Entrevista

Educação, amor e fraternidade na Semana dos Direitos Humanos

Por: Giulia Matos

Educação, amor e fraternidade na Semana dos Direitos Humanos

Rodrigo Policeno e Patrícia Gabrig explicam o intuito e a importância da SDH. (Foto: JP Araujo)

Inspirada na Campanha da Fraternidade 2022, a quinta edição da Semana dos Direitos Humanos da PUC-Rio (SDH) terá como título “Amar: verbo educativo”. Organizada pela Pastoral Universitária Anchieta, ela ocorrerá de 23 a 29 de maio, e a série de encontros é um convite para o indivíduo refletir acerca da educação O estudante de Publicidade Rodrigo Policeno e a analista de comunicação e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio, Patrícia Gabrig, ambos envolvidos no projeto, explicam o intuito e a importância da SDH. A Semana dos Direitos Humanos é destinada a estudantes e funcionários da PUC-Rio e de fora da Universidade. Ela poderá contar como atividade complementar aos alunos que desejarem participar dos encontros. A ficha de inscrição para palestras e a programação completa estão disponíveis no site da Pastoral Universitária Anchieta.

Qual a temática escolhida para a edição deste ano?

Patrícia Gabrig: Além de nos basearmos na proposta feita pelo CNBB, pela Universidade ser uma instituição dedicada ao ensino, nós abordamos a questão da educação. O título escolhido é “Amar: verbo educativo”, justamente por acreditarmos que a educação é feita com amor. Ela consegue enxergar o outro, independente de cada um possuir particularidades. A educação acolhe e respeita as diferenças. A seleção para o nome do trabalho consegue transmitir este sentimento do amor fraterno.

Rodrigo Policeno: É muito importante falarmos sobre a educação, principalmente na Universidade. Abordamos a temática de modo que faça cada um repensar a forma como a gente educa, a forma como ela é levada, não só para os universitários, mas para o ensino básico, fundamental. Isto é necessário. Outro ponto importante a ser mencionado é o diálogo com os professores. Queremos atingir não só aqueles que recebem a educação, mas quem a ensina, a facilita. Desse modo, a ideia da SDH é conectar as áreas que englobam este tópico.

Qual o objetivo da Semana dos Direitos Humanos?

Patrícia: A Semana dos Direitos Humanos tem o objetivo de ser um ato coordenado e exercido pela Pastoral Universitária para analisar e propor uma discussão em defesa do que são estes direitos. Antes, nós possuíamos um curso, e a primeira edição, feita em 2018, tinha como proposta focar na marca e convidar as pessoas para participarem, conversar sobre o assunto. Entretanto, o sucesso foi tamanho que passamos a realizá-la anualmente. Cada encontro tem um tema escolhido com base na Campanha da Fraternidade. Desta vez, decidimos unir um pouco da Campanha da Fraternidade com o Pacto Educativo Global.

Rodrigo: A Campanha da Fraternidade tem o intuito de trabalhar os direitos humanos para todas as Igrejas do país. Como a PUC é uma universidade católica, há um espaço para este diálogo. A CNBB pretende mobilizar toda a sociedade brasileira para a necessidade social, em especial aqueles marginalizados, e garantir os direitos essenciais de cada indivíduo. Estes direitos correspondem aos Direitos Humanos. Seguimos esta linha de raciocínio, de maneira nas quais as temáticas são ligadas a este movimento.

O que a Semana dos Direitos Humanos representa para a Universidade?

Patrícia: O projeto traz à tona temáticas sobre os Direitos Humanos e desmistifica tabus relacionados a este assunto. Há uma falsa concepção de que estes direitos são só utilizados na defesa de criminosos, e de que quem pensa no tópico só são políticos. Nós procuramos romper com esta visão pré-formada. Ter este diálogo na PUC é muito simbólico. A SDH é coordenada pela Pastoral, mas é construída por alunos. É um movimento de colaboração e interação necessário.

Rodrigo: Estudantes da Universidade e do Núcleo de Estudo e Aplicação sobre o Menor da PUC-Rio (NEAM) participam desta empreitada. Acredito que o conjunto de palestras seja de extrema relevância ao despertar o espírito comunitário e incentivar, a todos aqueles que participam, a busca pelo bem comum. Também merece destaque a busca por educar com base na fraternidade, a partir da justiça, do amor. Ela promove uma sociedade justa e solidária.

Após dois anos de pandemia, qual a expectativa para o retorno da SDH de forma presencial?

Patricia: Em 2018 e em 2019 fizemos a SDH presencialmente. Durante a pandemia, nós migramos para o on-line, mas confesso que, em 2021, apesar da edição ter sido de extrema importância, estávamos com saudades das atividades no campus. Uma característica deste ano é o envolvimento dos alunos, voluntários, que participaram da construção, da própria equipe, que ajudaram a montar o que esperamos que o projeto possa atingir. Criamos um cronograma pensado no modelo híbrido, pois algumas aulas continuam remotas, portanto nem todos comparecem à Universidade todos os dias. As atividades ocorrerão durante toda a semana de modo a viabilizar a participação das pessoas.

Rodrigo: O retorno marca uma fase diferente. Anteriormente, o projeto estava no início, então não havia um grande contato com outros setores da Universidade. Agora, conseguimos convidar e envolver diversos departamentos que quiserem abordar e promover a temática dos Direitos Humanos, como o de Serviço Social, e até o NEAM. O fato de podermos ter o contato presencial, de olhar nos olhos de cada um que estiver presente na semana de palestras, após todo este tempo é incrível.