Entrevistas

Sustentabilidade sob a ótica da gestão financeira

Sustentabilidade sob a ótica da gestão financeira

Luiz Carlos Scavarda

Participante do projeto Towards Sustainable Financial Management (SUMA), que tem o objetivo de criar estratégias e modelos que favoreçam a função administrativa das universidades latino-americanas, a PUC-Rio organiza, na quinta, 31, e na sexta-feira, 1º, um workshop que abordará o tema Gestão Financeira Sustentável de Universidades. O Vice-Reitor Administrativo, Luiz Carlos Scavarda, o Superintendente Administrativo, Floriano Mazini e o Coordenador Central de Orçamento, Ricardo Tanscheit , comentaram sobre a proposta e destacaram a importância de uma boa gestão financeira para o ambiente acadêmico.

O que é o projeto SUMA e o que motivou a PUC a participar dele?

Luiz Carlos Scavarda:
 É um projeto dentro de um programa maior chamado América Latina Formação Acadêmica (ALFA), que visa à interação entre a América Latina e a Europa. O Projeto SUMA discute a questão da sustentabilidade das universidades, pelo olho da gestão, e a sustentabilidade financeira. Isso nos interessou porque a PUC aborda bastante a questão da sustentabilidade, que tem várias faces. Como nossa universidade é uma instituição de pesquisa, esse debate se tornou interessante para nós. O que nos atraiu foi o uso da sustentabilidade financeira como objeto de estudo, o que, raramente, é feito.

Floriano Mazini
Floriano Mazini

Floriano Mazini: O foco mais interessante destes fóruns foi a discussão sobre a necessidade de captação de recursos de institutos internacionais para a realização de projetos.

O que diferencia a gestão financeira da PUC e a de outras universidades?

Scavarda:
 No item de pesquisa, por exemplo, temos um diferencial. Essa área é desempenhada fundamentalmente pelas universidades estatais, onde a sustentabilidade financeira é garantida pelo MEC, e não pela universidade em si. Já aqui na PUC, há uma situação completamente diferente, pois temos liberdade de usar nossos fundos. Entretanto, a nossa sustentabilidade envolve também as pessoas que trabalham conosco. Não existe uma folha de pagamento enviada por um órgão externo. Isso faz uma diferença essencial. Quando falamos de sustentabilidade da pesquisa, falamos em como a pesquisa pode ser sustentável dentro de uma instituição que é independente e tem a sua independência de uso dos seus recursos, mas que tem, dentro desses recursos, a folha de pagamento. Essa é a grande diferença entre a questão da sustentabilidade financeira de uma universidade pública e uma universidade privada.

Ricardo Tanscheit
Ricardo Tanscheit

Ricardo Tanscheit: Visando a uma boa gestão financeira, também fazemos projeções orçamentais para o ano seguinte e revisões orçamentárias periódicas, ao longo do ano, para identificarmos como a execução está em relação ao que havia sido proposto.

Como a gestão financeira colabora para a proposta pedagógica da Instituição?

Scavarda:
 Sustentabilidade financeira viabiliza o trabalho. Há 15 anos, não tínhamos uma garantia de sustentabilidade financeira quando a pesquisa chegou. Houve uma grande discussão, um tempo atrás, sobre a possibilidade de uma universidade privada trabalhar com pesquisa sem o financiamento maciço do governo. Agora, sabemos que é possível. Portanto, não haveria nada, em termos educacionais e de pesquisa, se não houvesse a sustentabilidade financeira. É ela que dá suporte para a proposta pedagógica da universidade.

Qual é o objetivo do workshop que será realizado nessa semana?

Tanscheit:
 A ideia é discutir com outras instituições sobre sistemas de gestão e administração financeira. Haverá uma mesa- -redonda e também espaço para as interessados apresentarem seus projetos, se desejarem. O objetivo é analisar como as universidades estão sendo conduzidas.