Entrevistas

XXIV Semana do Meio Ambiente: A PUC-Rio e a Laudato Si’

XXIV Semana do Meio Ambiente: A PUC-Rio e a Laudato Si’

O professor Luiz Felipe Guanaes esclarece os objetivos do encontro. Foto: Thaiane Vieira

A XXIV edição da Semana do Meio Ambiente PUC-Rio ocorre de terça, 5, a quinta-feira, 7, em diversos pontos do campus. Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima), professor Luiz Felipe Guanaes, do Departamento de Geografia, ressalta o protagonismo dos alunos na edição deste ano, que terá como tema A PUC-Rio e a Laudato Si’. A semana é organizada pelo Nima, em parceria com a Pastoral Universitária e com o Departamento de Teologia. Veja a programação completa aqui.

Qual é o principal objetivo da XXIV Semana do Meio Ambiente?
A Semana tem o objetivo de sensibilizar o aluno, informando sobre as questões socioambientais de forma ampla. Neste ano, em específico, estamos dando enfoque à Laudato Si’, a encíclica papal que estabelece princípios de relações do homem com a natureza de uma forma equilibrada. A temática toda está envolvendo isso, como a Universidade vem aplicando a Laudato Si’. Ações que ocorrem dentro da Universidade em sincronia com a encíclica, e daí saem as parcerias. Estamos com parceria com a Cultura Religiosa (CRE), que se envolveu diretamente com a Laudato Si’ por meio da disciplina de Ética Socioambiental e Direitos Humanos. Estamos articulados com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que está agindo de forma bastante concreta ao implementar uma série de políticas de meio ambiente a partir da Pastoral de Meio Ambiente. Dentro da PUC, temos as ações do Nima, como Agenda Ambiental, que está sendo um processo participativo coletivo, e temos uma mesa sobre isso. A Laudato Si’ também estabelece um link com os católicos em relação à Amazônia, então temos também uma mesa sobre isso.

Como será o concurso dos projetos elaborados na disciplina de Ética Socioambiental e Direitos Humanos?
A Laudato Si’ é muito objetiva. O Papa fala da ideia do testemunho, de parar de falar e começar a fazer. Nesse sentido, a G2 desta disciplina, nos dois semestres do ano passado, foi feita em cima de percepções dos alunos sobre problemas ambientais da PUC e proposições para resolver esses problemas. Agora, esses projetos serão expostos nos pilotis da Ala Kennedy e haverá uma seleção dos três melhores projetos, e daremos um certificado para os melhores. Na medida do possível, também tentaremos implementá-los. A Laudato Si’ é uma pauta recorrente na Universidade.

Qual é a importância de trazê-la para o contato direto com os alunos?
A diferença é a integração. A relação entre o homem e a natureza é muito comprometida, e a Universidade é onde formamos pessoas. Temos feito várias campanhas, mas tentar trazer isso para o dia a dia das pessoas é a grande meta. Queremos sensibilizar os alunos com as disciplinas, com a Pastoral Universitária e com a Arquidiocese, por meio da Pastoral de Meio Ambiente. Queremos uma sensibilização mais capilar, para chegar ao aluno. Por isso, os eventos mais lúdicos, com os alunos como protagonistas. Será um momento em que os alunos terão outras leituras da Laudato Si’. O importante é ele se perceber como agente. O ponto não é radicalizar, é realmente conseguir fazer a coleta seletiva de lixo em casa, optar por uma carona solidária. A Semana não tem um teor acadêmico e científico. Ela tem um teor de sensibilização. O importante é toda essa articulação que está sendo feita. Porque vários entes da Universidade têm a mesma missão e, às vezes, têm a tendência natural a não se juntarem aos outros. A intenção é mostrar que estamos em uníssono.

Qual será o papel da parceria firmada com a Arquidiocese do Rio de Janeiro?
Há uma campanha da Arquidiocese do Rio de Janeiro em que a maioria das igrejas da cidade vai se transformar em centros de coleta de óleo. A ideia é que os padres sensibilizem os católicos e não católicos para que levem o óleo para tentar contribuir. É a ideia do testemunho. A Pastoral Universitária já faz isso há algum tempo e também está inserida nessa rede. Para além dos outros trabalhos que saem do óleo, como sabão e outras coisas, eles conseguem angariar fundos para um orfanato.