A questão hídrica sob diferentes perspectivas
18 de março de 2016 as 06:30
Artigos reunidos no livro Gestão de Recursos Hídricos: uma reflexão para a cidade do Rio de Janeiro, produzido pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), com patrocínio da Fundação Cardinalle Paul Poupard, convidam os leitores a pensar sobre o uso e a conservação da água. A coletânea é o resultado da segunda edição do curso de extensão Os Desafios da Gestão Hídrica na Cidade do Rio de Janeiro, em que a aula inaugural foi ministrada pelo Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., que também assina um artigo. O livro apresenta, à luz da Encíclica Laudato Sí, a questão hídrica sob as perspectivas de diferentes áreas do conhecimento. Organizado pelos professores Luiz Felipe Guanaes, do Departamento de Geografia, Maria Fernanda Lemos, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e Danielle Moreira, do Departamento de Direito, o livro será publicado em formato digital no site da Editora PUC. O lançamento será na terça-feira, 22, na sala Conselho Universitário, às 16h30. A obra está disponível em migre.me/tgjfA.
Por que lançar o livro em formato digital?
Luiz Felipe Guanaes: Por dois motivos: não queremos o corte de árvores e, com o e-book, conseguimos ter uma utilização maior tanto para alunos da PUC quanto para pessoas de fora. Em formato digital, o livro passa a ser um conteúdo que qualquer grupo de estudantes interessados, seja qual for a universidade, pode utilizar. O livro é gratuito e está disponível na internet. Se milhões de pessoas lerem, essa quantidade de árvores será preservada.
Como o livro sintetiza a preocupação com os recursos hídricos levantada pela Laudato Sí?
Maria Fernanda Lemos: Cada capítulo do livro foi escrito por uma perspectiva disciplinar e tenta construir uma interdisciplinaridade. O livro está centrado na tentativa, coordenada pelo NIMA, de trabalhar com a comunidade toda da Gávea e o lugar em que a PUC está inserida. Essa coletânea de artigos também está relacionada com o workshop que realizamos e mobilizamos pessoas para entender a importância de trabalhar a água de uma forma colaborativa, envolvendo e conscientizando as pessoas para que esse seja um recurso útil e protegido por todos. A Universidade assume a responsabilidade de incentivar esse movimento com as pessoas, como um agente, estando na comunidade e sendo parte do local que precisa tomar essa consciência.
Como foi o processo de transformar o conteúdo de salas de aulas em artigos?
Danielle Moreira: A nossa preocupação com o diálogo entre os temas abordados nos artigos foi em relação ao curso, para que pudesse ter conexão entre cada uma das disciplinas. O livro é o resultado desse processo, pensado desde o início das aulas.
Qual o perfil dos alunos que participaram do curso?
Danielle: Era uma turma bem heterogênea, com alunos formados em geografia, biologia, direito e arquitetura, por exemplo.
Maria Fernanda: Alunos de todas as áreas e de fora da PUC um deles, inclusive, era líder comunitário na Rocinha. O nosso desejo era ter mais dessas lideranças e pessoas comuns. O objetivo foi mobilizar as pessoas em torno da preservação dos recursos hídricos, os riscos, as ações e as oportunidades. Por isso, a ideia de ser um curso de extensão, aberto à comunidade em geral.
Há previsão de outras atividades que abordem mais temas da Carta Encíclica?
Guanaes: Eu diria que todas as ações do NIMA, sem exceção, vão buscar uma integração com a Laudato Sí, por meio de publicações e palestras. A Laudato Sí, para nós, é um norte no sentido de consolidar e validar ainda mais as nossas atividades. A nossa ideia é conseguir repetir novamente essa experiência a cada semestre e aumentar a conexão entre as disciplinas, buscando uma visão mais integral da Universidade com seu entorno.