para terem melhores chances de publicação. Ainda no primeiro dia, à noite, haverá uma plenária de abertura, conduzida pelo professor Pervez Ghauri, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, sobre a interação multinacionais e governos, e, em seguida, um coquetel de abertura. Os próximos dias serão dedicados às apresentações acadêmicas e às várias sessões com interações entre empresários e acadêmicos. Ao final do último dia, realizaremos um jantar de confraternização, onde será divulgado os prêmios pelos melhores trabalhos.

Como o senhor observa o crescimento da participação brasileira?

Jorge Carneiro: Regularmente, nos últimos anos, o Brasil tem sido representado por 25 professores e alunos. Este ano, a estimativa é de 80 professores brasileiros. O aumento expressivo se dá pelo fato do EIBA ocorrer no Rio de Janeiro. Então, os professores e alunos não precisam se preocupar com passagens de avião, hospedagens etc. Assim, o número de trabalhos submetidos à análise, naturalmente, foi enorme, representando cerca de 18% de submissões. O maior número de participantes será de brasileiros, o que é essencial, se for levado em conta que é a primeira vez para a maioria dos participantes. Inserindo-se em um meio de alto nível acadêmico com professores respeitados cujos livros são lidos em turmas de mestrado e doutorado do mundo.