Nesta segunda-feira, 15, haverá o primeiro encontro do seminário Inquietações, que reunirá diretores, roteiristas, produtores e demais profissionais de audiovisual para debater sobre o atual cenário de produção de filmes. Os encontros vão continuar nos dias 17, 22, 23 e 24 de setembro, sempre às 10h, na sala 102-K. O foco dos debates estará nos novos realizadores e na relação entre o cinema, a televisão e a internet. Organizadora do seminário, a professora Candida Maria Monteiro, do Departamento de Comunicação Social, explica como surgiu a ideia do colóquio e a importância do debate para a troca de experiência entre profissionais e alunos.

Como surgiu a ideia de fazer o seminário?

Candida Maria Monteiro: O seminário Inquietações é inspirado em um livro que será lançado no mesmo dia do encontro. Esse livro é sobre conversas durante 20 anos com meu marido, José Joffliy (cineasta), e são sobre arte, estética e como se configura um filme. Comecei a gravar o que conversávamos e transformei em várias entrevistas. Transcrevi tudo, e montei aquelas gravações, separando por assuntos. Temos diálogos que vêm desde a pré-produção, do argumento e da transformação daquela ideia em roteiro e, a partir daí, a confecção do filme. Seja documentário ou ficção, conversamos sobre como se levanta dinheiro para a pós-produção, a distribuição e a questão política de entrar nas salas de exibição. Trata-se, então, de todo o processo cinematográfico. José coloca as inquietações dele, mas fala de experiências pessoais e trata de um jeito de fazer cinema. Resolvi estender isso para outros realizadores, para que eles contem suas experiências. O colóquio surgiu a partir do que se debate no livro. Pretendemos ampliar as ideias, ampliar a história, não queremos só o jeito de fazer o cinema de um só realizador, mas ampliar para outros realizadores também.

Qual o objetivo do encontro?

Candida Maria: Será uma troca de experiências. Ele vai trazer o que cada aluno, artista e realizador convivem na vida prática. É uma troca dos artistas com os alunos. Pegamos o momento de grandes transformações do cinema, pois ele se transforma tanto na maneira que se consome como no modo de se fazer. O debate traz essas duas pontas, a inquietação desses dois momentos. Não coloco o termo inquietação como um problema, mas como algo que faz parte do artista, que vai para frente e que não se satisfaz com facilidade.

Como foi a escolha dos debatedores?

Candida Maria: Convivo com cinema há 30 anos. Os convidados são amigos que fiz durante esse tempo. Eles vêm prestigiar tanto o livro quanto a mim e ao meu marido. Os palestrantes vão falar sobre suas experiências e como eles conseguem resolver algumas questões.

Quais temas serão abordados no seminário?

Candida Maria: Configurei o seminário da seguinte maneira: chamei um artista veterano e um da nova geração, para eles cruzarem olhares e discutir. O seminário será organizando em cinco mesas temáticas durante a semana; Inquietações no Documentário Hoje, Inquietações na Montagem, Inquietações na Escritura de Roteiro, Inquietações na Direção, Inquietações na Produção, Distribuição e Política Audiovisual.