Mostra PUC de Cinema revela o traço desta geração
18 de maio de 2012 as 06:30
Como surgiu a parceria da PUC com o Centro Cultural Justiça Federal?
Marcelo Taranto – O fato de o diretor do Centro Cultural Justiça Federal ser o Sergio Motta, professor da PUC, ajudou muito. A ideia veio de um desejo de ambas as partes; tanto da Universidade, que deseja criar visibilidade para os filmes, quanto do Centro Cultural Justiça Federal, que quer agregar qualidade às suas mostras e exibições. Eu e o professor Mariani estamos trabalhando nesses projetos há algum tempo, e não queremos nossos nomes vinculados a algo que não tenha qualidade. Acredito que assim é criado, na direção do centro, um sentimento de coragem e incentivo para a realização de uma mostra com esse porte.
Qual é a importância da mostra para os alunos que têm os curtas exibidos?
José Mariani – No semestre passado e neste, os filmes dos alunos foram exibidos “intramuros”, apenas dentro da PUC, no RDC; e depois eles partem para festivais universitários e às vezes até internacionais. Com a mostra, pela primeira vez, um conjunto de filmes de alunos de Cinema da PUC será exibido para o público geral. Para o estudante, é uma realização porque o ciclo se completa quando o filme é exibido. O ciclo se completa de forma mais gratificante pra o jovem realizador.
Taranto – A visibilidade que o curta-metragem atinge, comercialmente falando, é muito pequena. Com os festivais e mostras, essa visibilidade tem a chance de aumentar. Funcionam como uma vitrine para o trabalho dos cineastas. Outro ponto é o reconhecimento para os alunos. Os curtas passaram por um processo de seleção, ou seja, ter sido escolhido para estar ali é fruto do trabalho dos alunos.
Qual foi o critério utilizado na seleção dos curtas?
Mariani – A unidade está presente no conjunto de filmes selecionados. Uma característica interessante é o fato de essa nova geração ter mais perguntas do que respostas. Ela não tem convicções fechadas, é uma geração aberta a muitos questionamentos; e que está em busca de respostas. Seu envolvimento com o cinema se dá de forma mais plural e aberta. Os filmes retratam esta diversidade temática e também de interesses e estilos. A mostra vai expor o traço da geração de jovens estudantes de Cinema, futuros cineastas.
Taranto – Quando assumi o Projeto II, os filmes eram extremamente amadores. Para chegar onde estamos, foi todo um processo evolutivo, não só de questões técnicas como de investimentos, a fim de aproximar os filmes do nível dos filmes profissionais. Os curtas da mostra são filmes com qualidade estética e de conteúdo, já ao ponto de se poder realizar a exibição para o público.