Entrevista

Todos contra o Aedes aegypti

Todos contra o Aedes aegypti

O prefeito do campus Eduardo Lacourt, o coordenador do SESMT Álvaro Rodrigues e o Vice-Reitor Comunitário Augusto Sampaio

Em meio ao surto do zika vírus no país, o Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, o prefeito do campus, Eduardo Lacourt, e o coordenador do Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), Álvaro Martins Rodrigues, unem forças em uma campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. As pessoas podem enviar dúvidas, sugestões, comentários e denúncias para o número de WhatsApp 99276-4003. Haverá também um censo para identificação das grávidas que frequentam o campus. Os formulários estão disponíveis no site da PUC. De acordo com os organizadores, as ações se estendem também aos novos alunos que, como parte do trote educativo, vão percorrer o campus para buscar possíveis criadouros do mosquito.

Quais são as ações que a PUC promove para combater possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti?
Augusto Sampaio: A PUC regularmente realiza ações nesse sentido. E não só a PUC, a Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, cujos funcionários eram conhecidos como mata-mosquitos. Elem percorrem a cidade inteira e vêm à PUC porque temos uma vegetação e um campus amplo.
Eduardo Lacourt: Há muitos anos, o pessoal da Vigilância já faz visitas quase que diariamente aqui, regularmente. Os agentes colocam larvicida, dão instruções, conhecem os pontos específicos, sabem os locais onde vão procurar, onde é possível que se tenha algum problema. E se encontrarmos algo, ou alguém denunciar, imediatamente vamos tomar providências ou, vamos chamá-los para nos instruir. Na verdade, a única forma de se diminuir a progressão dessa doença é o cuidado com os criadouros. Não há outra. Pelo menos enquanto não fizerem aquelas modificações do mosquito transgênico, mas isso ainda não pode ser feito em larga escala. Acho que a única preocupação que devemos ter é realmente com a prevenção.
Augusto Sampaio: Até pouco tempo atrás, isso era papel da Prefeitura do Campus, que faz a inspeção, que limpa. De repente, passou a ser um problema também do doutor Álvaro, do nosso serviço médico.

Quais as novas medidas que serão adotadas?
Álvaro Rodrigues:
 Primeiro, será o treinamento do pessoal que nos auxilia dentro da Universidade, Sodexo e Angels, para que tenham um cuidado maior na identificação dos focos e acabem com eles. A segunda preocupação que temos é com as grávidas. A ideia é fazer um censo na Universidade para identificá-las, para que possamos orientá-las. A ideia, então, é saber quantas grávidas nós temos, quais são as pessoas que nós realmente devemos ter esse cuidado.
Augusto: No site da PUC estão disponíveis dois formulários, um para grávidas (www.goo.gl/n2wVBu) e outro para aqueles que queiram dar sugestões, fazer comentários e informar possíveis criadouros do mosquito (www.goo.gl/LN2H0Y). Haverá também uma campanha, produzida pela Agência.com, do Projeto Comunicar, para divulgar medidas que serão adotadas pela Universidade e ressaltar a forma como o Aedes aegypti se comporta. Por mais que se esclareça, a situação é complexa, pois estamos lidando com a natureza, em uma universidade que optou por um campus verde.
Álvaro: Haverá também uma orientação sobre o uso de repelentes, a utilização de roupas compridas, de preferência claras, em que se identifica rapidamente qual é o mosquito. Para as grávidas, a indicação é não utilizar saias, já que o ideal é usar calça comprida com meia, para evitar a exposição ao mosquito.

E como os alunos podem se envolver mais nessa campanha da Universidade?
Augusto:
 Vamos propor aos Centro Acadêmicos que façam um tipo de trote educativo. A ideia é que os calouros percorram o campus para buscar possíveis criadouros do mosquito. O nosso objetivo inicial é divulgar as informações aqui dentro da Universidade. Mas, claro, se houver alguma campanha na Gávea, com o governo, vamos aderir também. Talvez, com esse exemplo da PUC, as escolas no entorno sejam motivadas a fazer o mesmo e ampliem as ações.