Religião e Crise Socioambiental é o tema do VII Congresso ANPTECRE que ocorre de terça, 17, a sexta-feira, 20. Na programação, haverá fóruns, grupos de trabalho e sessões temáticas. Em entrevista, o diretor do Departamento de Teologia e coordenador do encontro, padre Waldecir Gonzaga, explica a escolha do tema deste ano e a organização das atividades que vão ocorrer em diferentes pontos do campus da Universidade. 

O que engloba o congresso e quem pode participar?

Padre Waldecir Gonzaga: O congresso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE)  começou em 2008 e ocorre de dois em dois anos. O encontro reúne pesquisadores docentes e discentes dos 21 programas de ciências da religião e teologia do território nacional, da área 44 da CAPES, que compreende a teologia e a ciência da religião.  Estamos contando com o apoio de quatro instituições: CAPES, CNPQ, FAPERJ e CESGRANRIO. É um evento da pós-graduação, mas será aberto para alunos e professores. Será necessário apresentar identificação na entrada.

Como foi escolhido o tema?

Padre Waldecir: A escolha do tema se dá juntamente com a presidência da ANPTECRE e os programas de ciências. O programa que vai sediar faz a sugestão, a partir dos pesquisadores, e é enviado para a Associação que recebe também outras sugestões. Mas leva-se em consideração o que o programa que vai sediar julgou necessário, em vista da realidade local, o tema proposto. O tema está no coração da nossa instituição, a PUC acredita e investe na questão da sustentabilidade no campus, cuidado com o meio ambiente.

Qual a importância do congresso?

Padre Waldecir: A ideia é, ao enxergar a Amazônia sendo devastada, geleiras sendo degeladas, água e ar sendo poluído, pobreza e fome aumentando, a miséria, a guerra, o tráfico, a milícia, a violência, a discriminação e a intolerância, por exemplo. É um ódio crescente no mundo e uma destruição da casa comum. A questão é: Que papel nós, enquanto homens e mulheres de fé, temos? Qual o papel da religião neste processo? Temos o aspecto ético e moral, mas da consciência religiosa. Estarão aqui universidades católicas e não-católicas, pessoas de todas as religiões e de todos os gêneros. Esperamos que os pesquisadores auxiliem a área a pensar um pouco do papel da religião diante da crise socioambiental que estamos enfrentando. Quais são as perspectivas da área e quais são os sinais de esperança.

Quem participará?

Padre Waldecir: Serão três congressistas principais. O doutor padre José Ivo Folman, do Observatório Jesuíta de Brasília, estará na abertura. No terceiro dia, teremos a presença da teóloga portuguesa professora Maria Isabel Varanda, da Universidade Católica Portuguesa, que vai falar sobre o estudo com a questão da pobreza, natureza e vai expor se, fora da natureza, nós podemos ter salvação. No encerramento, teremos a presença do jornalista e professor André Trigueiro, do Departamento de Comunicação Social. Ele estará falando como trabalha o tema socioambiental na comunicação e como pode nos ajudar a enxergar o cenário a partir da ótica de quem milita no meio e de quem trabalha em um meio de comunicação.

Como será a programação?

Padre Waldecir: Serão mais de 340 comunicações (Grupos de Trabalho e Sessões Temáticas), além das sete mesas de debate na parte da manhã. As atividades ocorrerão, em maioria, no Ginásio da Universidade. Mas também serão ocupadas salas de aula, os pilotis e o Auditório Padre José Anchieta. Teremos atividades recreativas no primeiro e no último dia. No primeiro dia, teremos a presença do coral Uma Só Voz, com cerca de 75 pessoas que estão ou já estiveram em situação de rua. No dia 19, após as comunicações, haverá um sarau no Anfiteatro Junito Brandão. No encerramento, teremos uma roda de samba como símbolo do carinho carioca.