Entrevista

União é o segredo do sucesso das lives ‘E AGORA? Covid-19’

União é o segredo do sucesso das lives ‘E AGORA? Covid-19’

Lilian Saback, Gustavo Robichez, Adriana Vidal e Carmem Petit.

A série “E AGORA? Covid-19” promovida pela PUC-Rio, unindo esforços interdepartamentais entre Comunicar, CCEAD e CCE e Decanatos representando seus departamentos, chega ao 10º episódio com um público cativo e uma boa audiência na internet, com até 1,2 mil visualizações. Veiculada pelo canal da TV PUC-Rio todas as sextas-feiras, às 15h, as lives têm como proposta buscar, por meio de debates com chancela acadêmica e científica, a reflexão sobre temas relacionados às consequências da Covid-19 e aos problemas socioeconômicos pré-existentes que foram evidenciados pela pandemia. A coordenadora-geral do Comunicar, Lilian Saback, a coordenadora da TV PUC-Rio, Carmem Petit, ambas professoras do Departamento de Comunicação, a coordenadora da CCE, Adriana Vidal, e o coordenador da CCEAD, Gustavo Robichez, professores dos departamentos de Direito e Informática, respectivamente, contam como surgiu a proposta e qual a importância deste trabalho em conjunto.

Como surgiu a ideia de criar a Live E AGORA? e que objetivo a PUC-Rio espera alcançar ao manter o debate semanal?
Lilian Saback: A ideia da live surgiu de uma conversa com o diretor do departamento de Ciências Sociais, professor Marcelo Burgos, que acreditava ser necessário a Universidade manter um diálogo com a população sobre questões que atravessam a pandemia de Covid-19. Com o objetivo de estabelecer uma troca de conhecimento com a sociedade a partir das pesquisas de diversas áreas realizadas pelo nosso corpo docente foi idealizado o projeto. Apresentei o modelo desenhado pela professora Carmem Petit, mediadora das lives, e sua equipe da TV PUC-Rio aos parceiros ECOA e CCE, que também estão organizando lives, e ajustamos como seria feita essa produção de conteúdo. Inicialmente foi definido que o primeiro ciclo de quatro debates que se debruçaria especificamente para as desigualdades que permeiam a vida de quem vive nas favelas da cidade. Partimos de assuntos como saúde, educação, saúde mental, economia, trabalho e vulnerabilidade social. O resultado foi tão rico que decidimos ampliar a série que tem sempre a intenção de pensar em tempos melhores a partir da troca multidisciplinar de saberes com professores da Universidade, alunos, funcionários e sociedade civil.

Qual a importância da formação do colegiado composto pela união entre Comunicar, CCE e ECOA para a realização da proposta da Live E AGORA?
Gustavo Robichez: A PUC-Rio tem um potencial enorme de desenvolver iniciativas a partir de um modelo que busque sinergias, pluralidade e complementaridade. Iniciativas e unidades da universidade quando se somam contribuem para a sustentabilidade de um modelo inovador e de qualidade como o que temos visto nas ações conduzidas pela proposta da Live E AGORA? Vejo claramente que este coletivo cria um canal de diálogo necessário para que possamos somar energias e transformar positivamente as experiências educacionais. Estamos em um momento em que a cooperação multidisciplinar entre áreas será um fator determinante para superarmos todos os desafios com foco em valorizar e capacitar os nossos alunos.

Que benefícios a sociedade pode obter com a exposição de pesquisadores e suas posições científicas sobre os temas abordados?
Adriana Vidal: Penso que um dos grandes benefícios seja ter acesso à informação qualificada, respaldada, por um lado, por trabalhos acadêmicos desenvolvidos por nosso corpo docente, por outro lado, por experiências concretas de pessoas que muitas vezes estão na linha de frente da precarização mais intensa que o covid-19 trouxe. O interessante do processo de construção da série “E agora? Covid-19” é que desde o início o objetivo era fazer um evento propositivo. Sabíamos que haveria uma série de lives e webinários desenvolvidos para tratar da pandemia, então o diferencial da PUC-Rio deveria ser ajudar não somente a enxergar o tema de forma precisa, mas também pensar o momento posterior, oferecendo saídas aos dilemas sociais que a pandemia agravou no quadro brasileiro. Precisamos lembrar que a PUC-Rio completa oitenta anos de existência e, antes da pandemia, havia uma agenda comemorativa institucional, que seria justamente propositiva. Foi uma parceria pensada de forma muito interessante, que integrava a educação continuada da Instituição com nossos departamentos, representados pelos Decanatos, e com o Comunicar. Era a nossa forma de retratar a pluralidade da PUC-Rio em um projeto comum, a diversidade se transformando em união. Nesse sentido, era fundamental seguir esse espírito. A PUC-Rio faz oitenta anos olhando para frente, formando um futuro sólido pela produção de conhecimento e com o compromisso de auxiliar na construção de uma realidade mais solidária.

Como funciona a dinâmica de organização das lives e como a TV PUC-Rio conseguiu manter a qualidade durante a quarentena?
Carmem Petit: Procuramos organizar as pautas a partir de um olhar sobre como a Universidade pode contribuir com questões importantes para a sociedade em seus diferentes aspectos. Nesse sentido, consideramos fundamental promover uma discussão aprofundada, a partir de perspectivas que nem sempre têm espaço, por exemplo, em veículos tradicionais de mídia. Entendemos o espaço acadêmico não só como produtor de conhecimento, como também de compartilhamento de saberes e experiências e de aprendizado. A partir da definição dos assuntos a serem abordados, fazemos uma ampla apuração, inclusive de pesquisas relacionadas. Ao longo da semana, eu, a professora Marcia Antabi e o professor Carlos Alves estruturamos o programa e decidimos os principais pontos do debate. São eles também que dirigem a transmissão. Esse trabalho envolve toda a estrutura do Comunicar, desde a Agência, que elabora as peças de divulgação, que circulam nas redes da PUC no Facebook, Twitter e Instagram, até a equipe de jornalismo. Procuramos sempre oferecer reportagens e entrevistas coordenadas com a live, produzidas pelo Jornal da PUC, Rádio PUC e pela própria TV PUC-Rio. Acredito que é esse esforço conjunto da equipe do Comunicar, conectado com as demandas de diálogo da sociedade e da Universidade, que garante o bom resultado que alcançamos.

Haverá continuidade da série após o fim das regras de isolamento social, apesar de isto não representar o fim da covid-19?
Lilian Saback: Sim, a nossa proposta é promover permanentemente, a partir do debate, a possibilidade de contribuir na reflexão por um mundo melhor com a sociedade por meio do compartilhamento do universo de pesquisas existentes na PUC-Rio. Desta forma, acreditamos que a comunicação cumpre seu papel fundamental na produção de um conteúdo multidisciplinar, em mundo conectado pela tecnologia.