Entrevistas

‘Corredor Cultural celebra a diversidade da PUC-Rio em pesquisa, ensino e extensão’

‘Corredor Cultural celebra a diversidade da PUC-Rio em pesquisa, ensino e extensão’

Diretor do Departamento de Artes e Design, Nilton Gamba, (2º à esq.) com integrantes da Comissão de Cultura (Foto: Matheus Santos / Comunicar)

Programação gratuita transforma espaços do campus em circuito aberto ao público, com mais de 100 atrações, entre exposições, oficinas, shows, feiras e palestras

A PUC-Rio se prepara para transformar seu campus em um polo vibrante de convivência, arte e diversidade na segunda edição do Corredor Cultural, promovido pelo projeto Gávea do Rio. Após o sucesso do evento inaugural, em 2024, a nova edição amplia o diálogo entre a Universidade e a cidade, reforçando o compromisso institucional com a cultura como elemento de inclusão e expressão plural.

Entre Pilotis, becos e novas instalações interativas, o campus se torna um território compartilhado, onde o público circula livremente e descobre experiências que conectam saberes acadêmicos, memória social e criação artística. A programação, interinstitucional e coletiva, celebra efemérides marcantes – como os 70 anos do campus e os 90 anos de Lélia Gonzalez – enquanto apresenta artistas, estudantes e parceiros que constroem diariamente a vida cultural da PUC-Rio e de seu entorno.

Com mais de 100 atividades, entre exposições, oficinas, performances, feiras e shows, o Corredor Cultural reforça seu papel como um laboratório vivo: espaço de experimentação para o design, palco para a arte que nasce nas salas de aula, ponto de encontro entre diferentes territórios da cidade.

“O Corredor Cultural celebra a diversidade da PUC-Rio em pesquisa, ensino e extensão de uma maneira ampla – tendo como foco a área da cultura”, afirma o professor Nilton Gamba, diretor do Departamento de Artes e Design, que organiza o evento. Ele destaca que o evento é também uma extensão da Universidade para além de seus muros, aproximando instituições culturais da região e fortalecendo vínculos com comunidades como Rocinha e Maré.

Qual é o principal objetivo da segunda edição do Corredor Cultural e o que a diferencia?
O principal objetivo é ampliar a visibilidade das relações entre a Universidade e a sociedade com o foco na cultura e a sua diversidade de expressões. A segunda edição vai ser um espaço interessante para apresentar os principais desdobramentos do Corredor de 2024 tanto em relação à rede de parceiros como em relação à obra de alguns artistas. Além das efemérides do ano passado (Dia Nacional da Favela e do Design e mês da Consciência Negra), novas serão apresentadas, como os 70 anos do campus, 90 anos de nascimento de Lélia Gonzalez, um ano de falecimento de Arlindo Oliveira, 35 anos de falecimento do Cazuza e os 30 anos da obra “O Povo Brasileiro”, de Darcy Ribeiro.

Como o projeto Gávea do Rio contribui para aproximar a universidade das instituições culturais da região?
O campus da PUC-Rio está localizado entre o maior IDH da cidade e a maior favela da América Latina, e seu campus é vivido por alunos, professores, funcionários e visitantes de diversas partes da cidade, configurando assim, um território potente para a pluralidade. Dessa forma, um campus aberto se apresenta como uma continuidade da cidade onde a população pode circular livremente, vindo do terminal de ônibus, das ciclovias, de carro, dos percursos das vans ou da integração com o metrô para interagir com os conteúdos organizados em curadorias também diversificadas.

De que forma o Corredor Cultural transforma o campus em um espaço de convivência e expressão artística?
O Corredor é um laboratório vivo para projetos de soluções em design de exposição que viabilizam ações reais e sustentáveis nos espaços abertos. Desde suportes que possam ficar ao tempo a soluções de coberturas temporárias, recursos de audiovisual externos e novas formas de integração com os espaços fechados, tudo isso dialoga com uma curadoria potente para ampliação de modelos de expressão artística. O NÓS (Núcleo Operativo de Serviços do Departamento de Artes e Design) se une a vários setores da Universidade, como as Vice-Reitorias Comunitária e de Infraestruturas ou o Escritório Modelo de Arquitetura, para gerar projetos criativos de ocupação do campus.

Que áreas da Universidade e cursos estão envolvidos na programação?
Este ano, repetimos a ressignificação dos Pilotis com a instalação da escada temporária que une a Vila dos Diretórios e sua memória ancestral da vila operária aos Pilotis do Kennedy, área emblemática da arquitetura da Universidade. A nova Alameda Francisco é integrada ao circuito junto a novos espaços expositivos, como o palco no Beco que une o prédio de Biologia ao de Serviço Social. Uma surpresa será um espaço inflável com novas experiências de registro. Esses são os espaços físicos, porém diversas áreas integram hoje a Comissão de Cultura que planeja o Corredor Cultural, tanto áreas e setores da Universidade como de parceiros externos. Assim, o corredor é interdepartamental, intersetorial, inter-centro e, principalmente, interinstitucional, dialogando com diversos setores da sociedade.

Como o evento dialoga com a proposta de extensão universitária e com os projetos interinstitucionais desenvolvidos em 2025?
O Corredor Cultural celebra a diversidade da PUC-Rio em pesquisa, ensino e extensão de uma maneira ampla – tendo como foco a área da cultura. Várias das ações do Corredor Cultural são resultantes de projetos de pesquisa e parcerias com diferentes setores sociais e, durante o evento, muitas aulas são ministradas no espaço, utilizando esses recursos para o ensino. A consolidação de atividades conjuntas com a comunidade, trazendo artistas e instituições já parceiras da universidade não só aumentam o impacto das ações extensionistas para a cultura, como potencializam a criação de novas conexões. Dessa forma, as atividades que estavam sendo desenvolvidas em aulas ou laboratórios ganham uma visibilidade original. Este ano, diversas mostras incluem a produção discente no corredor: o festival Bosque em Cena, do Departamento de Artes da Cena, a Semana de Design, do Departamento de Artes e Design, o evento Ser Urbano, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e o festival de audiovisual, do Departamento de Comunicação. E seguimos com instituições da Rocinha e da Maré, como o Rocinha sobre lentes e o Imagens do Povo, respectivamente, consolidando a extensão da Universidade com o entorno.

O que o público pode esperar das exposições, oficinas e performances programadas?
Diversidade! São mais de 100 ações, entre shows, performances, exposições, feiras de artesanato e gastronômica, oficinas, mesas redondas e congressos. Os eventos estarão classificados em 6 territórios – Território Favela, Território África, Território América Latina, Território Livro, Território Ofícios e Território Transcendental –, que vão de música clássica e popular com a camerata da Orquestra Jovem Brasileira à Batalha de Rimas da Rocinha, passando por shows e concursos em homenagem a Cazuza. O Corredor vai trazer para o campus bateria de escola de samba, grupo de música Armorial, a obra de Miguel Paiva e Antônio Cícero, a Biblioteca da PUC-Rio e a da Rocinha, teatro e literatura infantil, mostra de cinema sobre a cultura negra e sobre a favela com o Cineclube Atlântico Negro, a Academia de Cinema da Rocinha e o Festival Limonada de animação estudantil da América Latina. Haverá desfile de moda, mostras da Firjan, do Itaú Cultural, intervenções da School of Rock e um acervo com fotos do Instituto Moreira Salles. Vários setores da PUC-Rio, como o NEAM e o Núcleo de Memória, vão trazer conteúdos importantes sobre os 70 anos do campus. Durante o Corredor, vai acontecer o MX/RIO Design Conference, um evento bienal sobre design e inovação social. Na programação, a comunidade PUC-Rio e convidados podem acessar outros exemplos que ilustram a diversidade e a riqueza do evento.