Entrevista

Novo Regulamento para a Pós-Graduação

Novo Regulamento para a Pós-Graduação

Acaba de entrar em vigor o novo regulamento da Pós-Graduação da Universidade. O coordenador Central de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Paulo Cesar Duque Estrada, comenta as principais mudanças e ressalta alguns pontos fundamentais do documento.

Qual foi a motivação para a revisão do regulamento da Pós-Graduação Stricto Sensu da PUC-Rio e quando começou esse processo?

Paulo Cesar Duque Estrada: O processo teve início no primeiro semestre do ano passado. A motivação foi a necessidade de repensar e atualizar o texto do regulamento, que é de 2002, para torná-lo compatível com a nova realidade do País e da PUC. O texto original teve algumas atualizações ao longo desses 14 anos, por intermédio de deliberações, mas, basicamente, não foi modificado. No decorrer desse tempo, a pós-graduação cresceu muito, a estrutura da Universidade e as demandas provenientes da realidade social tornaram-se muito mais complexas, a relação com as agências de fomento – CAPES, CNPq, Faperj – se modificou. Começou-se a perceber que o texto regulador necessitava de alguns ajustes.

Como se deu o processo de revisão? Quais instâncias foram envolvidas?

Duque Estrada: O processo de revisão foi feito em dois momentos. O primeiro se deu através de reuniões regulares com os coordenadores setoriais de pós-graduação: a professora Denise Portinari, do CTCH, a professora Monica Herz, do CCS, e, à época, o professor José Eugênio Leal, do CTC, além do Vice-Reitor Acadêmico, professor José Ricardo Bergmann, que participou de todos os encontros. Nessas ocasiões, começamos a refletir sobre diversos pontos sensíveis, questões que mereciam ser revistas. Em outro momento, foram efetuadas reuniões com todos os coordenadores de pós- -graduação dos programas para recolher sugestões, críticas, novas ideias. Tentamos, dentro do possível, aproveitar isso na revisão.

Quais foram as principais modificações efetuadas?

Duque Estrada: Foram feitos dois tipos de modificação, um visando simplificar e agilizar processos administrativos e outro tipo buscando conferir mais autonomia e poder de decisão às comissões de pós- -graduação dos programas. Muitas das decisões finais, até então a cargo das coordenações setoriais ou da Coordenação Central, foram transferidas para as comissões de pós-graduação dos programas. Espera-se, com isso, estimular o envolvimento dos professores nas questões administrativas e acadêmicas de seus respectivos cursos.

Entre as mudanças, há alguma que mereça especial referência?

Duque Estrada: Vou dar alguns exemplos. Até então, uma tese ou dissertação aprovada sem exigências da banca examinadora tinha até seis meses para ser entregue em versão definitiva. Esse prazo foi reduzido para um mês. Com relação à aprovação sujeita a exigências, a banca passa a ter liberdade de estipular, dentro dos seis meses, o prazo de entrega da versão definitiva. Como contribuição para a agenda ambiental da PUC, visando à economia de papel, o número de cópias impressas da versão definitiva de teses ou dissertações foi reduzido de três para uma. Outro ponto é a normatização de defesas de teses e dissertações com a participação de membros da banca examinadora por videoconferência, uma prática cada vez mais presente e que só tende a aumentar. Essa possibilidade não era contemplada no texto anterior. Um bom exemplo de autonomia das comissões de pós-graduação e agilização de processos é o aproveitamento de créditos obtidos em outras universidades ou em outros cursos da PUC. Até então, a decisão final competia à Coordenação Central, mas agora é a comissão que decide.

Quais são as principais diretrizes para a implementação das mudanças?

Duque Estrada: Como disse, as ideias principais foram conceder mais autonomia e poder de decisão para as comissões de pós-graduação dos programas, estimulando o envolvimento dos professores nas questões relevantes do dia a dia de seus respectivos cursos. Vemos isso como muito importante, não só para a manutenção do alto nível da pós- -graduação em nossa Universidade, mas também para fazermos frente às demandas de um cenário nacional e internacional cada vez mais competitivo no tocante às atividades de ensino e pesquisa.