Entrevista

Oficinas Valorização da Vida e do Bem-Estar Emocional

Por: Angelo Ye

Oficinas Valorização da Vida e do Bem-Estar Emocional

Renato Callado e Patricia Magacho: valorizam o acolhimento e a comunicação respeitosa. Foto: Mateus Monte

Alinhado com os objetivos da campanha Setembro Amarelo, o Programa Equilibrium da PUC-Rio vai promover oficinas durante oito dias – 4, 6, 11, 13, 18, 20, 25 e 27 – com o tema “Valorização da Vida e do Bem-Estar Emocional”. O propósito geral do programa é ajudar as pessoas a desenvolver habilidades e virtudes fundamentais, como o otimismo, a esperança, a autorregulação, a atenção plena e a gratidão. O Vice-Reitor Comunitário Interino, Renato Callado, e a Coordenadora do Programa Equilibrium, Patricia Magacho, contam que as oficinas oferecidas este ano são uma proposta de conteúdo reflexivo com prática e ressaltam como é importante o autoconhecimento para o nosso bem-estar emocional.

Quais são as atividades que vocês vão oferecer nas oficinas do Setembro Amarelo? Por que dividiram o processo em duas etapas?
Patricia Magacho:
Os temas das duas etapas das oficinas se referem à concepção do Equilibrium, um programa criado em 2018, com a finalidade maior de promoção da vida e manutenção do bem-estar. O objetivo geral do Equilibrium é ajudar as pessoas a desenvolver habilidades e virtudes fundamentais como o otimismo, a esperança, a autorregulação, a atenção plena e a gratidão. Entre as atividades oferecidas estão o Setembro Amarelo, a Semana da Felicidade PUC-Rio, a Atenção à Gentileza e outras ações para ajudar a desenvolver essas habilidades. As oficinas “Valorização da Vida e do Bem-estar Emocional” são uma proposta de conteúdo reflexivo com prática. Vamos lançar luz sobre a vida de forma mais refletida e abordar coisas simples, aplicáveis e editáveis por cada um, à sua maneira. Não existe receita pronta. A boa notícia é que, apesar dos desafios diários que todos enfrentamos, existem habilidades que podemos aprender para melhorar profundamente nosso estado mental e reduzir a ansiedade. Nesse sentido, o programa Equilibrium se direciona para conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, para promover o bem-estar e lançar atividades educativas e práticas para inspirar as pessoas e mantê-las motivadas a agir para criar mais felicidade para si e para o mundo ao redor.

Como podemos cultivar a escuta compreensiva e a empatia pelo outro, no corre-corre da vida?
Renato Callado:
Tanto o Equilibrium quanto o PSICOM, o esporte, a cultura, a equipe de assistentes sociais vêm trabalhando para ter uma escuta empática. Muitas vezes fazemos as tarefas no automático, sem perceber o que realmente estamos realizando, sem entender o processo e muito menos sem perceber o outro. Podemos simplesmente perguntar a um colega, professor ou funcionário que está ao nosso lado: “Oi, tudo bem? Posso ajudar em alguma coisa?” Atitudes simples, mas que fazem uma enorme diferença na vida de cada um. Saber que podemos contar com o outro nos fortalece, assim como nossas relações. Estamos alinhados e trabalhando com a Pastoral Universitária e com o Núcleo de Acolhimento Institucional para que os alunos possam ter um espaço para escuta e acolhimento.
Patricia: A verdadeira conexão se constrói com base numa abordagem orientada para o acolhimento e uma comunicação respeitosa e gentil que inclui empatia/autoempatia, compaixão/autocompaixão.

Qual a importância do autoconhecimento para o nosso bem-estar emocional?
Patricia:
Autoconhecimento é um tema profundo. É sobre um diálogo com o mundo interior que permite conhecer os nossos limites, os nossos recursos e forças pessoais e os nossos valores para vivermos melhor. O autoconhecimento nos ajuda a viver uma vida que faça sentido, que tenha significado. Lembrando a base da filosofia grega: “conhece-te a ti mesmo”. Toda curiosidade, toda a base do saber começa por esta questão.

Como manter o equilíbrio emocional em uma época de uso excessivo das mídias sociais?
Renato:
Antigamente, usava-se a expressão “comercial de margarina” para dar a falsa impressão de uma família perfeita. Hoje esse papel cabe às redes sociais nas quais postamos as melhores fotos, no lugar mais lindo, quando estamos felizes. Isso acontece? Sim, por diversas vezes, mas em tantas outras tentamos demonstrar à sociedade o que não somos, até porque somos “cobrados”. Outra frase que ouvi e acho interessante é: “a realidade é que não somos tão feios quanto a foto 3×4 nem tão bonitos quanto a foto do Facebook”. Mas me preocupa também a toxicidade das redes, a intolerância ao que não concordamos, as fake news que podem manchar a vida da pessoa ou até outras situações mais graves.