Entrevistas

Uma década de cultura conectada à natureza

Uma década de cultura conectada à natureza

Neste ano, o Intervalo Cultural completa uma década de existência. Para iniciar os festejos, haverá uma apresentação com o cantor de MPB João Bosco, na quarta-feira, 6, às 12h30, no Anfiteatro Junito Brandão. Organizado pela Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais (CACC), o Intervalo Cultural tem promovido uma programação cultural intensa, com apresentações de artistas como João Carlos Assis Brasil, Nilze Carvalho e Frejat, além de bate-papos conduzidos pelo músico e ator Luis Carlinhos, que é ex-aluno da PUC. O Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, e a coordenadora da CACC, Suzana Kerber, comentam como será a comemoração.

Como surgiu a ideia de trazer o cantor João Bosco para comemorar os dez anos de Intervalo Cultural?

Suzana:
 Nós paramos para avaliar o que tem sido o Intervalo nesses dez anos, e como poderíamos trazer alguém que seria a cara do Intervalo. Esperamos que a apresentação, de fato, marque essa data comemorativa. Queremos ter cada vez mais professores, funcionários e alunos curtindo esse espaço, que é conectado com a natureza.

O Intervalo Cultural cria um espaço de convivência e expressão cultural na PUC ou reforça esse ambiente?

Augusto Sampaio:
 O próprio Intervalo Cultural é um espaço irreversível, e a ideia é manter isso. Mas antes da criação da CACC, a PUC já era um centro de música popular e cultura. Muitos ex-alunos tornaram-se artistas importantes. Fundamos a CACC para organizar essas atividades. Mas o Intervalo não paralisa a Universidade: as aulas continuam o dia todo.

Suzana Kerber: A ideia inicial da Eloiza Macedo, que fundou a CACC com o professor Augusto e criou o Intervalo, era parar o campus.

Augusto: Há muitos anos, isso era possível. Quarta-feira era um dia de apresentação musical ou de recitar poemas. Já hoje, com a quantidade de aulas e pesquisas, todos os espaços da Universidade são utilizados o tempo todo. Apesar disso, a PUC precisa e quer ter esse espaço de entretenimento e de convivência. E a CACC tem feito isso com muito carinho e competência.

Como tem sido a receptividade da comunidade PUC?

Augusto: O bom do intervalo cultural é que ele integra: tem professor, funcionário, aluno e até pessoas de fora da PUC. E só não tem mais alunos por causa dos horários de aulas. De certo modo, é até bom, porque não teria espaço para tanta gente. Essa vocação da PUC para música e cultura sempre existiu, mas agora está de uma maneira mais adaptada e organizada às condições atuais da Universidade.

Suzana: A receptividade é muito boa. O intervalo começou em 2006 com uma apresentação nos pilotis. Quando eu vim para a CACC, tornamos o projeto mais frequente, como parte do cotidiano da Universidade. Hoje, ele ocorre toda primeira quarta-feira do mês, e o Luis Carlinhos foi o primeiro a se apresentar na nova versão do Intervalo. Resolvemos manter a parceria com ele, que hoje é o curador do Intervalo Cultural. Ele é quem faz o contato com as bandas e ajuda na seleção dos artistas que vão se apresentar na PUC. Ele tem colaborado muito para o sucesso do Intervalo.

Além dessa celebração com o João Bosco, há alguma programação especial para este ano?

Suzana: No ano passado, fizemos o concurso para criar um novo logotipo. O Intervalo Cultural celebra dez anos com uma cara nova e trazendo um músico que representa 40 anos de trajetória na MPB. Pretendemos manter a proposta do Intervalo de trazer músicos que são atuais. E ser atual, para nós, não significa estar na música há muitos anos ou há poucos anos. Vamos trazer novidades para a programação deste ano, não podemos ainda dar mais detalhes, mas compareçam.

Qual o balanço desses dez anos de Intervalo Cultural?

Augusto: O Intervalo propicia um momento de descontração da tensão da sala de aula e do trabalho, é entretenimento. Há a confraternização com o aluno, com o professor. E, convenhamos, é muito bom! O Intervalo Cultural faz parte da proposta da PUC de dar importância à cultura e à cultura musical. Você pode estudar história do Brasil só ouvindo música. Então, há ganho sim, e também faz bem para os ouvidos e para o coração.