Projeto Inserção de Alunos de Pré-Vestibulares Comunitários comemora 20 anos com encontro
9 de maio de 2014 as 06:30
O projeto Inserção de Alunos de Pré-Vestibulares Comunitários do Departamento de Serviço Social comemora 20 anos. Para celebrar a data, haverá um encontro, na quarta-feira, 14, a partir das 17h30, no Auditório Padre José Anchieta, com o objetivo de analisar e lembrar essas duas décadas de trabalho. O Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, e o Decano do Centro de Ciências Sociais, Luiz Roberto Cunha, serão homenageados no encontro. A pedido do Reitor da época, padre Laércio Dias de Moura, S.J., a Vice-Reitoria Comunitária implantou o projeto na Universidade. Haverá ainda uma mesa de discussão com o tema Tráfico de Pessoas: uma antiga questão, um debate atual. Os professores Andréia Clapp e Antonio Carlos de Oliveira contam sobre o encontro.
Como surgiu a ideia do encontro?
Andréia Clapp: O programa de inclusão de alunos negros e da classe trabalhadora com Universidades começou em 94, e a primeira faculdade a receber esses estudantes foi a PUC. Isso surgiu de uma parceira da Universidade com o PVNC (Pré-Vestibular para Negros e Carentes). Essa união fez com que alunos aprovados no vestibular, que fizeram parte desse processo, conseguissem bolsa de 100% de desconto. O encontro é a comemoração dos 20 anos de início do projeto e também é a nossa celebração anual pelo Dia do Assistente Social. Nele, pretendemos homenagear as pessoas que fizeram parte dessa evolução. Depois disso, o professor Antonio vai coordenar a mesa de debate principal, que abordará o tema Tráfico de Pessoas.
Que balanço é possível fazer dos 20 anos de trabalho?
Andréia: O projeto cresceu muito, e acabou se desmembrando. A PUC passou a ter uma união mais efetiva com o PVNC e, assim, estabeleceu uma vinculação mais afetiva com outras organizações sociais. O processo de bolsas foi o primeiro dessa ação de política afirmativa. O segundo foi em 2005 com a criação do PROUNI , que foi um programa universitário que se transformou com a política pública, que regula a entrada desses alunos na Universidade.
Com relação ao tráfico de pessoas. Vocês têm alguma ideia futura?
Antonio Carlos de Oliveira: No Dia do Assistente Social sempre há uma homenagem para as pessoas que fazem alguma diferença com relação à questão social. E a cada ano realizamos uma mesa com debate mais teórico, contemporâneo, e que seja adequada à prática do assistente social pautada na sociedade. O tráfico de pessoas é uma questão muito antiga, mas que em termos de debate é muito nova. Não só no departamento mas em outras instituições existem pesquisas na área de estudos de gênero, na área de estudos da violência de diversos segmentos que são vulneráveis na sociedade, e a questão de tráfico de pessoas para fins sexuais, trabalho ou retirada de órgãos. Esse problema é uma questão muito presente e, coincidentemente, a Campanha da Fraternidade está discutindo sobre isso. Então resolvemos convergir as duas perspectivas, tanto da Campanha da Fraternidade como também as práticas das pesquisas para trazer essa discussão.
Como os homenageados foram selecionados?
Andréia: Nós selecionamos o Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, e o Decano de Ciências Sociais, professor Luiz Roberto Cunha, por causa da participação deles nesses 20 anos de projeto. Eles estiveram presentes na entrada dos primeiros alunos, também apoiaram o trabalho com discussões internas e discussões políticas. Poderíamos escolher outras pessoas que também contribuíram para o projeto, e optamos na escolha dos dois por causa de seu simbolismo, que serve para homenagear outras pessoas.