Entrevistas

Difusão da língua e cultura chinesa em curso de mandarim

Por: André Bocaiuva

Difusão da língua e cultura chinesa em curso de mandarim

O Instituto Confucius da PUC-Rio, em parceria com a Diretoria de Recursos Humanos, oferece a funcionários e professores um curso intensivo de língua chinesa. As aulas têm como objetivo o aprendizado do idioma mandarim, desde o nível básico, , e que podem servir como mais uma ferramenta de capacitação para o corpo docente e técnico-administrativo de uma instituição internacionalizada. O diretor brasileiro do Instituto Confucius, professor Leonardo Berenger, e a diretora de Recursos Humanos, Maria Eduarda Pestana, contam como o curso foi idealizado e quais serão os pontos principais a serem abordados. As inscrições foram prorrogadas até 16 de agosto.

Como surgiu a ideia e qual o objetivo do curso?
Leonardo Berenger:
A diretora chinesa do instituto, Sun Yanping, pensou na ideia de oferecer o curso de língua chinesa para os funcionários e, para isso, comunicamos o RH da PUC-Rio. Isto se insere dentro dos objetivos do Instituto Confucius, de difusão da língua e cultura chinesa. Nós temos disciplinas na graduação e extensão e, para aumentar o alcance desta divulgação, pensamos neste curso.

Como foi o processo de elaboração do currículo do curso? Haverá algum processo de nivelamento?
Leonardo:
Neste momento não haverá nivelamento, pois vamos oferecer apenas a disciplina de “Chinês 1” para aqueles que têm pouco ou nenhum conhecimento da língua. Nós vamos seguir a mesma estrutura dos cursos de graduação e extensão, com o objetivo de chegar ao “Chinês 6”. O material didático, que foi desenvolvido pela Universidade de Hebei, parceira da PUC-Rio, também será o mesmo da graduação.

O curso é direcionado para todos da Universidade? Quais são os pré-requisitos para participar do curso?
Maria Eduarda Pestana:
O curso é direcionado para todos os funcionários e professores da instituição e não tem nenhum pré-requisito. Por causa da grande demanda até o momento, serão priorizadas as pessoas com deficiência, aquelas que a língua é importante para a atividade que desempenham na PUC-Rio, e os funcionários que tiveram indicação de necessidade de aprimoramento nas competências comportamentais que serão trabalhadas no curso. Também queremos ter uma maior representatividade, ou seja, vamos tentar atingir o maior número de departamentos possíveis. Esses critérios serão utilizados para a escolha da turma, em qualquer curso de capacitação que for oferecido pelo RH.

Quais são os desafios de ministrar um curso como este?
Leonardo:
Aprender uma língua estrangeira sempre é um desafio, principalmente para o aluno adulto. Isto envolve questões emocionais, de história, como a pessoa se relacionou com o estudo da língua durante a vida. Mas também é um desafio para os professores do curso, pois, por serem chineses, o fato de estar no Brasil e lidar com o aluno brasileiro é muito diferente. Existe uma questão de diferença cultural, que é um desafio que enriquece muito a ambos, o professor e o aluno. Acho que este desafio leva a pessoa a um engrandecimento, por ter que se relacionar com outra cultura. Logicamente a língua chinesa tem uma diferença muito marcada em relação às línguas ocidentais. Mas temos, no Instituto Confucius, casos bem-sucedidos, de alunos que começaram no “Chinês 1”, atingiram níveis de proficiência altíssimos em exames internacionais e foram fazer mestrado na China.

Como este curso se alinha com o direcionamento estratégico da PUC-Rio?
Maria Eduarda:
O direcionamento estratégico da PUC-Rio visa ao autodesenvolvimento de todos os funcionários da instituição. Além do desenvolvimento da competência técnica do início do aprendizado de um idioma estrangeiro, existe a parte comportamental, que enriquece e engrandece o funcionário. Portanto, acreditamos muito no potencial desta parceria como uma oportunidade de crescimento significativo para todos os funcionários, independentemente da utilização da língua no dia a dia.
Leonardo: Acho que temos que ter em vista a força da China na geopolítica global, é o segundo maior PIB do mundo. O país tem parcerias com o Brasil e é uma incubadora de investimentos. Na nossa realidade, o intercâmbio acadêmico com a China vem se intensificando, as trocas no campo técnico-científico são imensas. Para o corpo técnico-administrativo e docente de uma universidade internacionalizada como a PUC-Rio, aprender o idioma chinês pode ser muito diferenciador.