Entrevista

Um congresso para reaproximar

Um congresso para reaproximar

padre Luís Corrêa Lima

A relação entre ciência e religião nem sempre foi tranquila. Durante o VII Congresso Latino-Americano sobre Ciência e Religião, que será realizado entre 2 e 4 de outubro na Universidade, em parceria da PUC-Rio com a Universidade de Oxford e a PUC-SP, essa relação será de reaproximação. No período, serão apresentadas 12 conferências e 96 comunicações, nas quais cientistas de várias partes do mundo falarão sobre religião. As apresentações serão no Auditório da Pastoral, no Auditório Padre Anchieta, no RDC, no Amex e em salas de aula. Para participar, é preciso fazer a inscrição no site www.cienciaereligiao.teo.br. O coordenador do congresso, padre Luís Corrêa Lima, explica como será a sétima edição e fala sobre a importância de ciência e religião andarem juntas.

Como será o Congresso?

Padre Luís Corrêa Lima: Ele é um congresso latino-americano apoiado pela universidade de Oxford. O primeiro foi no México, e este ano escolheram o Brasil e a PUC-Rio. Recebemos o congresso de presente. Abrimos para várias áreas ligadas à ciência e religião, como História, Antropologia e Ciências Médicas. Tem um pouco de tudo. Temos temas bastante originais, como “O culto celeste e a relação com o calendário pré-hispânico na América Central”. É bem variado. Não há um tema em comum para todos, é um grande mosaico, uma constelação de palestras e conferências sobre religião e ciência.

Qual é a principal mensagem?

Padre Luís: Não há uma só mensagem, o principal é aproximar. Aproximar pesquisadores que trabalham nessa fronteira entre ciência e religião, o que contempla quase todas as ciências. Quase todas as ciências podem ter uma interface com a religião.

O que representa a reaproximação entre ciência e religião?

Padre Luís: Acho importante essa questão de querer aproximar ciência e religião. A partir do século XVII, as ciências se tornam independentes da religião e houve uma fragmentação dos saberes. Havia uma hierarquia desses saberes, na base eram ciências da natureza e, no topo, a teologia.  Por séculos, houve um certo mal-estar entre ciência e religião. A religião era vista como intrusa, mas, ao mesmo tempo, as ciências não podem dar uma resposta global para o sentido da vida, ela precisa de outros saberes. Essa aproximação no presente é uma maneira de afastar o mal-estar. Podemos ter um diálogo interdisciplinar, em que os saberes se ajudam. O que estamos fazendo, em pleno século XXI, é reaproximar esses saberes.