Entrevistas

Série da TV PUC-Rio apresenta reflexões sobre como é fazer cinema no Brasil

Por: Por Giulia Matos

Série da TV PUC-Rio apresenta reflexões sobre como é fazer cinema no Brasil

A editora-executiva da TV PUC-Rio, do núcleo de audiovisual do Comunicar, Marcia Antabi, conta como um grupo de estagiários se uniu para a produção da série Cinema Brasileiro: Rotas de Persistência. O projeto traz entrevistas com realizadores brasileiros de filmes de ficção e documentários sobre o processo de construção cinematográfica – argumento, roteiro, produção, montagem e distribuição. Durante a conversa com os entrevistados, também são abordados temas como a veiculação de produções durante a pandemia. A série estreia no dia 17 de março e terá um episódio exibido a cada semana.

Como surgiu a ideia de desenvolver a série?
Marcia Antabi:
A série surgiu a partir de uma proposta de quatro estagiários da TV PUC, três alunos de Cinema e um de Jornalismo – Maria Clara Vieira, Igor Lima Crespo, Vitor Meira e Vinícius Portella. No início, seria sobre os sete documentários brasileiros que entraram para a lista de elegíveis ao Oscar deste ano. Procuramos alguns dos diretores, que aceitaram participar da série. Após a segunda entrevista, uma nova lista de longas selecionados para a premiação foi divulgada, mas nenhum dos brasileiros entrou. Então, transformamos a série em entrevistas com realizadores de filmes brasileiros produzidos nos últimos anos e exibidos no circuito internacional. E o nome da série virou Cinema Brasileiro: Rotas de Persistência.

Quais objetivos a equipe pretende alcançar com este projeto?
Marcia Antabi:
O objetivo é trazer à tona a potência da cinematografia brasileira, mesmo com o atual desmembramento de políticas públicas culturais no Brasil. A ideia é transmitir para a Universidade estes depoimentos e filmes tão ricos, que trabalham com o pensamento e a História, além do entretenimento. Os temas abordados tratam de política, autobiografia, pandemia e questões de gênero. Um outro fator que acho importante na série é mostrar como estas narrativas, que foram produzidas antes ou durante a pandemia, trazem à tona temáticas sobre a ditadura, que ocorreram num passado recente e ainda são discutidas. É fundamental trabalharmos com tópicos que ainda não estão resolvidos.

Como foi a produção das entrevistas?
Marcia Antabi:
As entrevistas foram todas produzidas pelos estagiários, todos em casa, através da ferramenta de gravação StreamYard. Todos os estagiários envolvidos estavam presentes. Vinicius Portella fez as entrevistas, que foram bate-papos incríveis com os diretores, que duraram em média 60 minutos. Os tópicos envolviam desde o processo de idealização até questões de produção dos filmes. Os realizadores nos contam sobre os detalhes do processo de fazer cinema, sobre o que se encontra fora da tela.

Quem são os convidados?
Marcia Antabi
: Os convidados são os diretores André Di Mauro, de Protocolo da Morte (2020), Renato Terra e Ricardo Calil, de Narciso em Férias (2020), Diógenes Muniz, de Libelu – Abaixo a Ditadura (2020), Madiano Marcheti, de Madalena (2020), Toni Venturi e a co-diretora Val Gomes, de Dentro da Minha Pele (2020), e as diretoras Tali Yankelevich com o longa Meu Querido Supermercado (2019), e Carol Benjamin de Fico Te Devendo Uma Carta Sobre o Brasil (2019).

O resultado superou as expectativas?
Marcia Antabi:
Superou tanto que decidimos continuar a produzir a série. Entramos em contato com o sétimo documentário, e buscamos outros filmes recentes para participar. Como trabalhamos com a linguagem audiovisual, precisávamos não só entrevistar os realizadores, mas também ter acesso a uma boa quantidade de imagens de cada filme, e conseguimos fazer isso.