PUC-Rio promove XXVIII Semana de Meio Ambiente
Por: Luanna Lino
27 de maio de 2022 as 06:30
Fernando Walcacer e Tassio Campos. (Fotos: Amanda-Dutra e Reproducao TV-PUC-Rio)
O Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio (Nima) vai realizar nos dias 1 e 2 de junho, a XXVIII Semana de Meio Ambiente com o tema PUC-Rio + 30. A edição será de forma híbrida, com palestras virtuais e atividades no Auditório Junito Brandão, no campus Gávea. O objetivo é promover uma reflexão sobre avanços alcançados pela inclusão das questões socioambientais no ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico ao longo dos 30 anos que marcam o compromisso global da ONU, firmado em 1992, no Rio de Janeiro, na Rio 92. O encontro vai contar com a participação de Sérgio Besserman (SDSN Brasil) e dos professore Tacio Campos (NIMA), Fernando Walcacer (NIMA-JUR), Leticia Lima (JUMA/NIMA) e outros, além de contar com a participação do Reitor padre Josafá Carlos de Siqueira Campos S.J. Para participar será necessária inscrição prévia. Os alunos da Universidade que participarem dos dois dias de evento terão direito a 6 horas de atividade complementar. Inscreva-se: dia 1 e dia 2.
Desde a convenção Rio 92 quais foram as principais mudanças, boas e ruins, no cenário ambiental?
Tacio Campos: Os objetivos que foram traçados na Rio 92 são bem interessantes e bonitos, mas claramente não têm sido cumpridos, principalmente no Brasil. Eu acredito que avanços ocorreram, sem dúvidas. Nesse sentido, os palestrantes do primeiro dia da Semana do Meio Ambiente vão falar sobre. Existem relatórios bem atuais que mostram que nada do que foi proposto tem sido cumprido. Eu diria que, de um modo geral, a visão é pessimista, por mais que tenham tido alguns avanços.
Fernando Walcacer: No cenário mundial, o que aconteceu desde a Rio92 é que a grande crise ambiental que já se esboçava na época só se agravou. Tivemos, desde então, sucessivas reuniões das COPs (Conferência das Partes) que evidenciaram essa perda da biodiversidade e o aumento da crise climática; tivemos o compromisso dos países em diminuir a emissão de poluentes entre muitos outros; mas o fato é que essas questões sofreram um grande agravamento. No entanto, acho que houve um grande progresso em relação ao conhecimento que se tinha sobre essas questões, já que em 92 essa consciência ainda não era tão disseminada.
Levando em consideração os atuais hábitos da maioria das pessoas e a posição das grandes empresas em relação ao meio ambiente, quais medidas devem ser tomadas para frear a degeneração nos próximos anos?
Tacio Campos: O Brasil está muito bem no uso de energia limpa, e nosso país tem um potencial fortíssimo nessa área com o uso de energia hidráulica e álcool. É preciso ter recursos financeiros, não só estatal, mas também de empresas privadas, já que é preciso aumentar expressivamente o uso de energia solar e eólica. Impedir também a formação de aterros ilegais no Brasil e no mundo que geram muito gases poluentes.
Fernando Walcacer: O investimento nas chamadas energias verdes, solar e biomassa, por exemplo, é necessário para impedir um colapso do meio ambiente. Além de um maior cuidado para evitar gastos de energias no geral. A Ciência já conhece o caminho há muito tempo, basta que os governos realmente se empenhem para cumprir com isso, e acho que a guerra na Europa pode acelerar esse processo já que muitos países querem se ver livres da dependência desses combustíveis Russos. Ou o planeta caminha nesse sentido ou o futuro será tenebroso…
Pensando isoladamente no Campus da Gávea da PUC-Rio, quais são as principais dificuldades de implementar medidas sustentáveis na Universidade?
Tacio Campos: As principais dificuldades atualmente estão ligadas a necessidades financeiras já que existem inúmeras possibilidades de colocar em prática projetos muito interessantes. Mas para isso temos que buscar patrocínio em outras empresas, já que a PUC é uma universidade que não visa lucros e não tem dinheiro para sustentar todos esses projetos sozinha. Dou o exemplo de um projeto de alunos que buscam implementar postes à base de energia solar que permite que as pessoas usem tomadas sem gastar energia.
Fernando Walcacer: O padre Reitor é um grande entusiasta na questão ambiental e acho que a universidade sempre faz o que pode e está provando uma agenda socioambiental. Também tem investido na criação de cursos e disciplinas levando em conta a proteção do meio ambiente como a criação do NIMA. Mas ainda é difícil implementar medidas radicais como erradicar a entrada de plástico na universidade.