Entrevistas

Dez anos de inovações e conquistas

Dez anos de inovações e conquistas

Em 2013, o Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio (CAU) completa dez anos, com 586 alunos inscritos e 96 professores no quadro docente. Para celebrar a data, haverá a exposição CAU Dez Anos, nos pilotis do Edifício Cardeal Leme. A abertura será nesta segunda-feira, 18, às 18h30, com uma palestra do diretor geral do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Hélio Olga, sobre sistemas construtivos. A exposição vai até o dia 16 de abril. O PUC Urgente entrevistou o coordenador do curso, o professor Fernando Betim Paes Leme, sobre esta década de muito trabalho e os planos para o futuro.

Qual era o objetivo do curso quando ele foi criado? Ele tem cumprido com esse objetivo?

Fernando Betim: O curso apresentou uma resposta a uma demanda muito clara. Os cursos de arquitetura estavam defasados quanto ao preparo do aluno. Houve muitas mudanças na área tecnológica e eles ainda estavam calcados na maneira dos arquitetos de escritórios tradicionais de realizar essa atividade. E esses arquitetos eram os professores. A PUC viu uma carência e uniu dois departamentos que falavam muito do setor científico. Isso criou um pensamento mais reflexivo, alinhado à transformação que já existia. O curso propõe disciplinas de projetos, definidoras de sua filosofia e mais participativas, dentro de uma simulação do ateliê real. Com isso, o curso é inovador por ter no ateliê muitos saberes compartilhados e permitir ao aluno vivenciar isso.

Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas nesses dez anos?

Betim: Houve várias dificuldades. Talvez a mais relevante, com a qual ainda sofremos um pouco, seja a mudança na postura do professor e na sua maneira de entender a sala de aula, o que requer atenção constante. Ele não é mais o personagem principal do processo, e deve se manter adequado ao papel. Outro problema é a colocação dos alunos no mercado de trabalho, que acaba gerando uma queda de braço entre o desenvolvimento acadêmico e o trabalho profissional. O tempo para estudo é suprimido pelo trabalho no escritório. Isso fez aumentar o rigor com o curso. O aluno tem a missão de saber lidar com seu tempo. É preciso aprimorar a relação entre o mercado e a universidade. Ela agora é parte do processo produtivo.

Que tipo de profissional o curso está criando para o mercado?

Betim: Nosso interesse é preparar um aluno mais reflexivo, que não saiba somente operar máquinas, mas também refletir sobre as questões sociais e as pessoas envolvidas em seu trabalho. Nós buscamos que o aluno transforme o mercado, e não simplesmente se encaixe como uma peça nova.

Quais são os planos para o futuro?

Betim: Pretendemos avançar na área de pesquisa e manter um intercâmbio internacional que avance nas questões sociais e nos problemas da cidade. Há possibilidade de se criar um departamento específico para o curso? Betim: Não sei se assim iríamos de encontro com os ideais mais claros do que seria a universidade. Fomos pensados não para ser um departamento, mas com a ideia de se pensar na universidade como um conjunto. O nome que usarmos pouco importa. O importante é mantermos nossa autonomia e termos espaço para nos relacionar com outros saberes.

Programação comemorativa no Auditório Padre Anchieta:
17h:
 Lançamento do programa de Pós-Graduação em Arquitetura
Coquetel na entrada do auditório
18h30: Abertura da CAU Dez Anos com palestra do diretor geral do ITA, Hélio Olga.