Entrevistas

PUC-Rio realiza Conferência Anual 2021 da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável

PUC-Rio realiza Conferência Anual 2021 da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável

Luiz Felipe Guanaes e Melissa Casacchi

Economia Circular: recuperação sustentável pós-pandemia é o tema da Conferência Anual 2021 da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN Brasil), que vai ser realizada nos dias 27, 28 e 29 de outubro. Sediado pela PUC-Rio desde 2019, o encontro tem como objetivo organizar as metas do desenvolvimento sustentável no Brasil. A conferência vai contar ainda com a presença de nomes importantes do mercado, como o professor Sérgio Besserman, líder do Conselho de Liderança da SDSN Brasil, para ampliar o diálogo com a academia. O diretor do Nima e coordenador da SDSN Brasil, professor Luiz Felipe Guanaes, e a assessora técnica do Nima, Melissa Casacchi, contam mais detalhes do evento deste ano.

O que é a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável no Brasil (SDSN Brasil)?
Luiz Felipe Guanaes e Melissa Casacchi:
A SDSN Global visa operacionalizar no mundo real os objetivos de desenvolvimento sustentável ODS da ONU. A SDSN Brasil organiza e dinamiza esses objetivos no contexto brasileiro e representa a união de membros com o objetivo comum de mobilizar conhecimentos técnicos e científicos da academia, da sociedade civil e do setor privado no apoio de soluções para problemas de desenvolvimento sustentável.

Qual a importância da parceria entre a PUC-Rio e a SDSN Brasil para a comunidade universitária?
Guanaes e Melissa:
A atualidade exige que busquemos soluções complexas e multidisciplinares para os grandes desafios contemporâneos que podem ser sintetizados nos 17 ODS defendidos pela ONU. Neste sentido o SDSN Brasil ser coordenado pela PUC-Rio estimula professores a trabalharem em temas mais transversais e interconectados, o que por capilaridade estimula e provoca o alunato a se engajar e contribuir para que tenhamos um futuro harmonioso para a casa comum.

O que é Economia Circular?
Guanaes e Melissa:
Numa perspectiva abrangente a relação entre a sociedade e a natureza se dinamiza e se constrói na dimensão econômica e suas enormes ramificações. Numa visão sistêmica o resultado de todo o processo deveria ser zero, não gere lixo ou perda de energia. Neste contexto a Economia Circular é um conceito que visa dissociar crescimento econômico do uso indiscriminado de recursos naturais e de impactos ambientais. A EC aborda a cadeia produtiva desde o design de produto até a implementação de modelos de negócios de serviços inovadores e colaborativos nos quais se exclui a ideia do resíduo descartado, este deve se tornar recurso em uma nova cadeia produtiva.

Como as práticas e diretrizes da Economia Circular podem ajudar a sociedade no cenário pós-pandemia?
Guanaes e Melissa:
A pandemia trouxe visibilidade para grandes questões da sociedade atual, entre elas a forma como utilizamos os recursos naturais. Foi colocado em xeque o modelo atual da relação homem x natureza como elementos distintos e não como partes de um mesmo ecossistema. A EC traz uma abordagem que busca equilibrar esta relação. Da mesma maneira que entende o desenvolvimento econômico como necessário para a humanidade, propõe que repensemos a forma como produzimos e que consumimos. Na natureza não há geração de resíduos, tudo acontece por meio de metabolismos cíclicos, há regeneração. Assim também devemos pensar nosso sistema industrial. Temos uma grande oportunidade de mudança neste momento pós-pandemia.

A conferência deste ano vai contar com nomes do mercado? Qual a importância do contato destes profissionais com a academia?
Guanaes e Melissa:
Sim. Um dos objetivos da rede é ampliar o diálogo entre a academia e o mercado; dar visibilidade para os resultados profícuos do trabalho conjunto destes dois segmentos. A indústria está passando por um período de grande transformação, por exemplo, a área de energias renováveis e a indústria metalúrgica. Estão sujeitos a uma clientela mais rigorosa e a mecanismos financeiros que requerem responsabilidade socioambiental corporativa. A pesquisa e a inovação tecnológica, em sua grande parte desenvolvidas dentro dos centros de pesquisa, são o caminho para alcançar este novo modelo. É fundamental, para desenvolvimento local, ampliarmos cada vez mais a relação indústria e academia.