Nivelamento de Português
16 de outubro de 2013 as 06:30
As inscrições para o nivelamento de português serão encerradas no domingo, 20. Haverá duas provas: compreensão e produção de texto. Os alunos que tiverem nota menor que 6 em português e/ou em redação, no vestibular, deverão fazer a prova. O teste de compreensão de texto será formado por questões de múltipla escolha, às 15h30, e o de produção, de composição de parágrafos, às 17h30. O nivelamento será realizado no dia 8 de novembro. A Coordenadora Central de Graduação da PUC-Rio, Daniela Vargas, explicou como é a prova e o que os alunos precisam fazer.
O que levou a PUC a criar a prova?
Daniela Vargas: Isso foi resultado de uma avaliação que fizemos, em que percebemos que os alunos não estavam chegando ao fim do curso necessariamente com o domínio adequado da língua culta. Vimos uma falha na qualidade dos textos nas monografias e nos TCCs. Percebemos que havia essa necessidade de aplicar uma prova. Só existe uma nota mínima, que é a soma, a média da redação e da prova de português, e que não pode ser inferior a 3. Mas 3 é muito pouco. Eventualmente, isso é suficiente para ser aprovado no vestibular para alguns cursos, mas não é uma nota satisfatória de redação. É uma maneira de não impedir o acesso do aluno ao curso, mas de sinalizar que ele precisa, ao longo da graduação, aperfeiçoar o domínio de português. Às vezes, é problema de compreensão de texto e, às vezes, é de produção de texto. É uma prova unificada, aplicada a todos os alunos no mesmo dia e no mesmo horário. Ocorre uma vez por semestre, e o resultado sai antes do processo de renovação de matrícula.
Por que essa prova é importante?
Daniela: É importante não só para o rendimento acadêmico da Universidade, mas para o aluno que tem problema de compreensão de texto. Ele terá um aprendizado comprometido e vai ter problemas para entender o que é pedido nos enunciados de prova. O aluno acha que o professor está pedindo uma coisa, mas, na verdade, é outra. Pensamos muito na produção de texto no Jornalismo e no Direito, mas e em relatório de pesquisa? Na Química, por exemplo, os alunos têm que fazer um experimento e depois um relatório que seja compreensível. O relatório não é feito para ele. É uma anotação para uma pesquisa que vai ser lida por outras pessoas. Ter clareza na escrita é importante, inclusive, para as áreas técnicas. E, por isso, a prova de nivelamento. A PUC estabeleceu como padrão PUC média 6. Quem entrar pelo vestibular ou pelo Enem com uma nota abaixo de 6, terá que fazer a prova de nivelamento. É uma forma de sinalizar ao aluno que ele precisa trabalhar a linguagem.
Quais as dicas que você sugere aos estudantes?
Daniela: Neste ano, uma das demandas dos alunos foi a de ter acesso a modelos de questões de anos anteriores, e a equipe encarregada da prova vai deixar esses modelos disponíveis no site. O mais importante é fazer a prova com responsabilidade como qualquer outra. Acho que o grande problema da prova de nivelamento é, novamente, a dificuldade de o aluno entender a competência que está sendo pedida. O que estão querendo de mim com essa questão? Acho que muitos alunos acabam não conseguindo alcançar a nota esperada, porque eles não conseguem entender o que a prova está pedindo.
Quais os resultados que a prova de nivelamento já trouxe para a faculdade?
Daniela: Nós estamos ainda avaliando, porque isso é uma regra que surgiu no vestibular de 2009. Estamos concluindo o primeiro ciclo. Os primeiros alunos que passaram pelo nivelamento já se formaram ou estão em vias de se formar. Só agora teremos condição de fazer uma avaliação. O que está sendo feito é uma pesquisa com os departamentos para ver se há uma percepção de melhora na qualidade da escrita das monografias e dos trabalhos de conclusão, que eram as queixas dos professores. Os professores diziam que não é possível um aluno, no fim de uma graduação na PUC, tenha problemas na redação. Ele vai para o mercado de trabalho cometer uma série de erros de português e depois dizer que estudou na PUC. Vamos tentar corrigir antes que ele chegue ao fim do curso, porque é tarde demais.