Novo decano assume CTC com desafios pela frente
18 de maio de 2012 as 06:30
Quais os desafios de assumir o posto de decano?
Luiz Alencar da Silva Mello – O maior desafio é, sem dúvida, a renovação do quadro de professores e pesquisadores. Até 2020, cerca de 60% deles deixarão a universidade por aposentadoria ou idade. Nosso desafio é: como renovar em um curto período de tempo um grupo tão grande de profissionais com excelência acadêmica? Também queremos ampliar a presença e o intercâmbio internacional, dando continuidade e crescimento ao programa de internacionalização do CTC. Projeto este em sintonia com o ambicioso programa do governo Ciência Sem Fronteiras. Além disso, precisamos aumentar a nossa interação com a indústria, já que mais de 50% do orçamento da PUC vem de projetos com empresas e órgãos de fomento do governo.
Como é substituir o professor Reinaldo Calixto?
Silva Mello – Muito difícil. O Reinaldo, além de ter sido bastante competente e amigo, era uma pessoa muito querida no CTC, um pesquisador brilhante e apaixonado pelo ensino. Todo o excelente trabalho feito na área de ensino foi pensado e estruturado por ele. O CTC passou de 2.300 alunos para 3.400, um aumento de 50%, durante a gestão do professor Reinaldo. Com ele, voltamos a ter um equilíbrio financeiro e uma capacidade de investimentos que não tínhamos desde o início da década de 1990. Ele era uma pessoa capaz de conciliar os diferentes interesses e objetivos. Um verdadeiro agregador.
O que representa para o senhor este cargo?
Silva Mello – Ser decano do CTC é ser responsável pelo Centro mais bem avaliado do país na área de pós-graduação. Nossos programas de mestrado e doutorado, na avalição da Capes, têm avaliações com notas máximas. Também temos o maior número per capita de bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq. Cerca de 60% dos professores do CTC são bolsistas de produtividade em pesquisa. Nenhuma instituição tem esse percentual de bolsistas.
Como o senhor recebeu a notícia de que seria o decano escolhido?
Silva Mello – No início, recebi com muita preocupação, mas agora já estou animado com os desafios e com apoio muito grande dos outros colegas e professores. Foi um processo de discussão dentro do CTC. Assumi interinamente com a urgência da morte do Reinaldo, mas passamos de fevereiro até abril discutindo internamente os nomes que submeteríamos à apreciação do Reitor. Realmente não esperava assumir agora, já que o Reinaldo iria continuar. Existiam outras pessoas tão competentes para o cargo, mas, por estarem já comprometidas com outras atividades, não conseguiram assumir. Eu já era Vice-Decano do professor Reinaldo e tudo foi se encaminhando para mim. Fui o escolhido e estou pronto para começar mais esta etapa.
Existem planos futuros do decanato para os departamentos?
Silva Mello – Há a continuidade de projetos e atividades que já estavam em prática. Criamos dois novos cursos com sucesso, nos últimos anos. A Engenharia de Petróleo e Nanotecnologia. Temos ainda outras propostas e estudos ainda não definidos, mas já pensamos em abrir um curso de Engenharia Automotiva e de Energia, já olhando o aspecto da energia renovável e sustentabilidade. E também a pós-graduação, que está sempre se reinventando, com novas áreas de concentração. Até a metade do ano também devemos começar a usar o prédio da Petrobras, já construído há um ano, com algumas áreas do Departamento de Informática. A ideia é que, no fim de 2013 ou início de 2014, o prédio esteja 100% ocupado.