Entrevistas

Fim de semana no Campus

Fim de semana no Campus

Suzana Kerber e Padre Paul Schweitzer responsáveis pela programação (Foto: CAIO MATHEUS)

A PUC-Rio é uma Universidade Comunitária e procura desenvolver os valores comunitários não somente com seus alunos, professores e funcionários, mas com toda a sociedade. Foi a partir desta perspectiva que nasceu o Vem na PUC-Rio, evento multidisciplinar que acontecerá no sábado, dia 31, das 10h às 16h. O objetivo é reunir alunos, ex-alunos, pais e vizinhos ao campus, para um dia repleto de atividades promovendo um intercâmbio cultural e intelectual fundamental para o desenvolvimento humano. O PUC Urgente conversou com os idealizadores do evento, a Gerente da Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais, Suzana Kerber, e o Professor Emérito do Departamento de Matemática, Padre Paul Schweitzer, S.J., que detalharam o que o público pode esperar do Vem na PUC-Rio. Confira a programação completa no site.

O ‘Vem na PUC-Rio’ já nasce com caráter comunitário, alinhado aos valores da Instituição. Como surgiu a ideia de fazer este evento unindo arte, cultura, empreendedorismo, entretenimento, tecnologia e inovação?
Padre Paul:
Várias universidades nos Estados Unidos abrem o campus para a comunidade externa, especialmente para os antigos alunos. Essa interação mantém a ligação desses antigos alunos com a instituição, possibilitando continuar a formação que receberam nela. A partir desses exemplos, propus que a PUC-Rio fizesse algo semelhante e a ideia foi muito bem acolhida pelo nosso Reitor.
Suzana Kerber: Há alguns anos, reparo que o nosso bosque é frequentado pela vizinhança, recebendo desde crianças acompanhadas de mães, pais e/ou cuidadores, até idosos, todos aproveitando a bela área verde que temos aqui. Foi a partir dessa observação e entendendo que nossa Universidade é uma instituição comunitária, cujo Marco Referencial se fundamenta em princípios como a divulgação do pensamento, da arte e do saber, que comecei a idealizar, junto com minha equipe da Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais (CACC), eventos que movimentassem o campus, aos finais de semana, não somente para a comunidade universitária, mas também para toda a vizinhança da PUC-Rio. Articulando as ideias com a Coordenação Central de Parcerias e Inovação (CCPIN), através do Prof. Gustavo Robichez, tive a oportunidade de conhecer o projeto do Padre Paul e encontrar, nele, a sinergia que resultou no Vem na PUC-Rio.
Padre Paul: Com o Vem na PUC-Rio, queremos mostrar, a toda a sociedade, a partir de um dia alegre e repleto de entretenimento, que a PUC-Rio é um centro de cultura, inovação, tecnologia e empreendedorismo.

Ao acolher a comunidade em ações como essa, a Universidade se mostra aberta ao diálogo e reforça um sentido de pertencimento. Por que isso é importante para a instituição e para a própria comunidade?
Padre Paul:
A PUC-Rio é uma Universidade Comunitária e procura desenvolver os valores comunitários não somente com seus alunos, professores e funcionários, mas com toda a sociedade. Ao trazer antigos alunos, pais e vizinhos ao campus, para um dia repleto de atividades, estamos promovendo um intercâmbio cultural e intelectual fundamental para o desenvolvimento humano dentro da visão cristã na tradição católica. Queremos que todos conheçam melhor as múltiplas dimensões inovadoras da PUC.
Suzana: Prevista no Estatuto da nossa Universidade, a promoção da cultura, através de eventos como o Vem na PUC-Rio, nos possibilita ampliar o relacionamento com as comunidades interna e externa, construindo novas parcerias com essas comunidades e disseminando conhecimento, ao oportunizar o acesso a diferentes atividades. Sem dúvida, é uma via de mão dupla entre a nossa Instituição e a sociedade de um modo geral, que resulta em benefícios para ambas.
Essa primeira edição é um piloto e está sendo organizada pela Vice-Reitoria Comunitária, através da Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais (CACC), em parceria com a Vice-Reitoria de Desenvolvimento e Inovação, que está atuando na produção de diversas atividades da programação, através da Associação de Antigos Alunos (AAA), da Coordenação Central de Parcerias e Inovação (CCPIN) e do Instituto ECOA, além de contar também com o apoio da Coordenação de Ensino de Empreendedorismo e Inovação (CEMP). Futuramente, pretendemos convidar outras áreas da Universidade para contribuírem com suas ideias e seus projetos, tornando, o Vem na PUC-Rio, um evento cada vez mais amplo e diverso.

Há uma programação voltada para o público infantil que inclui música, educação ambiental e capoeira. Por que é importante aproximar esse público do campus e do espaço universitário?
Suzana:
Ao promover atividades infantis, estamos recebendo, em nosso campus, não somente as crianças, mas também suas famílias! Famílias dos nossos alunos e antigos alunos, dos nossos professores e funcionários técnico-administrativos. Famílias vizinhas da PUC-Rio e de toda a nossa cidade. Recebendo crianças, estamos despertando o interesse delas pelo conhecimento, pela arte, pela cultura, contribuindo para a formação desses pequenos cidadãos que são o futuro do nosso país. Recebendo famílias, o Vem na PUC-Rio está promovendo parte da missão da nossa Universidade, “acolhendo pessoas e expandindo saberes”.

Uma das atividades propõe refletir eticamente sobre as transformações tecnológicas, especialmente na questão da inteligência artificial. Em que medida a Universidade pode aproximar mais a comunidade PUC e o entorno para pensar nos impactos das IAs?
Padre Paul:
A Inteligência Artificial nos questiona nas manchetes dos jornais e nos textos dos meios sociais. Oferece grandes avanços, mas também coloca ameaças ao futuro da humanidade. Cabe à Universidade, que é a sociedade pensante, investigá-la. O Professor e filósofo Edgar Lira vem estudando a AI há muito tempo. Ele vai nos iluminar com as suas reflexões para entender o IA e as questões éticas que ela suscita.

Como a dimensão cristã da PUC estará presente no Vem na PUC-Rio?
Padre Paul:
Além da missa com o Coral da PUC e de doações para os pobres, teremos a palestra sobre o ‘Deus vulnerável’ da Professora Maria Clara Bingemer, teóloga de reputação internacional. Na criação do mundo Deus deu livre arbítrio ao ser humano, para que escolhesse o bem e aprendesse a amar. Mas esta liberdade também permite que faça o mal. A resposta de Deus – na vida, morte e Ressurreição do seu Filho Jesus Cristo – foi de participar da nossa vulnerabilidade e sofrimento, mas foi vitorioso sobre o mal. O conceito errado de um deus carrasco que quer castigar afasta muitas pessoas de Deus. A imagem do verdadeiro Deus, um Deus de amor e bem, corrige a caricatura falsa e nos atrai.