“Um encontro literário para a PUC e,da PUC, para o Rio de Janeiro”Ao longo da semana, ExpoLivro reúne autores, editores eacadêmicos para debater questões do mercado de livros
25 de agosto de 2025 as 06:30

Por Lucca Penante*
No ano em que celebra 25 anos de atuação, a Editora PUC-Rio realiza a ExpoLivro, evento literário que reúne no campus da Universidade mais de 30 autores, entre eles Aline Bei, Thalita Rebouças e Miriam Leitão. De 25 a 29 de agosto, a efervescência dos debates envolvendo escritores, representantes do mercado editorial, de instituições do setor e da academia ganha o Boulevard Cultural com uma programação que inclui painéis sobre inovação, diversidade e o futuro do segmento. Paralelamente, acontece a ExpoFeira, onde livros de diversos gêneros podem ser comprados com descontos a partir de 20%. O PUC Urgente conversou sobre o festival com os organizadores da ExpoLivro, Tatiana Helich e Felipe Gomberg. Tatiana é analista editorial e gestora de comunicação da Editora PUC-Rio, e Gomberg, professor do Departamento de Comunicação, é o atual presidente da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU) e coordenador da Editora PUC-Rio.
“Criamos um novo encontro literário. Um encontro literário para a PUC e, da PUC, para a cidade do Rio de Janeiro”, resume Gomberg, destacando que o Rio ganhou, este ano, o título de Capital Mundial do Livro.
Veja a programação completa da ExpoLivro no site oficial do evento.
*Sob supervisão das editoras
Qual é o objetivo da ExpoLivro?
Tatiana Helich: A cada semestre, percebemos um crescente interesse dos estudantes pelo mercado editorial. E não havia nenhum evento acadêmico literário que reunisse, de fato, a universidade e o mercado literário. A gente queria trazer um evento que unisse aquilo que é comentado na academia com o mercado literário e os editores, a partir de conversas e debates. Nosso evento é, portanto, focado nesse debate, na troca de ideias, com os próprios autores falando sobre os temas de seus trabalhos.
Felipe Gomberg: A ExpoLivro pretende não só trazer autores, mas promover um debate sobre as inovações do mercado editorial no ambiente universitário, ou seja, trazer para o ambiente universitário um debate sobre as inovações do setor. A Editora PUC-Rio completa 25 anos este ano, e nós entendemos que, no âmbito das comemorações, existe uma oportunidade de oferecer um espaço novo para debater as questões do mercado editorial.
O que muda da primeira para a segunda edição da ExpoLivro?
Felipe Gomberg: A primeira versão da Expolivro foi um piloto. Na época, em maio de 2024, sediamos a reunião anual da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu). Foi um evento de grande porte que, durante uma semana, reuniu cerca de 100 dos mais de 130 editores universitários brasileiros. Fomos para a Casa de Inovação, onde os editores participaram dos debates e assistiram a apresentação de cases editoriais de algumas editoras que aqui estiveram. Esse movimento é interessante porque, normalmente, as editoras universitárias não têm muito contato com as editoras comerciais. Percebemos que as discussões que as editoras comerciais propuseram foram acolhidas pelo ambiente universitário e que 2025 seria um ano especial por algumas razões. Primeiro, pelo legado daquele encontro aqui na Universidade. Depois, pelo fato de o Rio ter se candidatado e ganhado o título de Capital Mundial do Livro. E também, não menos importante, pelos 25 anos da Editora PUC-Rio. Entendemos que, ao unir essas três oportunidades, criamos um novo encontro literário. Um encontro literário para a PUC e, da PUC, para a cidade do Rio de Janeiro.
Qual é a importância de termos uma editora universitária?
Felipe Gomberg: A editora universitária é muito relevante em uma universidade que produz uma enormidade de conhecimento e pesquisa como a PUC-Rio. Ela é um canal para publicizar as pesquisas acadêmicas e científicas que são realizadas aqui. Quando você publica uma tese, está entregando o conteúdo a um banco de dados que se alimenta de trabalhos acadêmicos. Você vai lá, procura no Google, e acha a tese publicada em PDF. Mas, dessa forma, ela é restrita ao público acadêmico e à banca examinadora. Já o livro é o subproduto da pesquisa acadêmica, e busca atingir um público maior do que apenas aquele imediato da tese. A editora acadêmica facilita esse acesso a um texto que, eventualmente, ficaria circunscrito ao ambiente universitário, e amplia esse público.
Qual é o balanço geral após 25 anos de Editora PUC?
Felipe Gomberg: Os primeiros 17 anos estiveram sob a coordenação do professor Fernando Sá. Eu já o auxiliava desde o primeiro título publicado, e permaneci ao longo da sua gestão. Nesses primeiros anos, ele dizia que a editora seria um projeto de longo prazo, porque você não constrói e consolida um catálogo de livros da noite para o dia. É uma construção no sentido de mostrar o seu papel como editora. E agora, após 25 anos, o que podemos perceber? A ação desse trabalho, desse projeto editorial da PUC-Rio, já é visto como um projeto mais consolidado. Mas não basta. Não adianta consolidar um projeto de editora, temos que inovar sempre. Nesse sentido, a gente adotou um slogan para os nossos 25 anos: “Continuidade com inovação”. Estamos atentos para oferecer soluções e oportunidades ao autor acadêmico para que o livro chegue ao leitor. Afinal, o grande objetivo de toda editora é encontrar o público de determinado livro.
Quais são as perspectivas para o futuro da Editora PUC?
Tatiana Helich: É continuar consolidando o catálogo. Como o Felipe disse, é um projeto de consolidação, mas sempre com inovação. É continuar olhando para as tendências do mercado e tentando seguir essa inovação que o Fernando Sá começou lá atrás, com um projeto pioneiro aqui no Brasil de uma editora que se propôs a co-editar obras com outras editoras. Isso era inédito naquela época. Hoje, a gente pensa em outras formas de lidar com as questões atuais do mercado, por exemplo, novos formatos. Temos o crescimento do audiolivro, no âmbito das questões transmidiáticas. Acompanhamos as tendências e continuamos abertos, perpetuando o legado de uma editora que nasceu pioneira.