Entrevistas

Em busca da internacionalização

Em busca da internacionalização

Em 20 anos, a Coordenação Central de Cooperação Internacional (CCCI) mudou de nome e se transferiu de uma sala acanhada para um andar inteiro do Edifício Padre Leonel Franca. Hoje, tem cerca de 300 convênios internacionais e programas de intercâmbio para mais de 50 destinos, em todos os continentes. A coordenadora da CCCI, professora Rosa Marina de Brito Meyer, explica a trajetória da Coordenação.

Qual é a origem da Coordenação Central de Cooperação Internacional (CCCI)?

Rosa Marina de Brito Meyer: A CCCI não inaugurou as ações internacionais na PUC-Rio, já que havia iniciativas espalhadas pelo campus e pelos departamentos, como as pesquisas internacionais desenvolvidas pelo Centro Técnico Científico (CTC). A PUC já nasceu com uma tendência internacional. Em 1969, foram criados os cursos de português para estrangeiros, o que atraiu estudantes de universidades americanas. O crescimento foi descentralizado. Em 1991, três universidades de grande porte – Universidade da Califórnia, Universidade Brown e a ESSEC da França – procuraram a PUC para estabelecer convênios de intercâmbio de longa duração, por um semestre, que envolviam um maior número de alunos. Na ocasião, o Vice-Reitor Comunitário, padre Amarillo Checon, entendeu que a PUC-Rio tinha de organizar as ações internacionais com o foco nos intercâmbios. Em 1992, ele criou a Coordenação Central de Intercâmbio Internacional (CCII), a qual passou a dirigir. Os três convênios foram assinados e estão em vigor até hoje.

Como se deu o desenvolvimento da Coordenação?

Rosa: Na ocasião, a CCII tinha uma funcionária, uma secretária e um estagiário em meio expediente, oito alunos da PUC nos EUA e 20 alunos americanos no nosso campus. Tinha uma sala acanhada na Ala Kennedy (do Edifício Cardeal Leme). Naquele momento, quem queria falar com a CCII tinha a ligação transferida para o Instituto de Relações Internacionais (IRI). Recebemos muito apoio do padre Jesús Hortal, Reitor na ocasião, e do professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade, então na Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos, à qual a CCII está subordinada. A explicação para a PUC ter atingido um alto grau de internacionalização se deve ao apoio recebido. Depois, o padre Jesus Hortal mudou o nome da CCII para Coordenação Central de Cooperação Internacional (CCCI), para ficar claro que éramos responsáveis por tudo que diz respeito a ações internacionais, e não apenas aos intercâmbios de estudantes. Assim, evitamos ações independentes dos departamentos.

Qual é a realidade da CCCI atualmente?

Rosa: Este ano, a CCCI tem cerca de 1.600 alunos envolvidos em programas de intercâmbio, considerando os que enviamos e os que recebemos, e 23 pessoas, entre funcionários, estagiários e docentes. Participa de mais de oito associações de educação internacional. Já firmamos mais de 300 convênios internacionais. Os programas de intercâmbio têm destino para instituições de mais 50 países, em todos os continentes. Criamos novos programas, como o intercâmbio de curta duração em que estudantes da PUC estudam línguas no exterior durante as férias. Temos programas customizados em que universidades de prestígio encaminham para a PUC grupos de estudantes para fazerem cursos de férias. Estamos participando do programa Ciências Fronteiras.

O que poderia ser feito para aumentar o grau de internacionalidade da PUC?

Rosa: O Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, tem como prioridades a internacionalização e o meio ambiente. Fomos encarregados de criar a Agenda Internacional da PUC. Uma comissão vai mapear o que está em vigor e ponderar os pontos fortes e fracos para apresentar uma proposta do que precisa ser feito. É um misto de questões acadêmicas e práticas. Por exemplo, certas produções acadêmicas dos departamentos poderiam ser publicadas em inglês ou serem bilíngues. Entre as questões práticas, está a sinalização do campus que facilita a visita de estrangeiros, principalmente em congressos internacionais. Estamos preparando também a página da PUC na web em inglês.

Qual é o diferencial dos programas de intercâmbio da Universidade?

Rosa: Somos membros de programas e iniciativas que têm bolsas de estudos. Uma preocupação que tivemos foi criar condições para que alunos de baixa renda da PUC também pudessem participar de intercâmbios, porque, no início, somente os ricos podiam viajar. O aluno de intercâmbio não tem despesas com a instituição de ensino, mas paga dormitório, alimentação e passagem aérea. Conseguimos aumentar as oportunidades para bolsas.