Pilotis em clima natalino
7 de dezembro de 2017 as 06:30
Professoras Mônica Saddi e Maria de Lourdes Sette. FOTOS: Fernanda Maia e Matheus Aguiar
A partir desta segunda, 11, até sexta-feira, 15, o Natividades Arte e Cultura promoverá atividades artísticas relacionadas ao Natal nos pilotis da Ala Kennedy. O projeto é uma iniciativa de um grupo de professores de diferentes departamentos e tem como colaboradores principais a professora Maria de Lourdes Sette, do Departamento de Letras, a professora Mônica Saddi, do Departamento de Design, o professor Jesus Landeira, do Departamento de Psicologia, e a professora Eliana Yunes, da Cátedra Unesco de Leitura. As professoras Maria de Lourdes Sette e Mônica Saddi explicam o projeto e ressaltam a importância de trazer a experiência do tempo litúrgico para a comunidade PUC.
Como surgiu a ideia de organizar o Natividades Arte e Cultura?
Maria de Lourdes Sette: Fazemos parte do grupo Leonel Franca, que se reúne toda quarta-feira com o padre Paul Schweitzer e o padre Pedro Magalhães Guimarães Ferreira para discutir sobre a Universidade e sobre questões da fé cristã. Chegando esta época de Natal, a professora Mônica surgiu com o questionamento de que era muito tímida a manifestação da PUC em relação à data. O padre Paul apoiou a ideia de fazer algo, e eu aceitei coordenar.
Mônica Saddi: As pessoas entram na atmosfera do Papai Noel e esquecem o sentido do Natal de Jesus. A arte é um caminho que propicia esse encontro por estimular a contemplação. Então, pensamos em fazer o Natividades para que a comunidade PUC entendesse o Natal como conhecimento e não como uma questão exclusiva de quem tem fé. Pode ser um começo para criarmos outros eventos sobre os tempos litúrgicos.
Quais atividades serão realizadas nos pilotis?
Maria de Lourdes: O padre Paul vai abrir o primeiro dia do Natividades e, depois, o Coral da PUC apresentará músicas natalinas. Também serão organizadas palestras de segunda a quinta-feira, com assuntos ligados à religiosidade e ciência, arte e cultura. Vamos colocar um varal com poesias natalinas e uma televisão nos pilotis, onde serão exibidas imagens da Arte Sacra e as palestras, que vão ser filmadas e projetadas durante a semana. Além disso, o padre José Maria Fernandes vai expor a sua coleção de presépios, com peças oriundas do mundo todo, no hall do Departamento de Artes & Design.
Todos podem participar?
Mônica: O Papa Francisco tem falado muito de uma Igreja para fora. Nós queríamos trazer o Natividades para o campus, um ambiente em que todos podem participar, e não somente quem vai à Igreja. Será nos pilotis do Kennedy para que as pessoas possam se aproximar dessa reflexão sobre o Natal.
De que forma ter professores de departamentos diferentes como organizadores contribuiu para o projeto?
Maria de Lourdes: Todos contribuíram de uma forma. A Mônica está acostumada a fazer a Semana de Design, então ela nos deu diversas dicas de como montar o Natividades. O Felipe Borges, da Vice-Reitoria Comunitária, não faz parte do grupo Leonel Franca, mas também está ajudando muito.
Mônica: Cada um trouxe um pouco da sua experiência e enxergou o projeto de uma maneira. A Eliana Yunes, que é da área de Literatura, na hora pensou no varal de poesias, e eu, do Design, na projeção de Arte Sacra. É muito rico porque, como somos de formações diferentes, entramos em contato com conhecimentos que talvez não tivéssemos antes.
Qual é o diferencial do Natividades Arte e Cultura em relação a outras atividades realizadas na PUC?
Maria de Lourdes: Eu acho que tentamos não ficar muito focados na comemoração católica do Natal, mas no que ela representa. Também tínhamos a preocupação de que a atividade estivesse ligada à Academia. Não se separa fé e ciência, e, no Natividades, nós queremos juntá-las. Ver o quanto de religião tem na arte e nas reflexões da Academia.
Mônica: O diferencial é que ele está sendo produzido por pessoas que vivem essa dimensão da fé, que acreditam naquilo que estão fazendo. Não é algo meramente técnico, nós estamos envolvidos emocionalmente com o projeto. É importante trazer a discussão sobre fé para a realidade da Universidade. Abrir um pouco mais o espaço da PUC para a reflexão sobre esse tempo litúrgico e, com a arte, conseguir tocar as pessoas que passarem pelos pilotis.