O Programa de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Elétrica está celebrando 60 anos. Foi o primeiro Mestrado da PUC-Rio e, em seis décadas, o PPG do DEE tem se destacado em diferentes áreas de concentração, como Eletromagnetismo Aplicado, Métodos de Apoio à Decisão, Processamento de Sinais, Automação e Robótica, Sistemas de Comunicações e Sistemas de Energia Elétrica. Em entrevista ao PUC Urgente, o diretor do Departamento, professor Delberis Lima, conta um pouco dessa história e de como o Programa conquistou reconhecimento internacional por sua excelência acadêmica.

O curso de Mestrado da Engenharia Elétrica foi implantado em 1963 e o de doutorado em 1981. O que representam os 60 anos do primeiro mestrado de toda a PUC-Rio, data que será comemorada no dia 6/12?
Delberis: O curso de Mestrado em Engenharia Elétrica foi implantado em 1963, sendo o primeiro da PUC-Rio e um dos primeiros do Brasil na área. Estamos celebrando a longevidade do programa e homenageando a liderança dos professores do DEE que, além de iniciar o PPG no DEE, contribuíram para estabelecer os estatutos de outros PPGs na PUC-Rio. Esta celebração também será uma oportunidade para projetar a evolução do PPG-DEE nos próximos anos.

Qual é a importância de o Departamento ter formado 1377 mestres e 430 doutores?
Delberis: A formação de recursos humanos de alto nível é um valor perseguido pelo PPG-DEE desde a sua formação. Os mestres e doutores formados no PPG ocupam postos de liderança em grandes empresas, universidades e centros de pesquisa. Muitos deles são empreendedores de sucesso. O forte apelo internacional do PPG credencia os alunos para atuar profissionalmente em alto nível, tanto no Brasil como no exterior.

Como foi conquistar a nota 6 da Capes, que consolidou a Pós-Graduação como um programa de excelência, atualmente com mais de 120 alunos?
Delberis: O PPG-DEE é um programa consolidado desde muito tempo, pelo número de alunos formados, pela produção científica e pela quantidade de recursos captados por agências de fomento e empresas através de projetos patrocinados. Na penúltima avaliação, alcançamos a nota 7 na CAPES. Um critério qualitativo, associado ao Planejamento Estratégico, penalizou o PPG-DEE na última avaliação, e obtivemos a nota 6. Este critério está sendo devidamente endereçado no Planejamento Estratégico do PPG-DEE para a próxima avaliação. Temos um corpo docente e discente altamente qualificado e um projeto de PPG que está alinhado com questões relevantes e orientadas para transição energética e transformação digital. Esperamos alcançar a nota máxima novamente.

O modelo de excelência acadêmica tem como foco a realidade brasileira. Pode citar alguns projetos?
Delberis: O PPG-DEE é um programa com inserção internacional e com uma produção científica de alto impacto. Não obstante, atuamos fortemente no Brasil através de projetos patrocinados, seja com agências de fomento, como CAPES, CNPq e FAPERJ, ou com empresas como Petrobras, Repsol, Telebrasil, Ericson, Samsung, BNDES, Energisa, Lojas Americanas, Qualcom, Lacnic, EDP, entre outras. Os principais projetos estão na área de óleo e gás, mas existem outros projetos importantes, principalmente associados à transição energética, transformação digital e telecomunicações.

A que se deve o reconhecimento do Programa no exterior?
Delberis: O PPG-DEE é reconhecido por sua produção científica em revistas de alto impacto no mundo. Adicionalmente, muitos professores do PPG-DEE possuem experiência ou formação no exterior e mantiveram o vínculo com universidades e centros de pesquisa em outros países. Projetos financiados pela CAPES, como o CAPES-Print, têm permitido que este vínculo possa ser usado como ponte para que alunos desenvolvam parte da sua pesquisa em universidades e centros de pesquisa no exterior, especialmente na Europa e Estados Unidos.

O senhor poderia falar um pouco mais sobre as pesquisas na área de transição energética, consideradas de ponta?
Delberis: A transição energética é um tema central no Brasil e no mundo. O Brasil se encontra em uma posição de liderança neste assunto, já que nosso sistema elétrico é majoritariamente abastecido por fontes renováveis, especialmente hidroelétrica, eólica e solar. No PPG-DEE, este tema tem sido tratado através de projetos de pesquisa que vão desde o desenvolvimento de células fotovoltaicas até o impacto da inserção de fontes renováveis de energia no sistema elétrico.
Os projetos nesta área tendem a aumentar por conta das mudanças climáticas e das transformações econômicas e culturais que influenciam as pessoas e corporações no contexto da transição energética. Acomodar as fontes renováveis de energia, tanto do ponto de vista técnico, econômico e regulatório, diminuindo subsídios e tornando-as acessíveis para a população em geral, são alguns dos desafios no processo de transição energética no Brasil e no mundo. Estamos atuando nestas frentes através de projetos com empresas e agências de fomento.
A Professora Marley Velasco, titular da Engenharia Elétrica, atualmente, é Vice-Reitoria Acadêmica – Ensino e Pesquisa. A nomeação é um passo importante para a história do Departamento?
Delberis: O DEE tem um histórico de lideranças na PUC-Rio. Em 1963 o PPG-DEE estabeleceu as bases para os estatutos de outros PPGs na PUC-Rio. Além da professora Marley, o professor Ricardo Tancheidt (Vice-Reitor Administrativo) também é uma liderança importante no quadro de professores do DEE. A lista de professores do Departamento que atuam ou atuaram na Administração Central da PUC-Rio é bastante representativa. Especificamente, com relação a nomeação da professora Marley, para o DEE é um grande orgulho pela posição que ela ocupa, mas, também, pelo reconhecimento de sua trajetória profissional como Professora Titular, Pesquisadora e Diretora do DEE por oito anos. Sua área de pesquisa e ensino, orientada para Inteligência Artificial, valoriza ainda mais a posição de liderança acadêmica conquistada por ela em função da relevância deste tema nos dias de hoje.