Entrevista

Segurança e apoio fundamentais para a volta ao campus

Segurança e apoio fundamentais para a volta ao campus

Daniela Vargas e Padre Waldecir Gonzaga. (Foto: JP Araujo)

Com o retorno das atividades no campus da PUC-Rio, diversos serviços estão funcionando presencialmente. A Coordenadora Geral de Graduação, professora Daniela Vargas, destaca a reabertura das atividades presenciais na biblioteca, que durante a pandemia esteve aberta apenas no sistema drive-thru, mas agora oferece também espaço para os alunos acompanharem as aulas on-line. Presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e Diretor do Departamento de Teologia, padre Waldecir Gonzaga, observa a importância do trabalho da CIPA neste retorno. Ele ainda assinala como a Rede de Apoio ao Estudante (RAE) reflete a característica comunitária da Universidade, que está preocupada não somente com o desenvolvimento acadêmico dos discentes, mas com a formação integral do ser humano.

Quais são os principais serviços que a PUC- Rio oferece para alunos e funcionários?

Padre Waldecir Gonzaga: O que eu vejo de muito bonito é que foram dois anos de pandemia em que a Universidade ganhou com experiência. De imediato, ela soube se reinventar para continuar oferecendo uma educação de qualidade e assumiu as plataformas digitais. Os serviços necessários neste momento são para dar em primeiro lugar a possibilidade de a comunidade PUC-Rio se sentir um pouco mais segura no retorno. Na área acadêmica, os serviços de ajuda, como o SMO, o SESMT, a CIPA, a RAE. O próprio serviço como um todo da área de saúde da PUC. A DAR, porque ela tem feito um atendimento de balcão, um atendimento a distância, e é um setor importante para a Universidade. Para os funcionários em geral, acredito que outro setor importante é o próprio RH.

Daniela Vargas: Complementando, na parte acadêmica, eu destacaria a reabertura da biblioteca para salões de estudos. Isto foi muito pedido pelos alunos. No período de pandemia, o que estava disponível era o serviço de empréstimo por drive-thru. Era possível fazer a encomenda, reservar, vir aqui, pegar o livro, mas não se podia frequentar as dependências da biblioteca. Ela disponibilizou, inclusive, a infraestrutura de multimídia para os alunos poderem assistir à aula. O RDC também voltou, embora com distanciamento, e os serviços de apoio da Vice-Reitoria Comunitária, o SUSEP, toda a Pastoral, tudo isto voltou ao atendimento presencial. Todos os serviços do NOAP e da RAE, dos serviços de apoio psicopedagógico, porque a gente sabe que a saúde mental na pandemia foi uma questão muito relevante, muitas inseguranças, muitas questões dentro das famílias. Esta é uma grande preocupação nossa, de fazer acolhimento e ser um suporte.

Quais são as finalidades da Rede de Apoio ao Estudante (RAE) e que atividades ela promove?

Daniela: A Rede de Apoio ao Estudante é uma rede que agrega diversos serviços que já existiam na Universidade, oferecidos quer seja pela Vice-Reitoria Comunitária, pelos departamentos, ou pela Vice-Reitoria Acadêmica. Então, ela congrega os diferentes núcleos de apoio psicopedagógico, serviço de psicologia, o apoio à pessoa com deficiência. Temos também o suporte à leitura escrita e a orientação profissional. Ou seja, a RAE tem por objetivo colocar esses diversos serviços para trabalhar de forma colaborativa. Ao invés de estarem isolados, eles estão em conjunto. Facilita para o aluno, porque ele tem uma entrada única. Foi um trabalho muito bacana, porque é horizontal. Não existe uma hierarquia de um serviço sobre o outro.

Padre Waldecir: Não se trata de unificar todos, mas colocá-los para que trabalhem em conjunto. Assume um papel que é próprio da Universidade, de um agir interdisciplinar e transdisciplinarmente. E tem uma preocupação da Rede que é própria de uma universidade comunitária como a nossa: a preocupação com o ser humano. O dado do humanismo solidário, da preocupação de uma formação integral, não apenas acadêmica, mas de acompanhar a pessoa nas diversas situações pelas quais ela esteja passando.

E quanto à Rede de Apoio ao Docente (RAD)?

Daniela Vargas: Esta Rede tem por objetivo se preocupar principalmente com o apoio pedagógico aos docentes. Novas metodologias, troca de experiências. Tem um curso de formação dos professores recém-contratados para conhecer um pouco mais sobre a Universidade. Essencialmente, a RAD se preocupa com a formação de professores do Ensino Superior. O objetivo da RAD é efetivamente o aperfeiçoamento das metodologias do Ensino Superior, que é algo que está em permanente evolução.

Como funciona a rede de apoio para alunos deficientes?

Daniela Vargas: O NAIPD funcionou ininterruptamente durante a pandemia, porque o maior problema que tínhamos neste caso era efetivamente o acesso digital para os alunos. Nem todas as plataformas estavam acessíveis. No retorno, nós continuamos atendendo. Ele não atende somente deficiências físicas. Temos alunos com necessidade educacional especial: déficit de atenção, dislexia, Transtorno do Espectro Autista, TDAH e toda a gama do espectro autista. Temos uma professora que está à frente do NAIPD para dar o suporte. É o aluno quem diz o que precisa. É o que a gente chama de acessibilidade atitudinal. Esta cultura do acolhimento ao aluno com alguma necessidade educacional especial tem que continuar a ser aperfeiçoada.

Qual é o papel da CIPA dentro da Universidade?

Padre Waldecir: Ela lida com a prevenção de acidentes, mas é óbvio que isto também não é matemático, de que ela vai lidar com prevenção apenas. Às vezes, ela vai investigar acidentes que aconteceram. Nós dividimos a CIPA em alguns subgrupos de trabalho. Um de eventos, que é aquele que cuida da SIPAT, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes. Temos outra equipe de mapa de riscos, que visita os departamentos, os locais da Universidade, examina, faz os mapas e os entrega às direções dos departamentos, para que percebam os riscos mais leves ou mais graves que tenhamos dentro do espaço como um todo. Um outro grupo lida com a questão de acompanhar a situação interna, se está acontecendo ou não situações de riscos.

Se houver algum acidente no campus da Universidade, o que a pessoa deve fazer?

Padre Waldecir: É claro que ela pode ocupar vários espaços, pode ir diretamente à Prefeitura, pode chamar as pessoas responsáveis pelo campus. Nós temos várias que podem ajudar nesse sentido. Aqui, é bom lembrar que o professor Moisés (Moisés Henrique Szwarcman), que está à frente hoje da Prefeitura, tem colaborado muito com a CIPA. Quando detectamos algum problema, alguma dificuldade, existe um diálogo muito grande. Eu imagino que alguém, ao ver um problema, pense na Prefeitura ou em outras realidades, e isso é normal. Podem e devem procurar, como o pessoal da área acadêmica procura a Ouvidoria e ali coloca reclamações. De espaço físico ou de acidentes dentro da PUC, temos nossos próprios canais, como o celular e o e-mail institucionais.

Daniela Vargas: No caso dos alunos, havendo algum tipo de emergência, obviamente que, em sala de aula, normalmente se chama a Prefeitura do Campus, o Agente Patrimonial. Nós entramos em contato, e normalmente existe este socorro, e o Serviço de Medicina Ocupacional faz um primeiro atendimento e depois encaminha o aluno, se for necessário. Temos aqui, ao lado, o Hospital Miguel Couto. Há, principalmente, questões de alunos com surtos. Existe um protocolo feito pela RAE, junto à Vice-Reitoria Comunitária, sobre como lidar com isto.