Entrevista

Um caminho a ser seguido

Um caminho a ser seguido

A nova diretora do Departamento de Engenharia Mecânica, professora Mônica Feijó Naccache, toma posse do cargo na quarta-feira, 12, às 11h, em cerimônia na sala do Conselho Universitário. Mônica fez a graduação, o mestrado e o doutorado, todos em Engenharia Mecânica, na PUC-Rio. Em 2008, terminou o pós-doutorado na Universidade da Columbia Britânica, no Canadá. A professora tem como meta manter os excelentes níveis da graduação e pós-graduação da Universidade, que foram comprovados no último CAPES e último Prêmio Melhores Universidades, do Grupo Abril. Para ela, o Departamento não precisa de muitas mudanças, apenas melhorar algo que está já dando certo.

Quais são os principais desafios ao assumir o Departamento de Engenharia Mecânica?
Mônica Feijó Naccache:
 Eu acho que o nosso departamento está muito bem. Estamos sendo bem avaliados, tanto na graduação, quanto na pós-graduação. Ficamos com cinco estrelas no índice de Melhores Universidades do Grupo Abril na graduação, e na CAPES conseguimos o conceito máximo, que é o sete. O Departamento sempre teve um programa como um dos melhores avaliados. Então eu acho que um dos maiores desafios vai ser continuar a manter esse nível de qualidade no nosso Departamento, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
O nosso número de alunos na graduação vem aumentando nos últimos vestibulares. Neste ano, foi a segunda maior engenharia procurada no primeiro semestre, só perdeu para a de produção. É um momento em que a carreira está sendo bem procurada, se a procura é maior, a qualidade dos alunos também é maior e, com isso, a qualidade do curso também tem que ser maior. A procura pela pós-graduação também tem aumentado muito. Eu diria que, em termos de mestrado, a procura aumentou mais de 50%. O desafio é continuar a boa relação com a indústria, principalmente com a de petróleo e gás aqui no Rio de Janeiro. Essa parceria contribui do ponto de vista financeiro, com ajuda para a compra de equipamentos, que vão melhorar os laboratórios do Departamento.


Qual é a avaliação que a senhora faz do Departamento de Engenharia Mecânica atualmente?
Mônica:
 A graduação, na ultima avaliação da Abril foi conceito cinco estrelas. Na CAPES do último triênio, de 2010 a 2012, tivemos o conceito máximo. Foram quatro programas de engenharia mecânica que obtiveram este conceito. Nós somos um programa pequeno, mas temos conseguido manter um nível muito bom de publicações. Mas eu acho que o resultado
satisfatório da graduação está muito ligado ao nosso bom desempenho na pós-graduação.
Uma coisa puxa a outra. O nosso Departamento tem um histórico de muita colaboração com a indústria, que eu considero bom para os alunos. Isso faz com que eles tenham contato com problemas práticos. Na graduação, podemos melhorar os nossos laboratórios. Estamos em processo de contratação de novos professores, porque alguns estão se aposentando, mas sempre temos a preocupação de manter o nível de qualidade elevado. Estes novos professores trazem a possibilidade de surgimento de novas áreas. São melhorias graduais.


Como a senhora recebeu a proposta para assumir a função de diretora?
Mônica: 
Eu acho que todo mundo tem que contribuir com a administração. Como eu falei, somos um departamento pequeno, então vários professores que já estavam aqui desde a época em que eu era aluna, já assumiram cargos de diretoria e de coordenação. Eu mesma
já fui coordenadora de graduação de Engenharia Mecânica, de Engenharia de Petróleo. Nos últimos três anos, fui coordenadora de pós-graduação. Todo mundo tem que contribuir com a universidade. Acho que chegou a minha hora de dar essa contribuição maior para o Departamento e para PUC.

O que um curso de graduação de engenharia Mecânica deve oferecer para os futuros engenheiros do século XXI?
Mônica:
 Uma das características dos cursos de engenharia da PUC sempre foi dar uma formação básica muito forte. Teoria mesmo. Cálculo, física. É importante porque dá essa formação básica que eu acho que no fundo faz com que o aluno chegue ao ciclo profissional preparado para o pior. No básico, eles aprendem a ter raciocínio lógico que é importante para o engenheiro. Eles começam com essa base. No ciclo profissional, é importante continuar dando a teoria, que nós damos aqui na PUC. Mas a partir do básico, também é preciso colocar eles nos laboratórios e expor os problemas de nível prático que podem surgir. Isso faz com que os alunos vejam como é possível relacionar o conhecimento básico com a prática que eles encontrarão no mercado de trabalho. Dar exemplos de problemas que acontecem na prática e mostrar como aquela teoria ajuda a resolver. Isso faz com que eles saiam com uma boa bagagem. O nosso engenheiro ideal é aquele que tem essa formação básica forte, que a gente tenta manter aqui na PUC, e que tem a parte de laboratório e exemplos como complemento. Tendo isso, o engenheiro vai ser capaz de encarar os problemas e saber, pelo menos, como começar a resolvê-lo.