Entrevista

Meio século do primeiro curso de pós-graduação do Brasil

Meio século do primeiro curso de pós-graduação do Brasil

O Departamento de Engenharia Elétrica e o Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC) vão realizar uma série de palestras para comemorar os 50 anos do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica, o primeiro do país. O encontro será na sexta-feira, 18, às 15h, no Auditório Professor Carlos Alberto Del Castilho, no prédio do RDC. O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, professor Ricardo Prada, lembrou um pouco da história do curso e das conquistas obtidas nesse meio século de existência.

Como surgiu a pós-graduação em Engenharia Elétrica?

Ricardo Prada:
 A pós-graduação em Engenharia Elétrica é a primeira do país na área e é a primeira da PUC-Rio. O CNPq foi criado aproximadamente em 1952. Foi uma iniciativa que se chamava Conselho Nacional de Pesquisa e já foi a primeira tentativa de ordem de organização das pesquisas no país. O ensino e pesquisa têm que caminhar juntos. Não tem sentido separar as duas coisas. Então, começou criar a cultura dos chamados estudos avançados, em que existiam graduações com competência. A partir disso, foram criados centros de estudos mais avançados, como uma continuação dos estudos de uma graduação. Esses centros se estruturaram na década de 60, com os cursos de pós-graduação.

Quais foram as conquistas do curso de pós-graduação de Engenharia Elétrica? Como é a absorção dos alunos no mercado?

Prada:
 As conquistas foram a formação de profissionais competentes e habilidades para o desempenho das suas funções. E também os avanços nas pesquisas na área de Engenharia Elétrica. Estudos que foram feitos em inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado. Eles vão para o setor de energia elétrica, o de telecomunicações e o de finanças. São conhecidos no setor financeiro como pessoas bem capacitadas em matemática, na área de estatística e otimização. Por isso, são bem requisitados. Hoje, o setor elétrico é bem movimentado, então todos os alunos são facilmente absorvidos.

Quais as modificações que a pós-graduação teve ao longo dos 50 anos?

Prada:
 A ideia original continua a mesma. Acho que sofreu modificações de formato, mais do que propriamente de ideias, de filosofia. Agora, a Pós-Graduação em Engenharia Elétrica consiste em oito disciplinas de 45 horas cada uma. No início, como era uma novidade embrionária, a obtenção do tÍtulo era muito longa. Você fazia mestrado ao mesmo tempo em que trabalhava, como professor ou como engenheiro. Era uma coisa que levava mais de cinco anos.

Qual era o objetivo do curso quando foi criado? Ele tem cumprido com esse objetivo?

Prada:
 Continua o mesmo. Basicamente, desenvolver os estudos avançados. Temos muitos engenheiros já formados há alguns anos, que voltam para fazer o mestrado. E temos muitos que começam imediatamente o mestrado depois da graduação. O doutorado é mais procurado por aqueles que vão se dedicar à vida acadêmica. Atualmente, há uma procura absurda por parte dos alunos estrangeiros. Temos mais alunos estrangeiros do que brasileiros, porque o mercado está movimentado.