Como ocorre atualmente na COP 28, o tema da transição energética se tornou um dos assuntos mais debatidos nos círculos acadêmicos, no governo e em foros empresariais. No entanto, de acordo com artigo elaborado por professores do Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC), o papel das cidades nesse processo vem sendo deixado de lado, ainda que elas respondam por cerca de 70% das emissões energéticas. A preocupação com esse “ponto cego” da transição energética levou a Prefeitura do Rio, a PUC-Rio e a ONU Habitat a assinarem uma carta de intenções com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento urbano sustentável nas cidades da América Latina, particularmente com foco no setor de energia. O PUC URGENTE conversou com o diretor do IEPUC, professor Eloi Fernández y Fernández, sobre o projeto e o seminário EnerCity – Rio: Capital da Transição Energética em Cidades – que será realizado no dia 28 de maio, das 9h às 13h, no Auditório do RDC, com a presença do prefeito Eduardo Paes. Inscrições no link.

Como surgiu a ideia do EnerCity e qual sua motivação?
Eloi Fernández y Fernández: Elkin Monsalve, representante regional da ONU Habitat, nos provocou no sentido de o IEPUC refletir sobre o tema, considerando a importância do setor de energia nos ambientes urbanos e suas consequências nas mudanças climáticas e territorialidade. Foi quando pensamos na questão do “ponto cego” da transição energética. Daí os desdobramentos subsequentes…

Como se deu a articulação com a Prefeitura e demais atores?
Eloi Fernández y Fernández: Criamos um grupo de trabalho com a Prefeitura tratando do tema. Foi elaborada uma carta de intenções entre SMDUE (Prefeitura), ONU Habitat, Invest Rio e IEPUC, em que foi estabelecida uma agenda de preocupações e ações. Uma das atividades era o seminário EnerCity.

Como o seminário foi organizado a partir dos diferentes temas?
Eloi Fernández y Fernández: Os temas refletem os assuntos mais relevantes do setor de energia, suas interações com o ambiente urbano e suas consequências nas mudanças climáticas, no modo de vida das pessoas, nos desafios e oportunidades das integrações das ofertas e demandas de energia nesse contexto, particularmente na complexidade do mundo moderno.

Qual o papel do IEPUC, e como o Instituto quer se afirmar como um importante agente da transição energética?
Eloi Fernández y Fernández: O IEPUC tem se posicionado, no contexto da transição energética, de forma ampla, abrangente e consistente, compreendendo a necessidade de diversificação das diferentes fontes de energia, com o objetivo de democratizar e descentralizar o acesso, através da melhoria da qualidade de vida das pessoas, observando, com seriedade, as consequências e os desdobramentos dos acontecimentos.