Entrevista

Química cria Central Analítica

Química cria Central Analítica

Diretor e professora do Departamento de química, José Marcus Godoy e Gisele Birman

O Departamento de Química inaugura a Central Analítica Padre Leopoldo Hainberger, S.J., um espaço com competência técnica-científica da Universidade para prestar serviços analíticos em diversas áreas do conhecimento. Na quinta-feira, 30, ocorre um simpósio para o lançamento da Central, às 16h30, no Decanato do CTC, no 12º andar, do Edifício Cardeal Leme. O diretor do Departamento, professor José Marcus Godoy, e a gerente da Central, professora Gisele Birman comentam sobre os serviços do novo empreendimento, que vai integrar os 20 laboratórios da Química e leva o nome do fundador do Departamento na década de 1960.

O que é a Central Analítica?

Gisele Birman: A Central Analítica é uma nova forma de organização de serviço com um sistema híbrido, tanto para o público da Universidade como também para o público externo. Já havia a ideia da Central, mas de uma forma disseminada. A idealização de vender serviços, prestar consultorias, colaborar com outros departamentos, em outras universidades, e em empresas e indústrias já existia. A ideia de centralizar e organizar já era latente. Então, aproveitamos o momento de crise para nos reorganizarmos e nos apresentarmos formalmente para o mercado interno e externo. E com a diretriz das agências de fomento, para que isso fosse feito de forma organizada, para o gerenciamento de equipamentos de grande porte.

José Marcus Godoy: Muitas vezes, os clientes não querem apenas a análise, também querem a interpretação daquele resultado. E, na maioria dos casos, é apenas entregue um laudo com percentuais. Uma das coisas que achamos importante de colocar como um plus em relação ao que existe no mercado é essa leitura dos resultados. Não é nosso objetivo competir com os laboratórios comerciais, pois não temos escalas. O que colocamos é que não vamos simplesmente dar um boletim de análise.

Com que objetivo a Central foi criada?

Godoy: Estamos vivendo um momento diferente de alguns anos atrás. Praticamente todos os professores tinham contratos de pesquisas com empresas de petróleo. Havia uma capacidade financeira que permitia a possibilidade de gerenciar um laboratório, com um número razoável de pessoas, pois havia uma demanda de pesquisas, que vinham dessas indústrias. O volume que se tinha de amostra todo mês era muito grande. A situação atual é justamente o oposto. Há uma dificuldade, na área química pelo menos, de se conseguir esses financiamentos. A manutenção desses espaços se tornou muito cara para cada um desses professores poder manter. Porém, foi feito um investimento muito grande na aquisição desses aparelhos. E seria um retrocesso muito grande deixar esses equipamentos se deteriorarem. Então, a ideia da Central Analítica foi evitar a duplicação de funções e pessoal, e tentar reduzir os custos de manutenções desse laboratório.

Qual o diferencial da Central Analítica?

Godoy: Temos uma junção de laboratórios, consequentemente, multiplicamos o leque de serviços que oferecemos. Por exemplo: meu laboratório trabalha muito com a parte de água, com componentes inorgânicos, no geral. Não com a parte contaminante dos orgânicos, como pesticida. Se fosse restrito ao meu laboratório, esse tipo de ensaio não seria feito. E hoje podemos oferecer, pois quando chega nesse guichê, sabemos se, caso o cliente queira determinação de pesticidas, ele vai para o laboratório do 6º andar. Juntamos toda a capacidade analítica de todos os parceiros da Central.

Como a Central pode colaborar com o desenvolvimento dos alunos?

Gisele: Dentro da PUC, com a possibilidade que temos de trabalhar com esses equipamentos de grande porte e última geração, os nossos alunos, tanto de graduação quanto de pós-graduação, vão estar capacitados de uma forma diferenciada em relação a outras universidades, que não têm esse parque instrumental. Eles vão ingressar no mercado de trabalho com essa possibilidade de operar, trabalhar e entender a química analítica de ponta, no estado da arte que existe hoje, em termos instrumentais.