Um espaço de troca e criação
31 de março de 2017 as 06:30
A 5ª edição da mostra BOSQUE_puc cena experimental terá como tema Cultura Negra e, entre os convidados, estarão artistas como a cantora Alcione e o compositor Nei Lopes. O encontro começa na quarta-feira, 5, e prossegue até o dia 12, no campus da Universidade. O coordenador de graduação de Artes Cênicas, professor Fábio Ferreira, e a diretora-geral da mostra, Natalia Balbino, aluna do curso de Artes Cênicas, falam sobre as atividades do encontro. Mais informações e a programação completa estão disponíveis na página do Facebook: goo.gl/4T31YK.
Como será a 5ª edição da mostra BOSQUE?
Natalia Balbino: A mostra manterá a característica das programações diversas no que diz respeito à tipologia, aos artistas e ao tipo de arte que é exibida. Sempre procuramos dar uma linha que comunica todos os espaços, e, nesta edição, ela será a cultura negra. Isso partiu de uma autonomia que o Fábio concedeu aos alunos da parte da curadoria e do engajamento dos estudantes de coletivos como o Nuvem Negra. Também partiu da nossa vivência: utilizamos o espaço para trazer nossa militância e essa cultura, que é deixada de lado em bibliografias e cursos universitários. O BOSQUE é um encontro em que podemos levar debates que faltam nas salas de aula.
Fábio Ferreira: É a primeira vez que a mostra tem um dossiê – um centro de programação com foco definido –, que foi proposto pelos alunos organizadores. Vejo isso como um sinal de maturidade da mostra. Há também um engajamento cada vez maior de alunos de muitos departamentos.
Que tipos de oficinas e apresentações vão fazer parte do encontro?
Natalia: Nós temos peças, como a de Abdias Nascimento, palestras, shows. A mostra terá, ainda, a presença da secretária Municipal de Cultura, Nillcemar Nogueira, que discutirá musicalidade negra com artistas como a cantora Alcione e o compositor Nei Lopes. A exposição Negro Nobre, de Alberto Pereira, ocorrerá no Pilotis, nos dias 5, 6 e 7. Tudo isso remete à diversidade característica do BOSQUE, mas há uma linha que conecta os espaços: a temática da cultura negra.
Qual a proposta do BOSQUE_puc cena experimental?
Fábio: O BOSQUE se traduz como uma mostra de artes e culturas plurais que capacitam a alteridade. A PUC tem vivido, nos últimos dez anos, uma outra realidade de alunos e professores, o campus está se expandindo nesse aspecto da alteridade. É importante sinalizar isso artisticamente. Na mostra, o público não só vê arte, mas entende os processos artísticos e culturais. É um espaço que tem uma característica universitária. Ele se assemelha a festivais de fora da Universidade, mas, ao mesmo tempo, cria algo único. Você pode assistir a uma peça da Fernanda Torres e escutar ela falando sobre a criação teatral. E não há uma vitrine exclusiva da PUC, procuramos a participação de outras universidades. É um espaço de troca.
Natalia: O BOSQUE traz no nome o fato de ser experimental. Não se limita à apresentação de trabalhos realizados dentro e fora da Universidade. O que interessa é expor os processos e experimentos de forma a ajudar nos nossos estudos e na nossa formação complementar. Além disso, a proposta do BOSQUE é de se inspirar no diálogo interdisciplinar, que faz parte do ambiente universitário, e trazer vários meios de debate.
De que forma estudantes e funcionários da PUC podem participar?
Fábio: Cada item da programação será divulgado para o público de dentro e de fora da Universidade. O BOSQUE é aberto, é uma forma de trazer outro tipo de visitação para a Universidade. Os professores, funcionários e alunos terão uma gama de atrações gratuitas para participar. Dentre elas, debates, peças, leituras dramatizadas, nove shows de música e duas exposições. A mostra evidencia uma conversa entre vários departamentos, há toda uma colaboração para a realização do BOSQUE.