Entrevista

Retrato da juventude em várias dimensões

Retrato da juventude em várias dimensões

A PUC abrirá espaço para os jovens mostrarem suas ideias e expressões na exposição JVTD – É Apenas uma Palavra. O evento é organizado por alunos da disciplina Laboratório de Publicidade, com apoio e orientação dos professores Cristina Bravo e Marcos Barbato. Com abertura do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, O. Cist., a exposição trará para o campus um estúdio de música, uma pista de skate e uma cápsula do tempo em que a juventude será eternizada. Durante a mostra, que será realizada desta segunda-feira,10, a sexta-feira, 14, haverá ainda exibição de filmes sobre o universo dos jovens.

Por que fazer a exposição voltada para a Juventude?

Cristina Bravo: A Jornada Mundial da Juventude é uma inspiração para contextualizar o jovem em diversas dimensões. Então, se você tem a oportunidade de fazer com ele um trabalho prático de exposição, parece muito pertinente. O tema quase que pulou na nossa frente.

Marcos Barbato: Quando você fala de 100 anos de alguém, 60 anos de alguém, você está falando do passado. Quando você fala de juventude, você está falando de algo desancorado, volátil. O grande desafio é que a juventude mora aqui.

A JVTD é organizada por alunos de publicidade monitorados por vocês. Como está sendo essa orientação?

Barbato: Nosso trabalho é um trabalho de não interferência, eu não vou dar um briefing para o cara. O mais legal é chegar ao começo do período e não ter ideia do que vai acontecer.

Cristina: Se tem um briefing, nós damos um conceito, um norte. Não tem certo e errado. É ver como ele interpreta isso. E o nosso trabalho é meio manobrista, meio flanelinha de conceito. Nós dizemos por onde ele pode ir, mas o importante é a interpretação, a essência.

E como a exposição será dividida? Como o conceito será trabalhado?

Barbato: A primeira coisa que nós fizemos foi descolar a ideia de uma linha cronológica. Quando você pensa em contar uma história, a primeira coisa que você pensa é uma história linear. Nós queremos uma interpretação livre, despretensiosa, leve. Ela não se propõe a ser um documentário sobre a juventude.

Cristina: Como estamos trabalhando com interpretações de cada grupo, a cronologia pode até aparecer em algum momento. Tem um grupo que vai fazer um desfile, e eles pegam o tempo mostrando a juventude através da evolução da juventude. Mas tem grupo que vai abordar o jovem hoje, o aqui e o agora. A ideia é captar o momento, o cotidiano.

Que atividades estão programadas?

Cristina: O Dom Orani vai abrir a exposição na segunda-feira. Tem também um texto do Nizan Guanaes sobre o Papa Francisco.

Barbato: Vamos ter uma pista de skate. Vamos ter também um cubo onde a juventude será eternizada, porque quando você é jovem, você não pensa que vai morrer. É uma instalação muito legal. Vamos ter uma homenagem às bandas de garagem. Ainda vamos ter o espaço do All Star, que artistas da Universidade vão pintar 70 pares de tênis. Inclusive o Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, assinou um. Aí, se você gostar de algum desses modelos, você vai poder dar um lance no Facebook e a renda será revertida para o Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (FESP).