Entrevista

Despertar para a leitura

Despertar para a leitura

Marisa Moreira Espindola e Gilda Carvalho. Foto: Fernanda-Maia

O Destrava Línguas, programa de incentivo à leitura promovido pelo Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer), em parceria com a Superintendência de Recursos Humanos da Universidade, comemora dez anos de atividade em 2017. O curso faz parte do Programa de Desenvolvimento de Funcionários e, além de promover o interesse pelos livros, também tem como objetivo ampliar a visão de mundo dos alunos a partir de debates, visitas a exposições e programas fora do ambiente da sala de aula. A vice-diretora do iiLer, Gilda Carvalho, e a consultora de RH da PUC-Rio Marisa Moreira Espíndola relembram a história do programa e contam como será a comemoração de aniversário do curso, que ocorrerá na quarta-feira, 20, às 13h, no auditório do IAG.

O que é o Destrava Línguas?

Gilda: O Destrava foi, no começo, pensado para estimular e trazer o contato dos funcionários com a leitura, mas fomos percebendo que podíamos agregar a essa metodologia a parte de desenvolvimento da escrita e também provocar uma reflexão sobre o sentido do trabalho na vida dessas pessoas. Como estava inserido dentro de um programa de desenvolvimento do funcionário, era importante forçar a reflexão através da literatura, da arte, do que aquele funcionário está fazendo aqui, que instituição é essa na qual ele se insere, o que ele pretende da carreira, qual o sentido do trabalho para ele. Atualmente, encerramos o projeto com essa parte voltada para a reflexão do trabalho.

Como surgiu o projeto?

Marisa: Havia uma demanda de muitos funcionários para que houvesse algum curso de desenvolvimento para explorar a leitura e a escrita. A Tereza Milagres, que na época era coordenadora de desenvolvimento do RH, queria criar alguma coisa que pudesse despertar o interesse das pessoas pela leitura, porque, assim como eu, também acredita que para se escrever e se expressar bem, é preciso ler. Não queríamos oferecer só uma atividade de técnicas de redação, mas também algo que pudesse despertar esse interesse pela leitura. A Gilda viu uma oportunidade da Cátedra trabalhar com o RH e, a partir daí, nasceu o Destrava.

Qual o balanço que vocês fazem do projeto?

Marisa: Posso dizer que, a partir dos feedbacks que são feitos, as avaliações são muito positivas, tanto para o despertar para leitura quanto como o curso contribuiu para melhorar a escrita e até ajudou alguns com a redação do vestibular. A partir dessa atividade, nasceu também o Clube de Leitura, que tem o intuito de continuar esse incentivo. O Destrava não é feito só em sala. As turmas fazem passeios, visitam museus, exposições. Ele foi feito para criar uma leitura ampla do mundo, da vida, explorar a parte cultural e abrir o horizonte das pessoas, para que elas percebam que podem explorar muitas coisas dentro do contexto da formação da leitura.

Gilda: É bem comum a avalição do quanto esse programa ajudou a melhorar a fluência na comunicação, a compreensão de mundo. É como se abrisse portas. Os alunos percebem que podem frequentar determinados lugares. Um dos maiores indicativos do sucesso é quando eu vejo, em um evento que ocorre na PUC, ex-alunos do Destrava. Muitas vezes, o funcionário acha que aquilo ali é só para a comunidade acadêmica e não se sente parte daquilo. A partir do momento que ele vê que pode frequentar esses lugares, é como se ele entendesse que é dono da própria carreira, da vida, que tem o direito de ir a esses ambientes. Esse é o maior fruto do Destrava Línguas, a gente vê a pessoa se abrir para o mundo. Tentamos achar outro símbolo para o Destrava, mas sempre acabamos voltando para a flor pelo desabrochar. A pessoa percebe que tem mil caminhos na vida e pode decidir para qual irá.

Como será a comemoração?

Gilda: A ideia é reunir todo mundo que passou pelo Destrava em uma grande confraternização. Fizemos um vídeo com depoimentos de ex-alunos, professores e pessoas envolvidas. Teremos também uma exposição de materiais que fizeram parte desses dez anos, como os primeiros e-mails trocados que iniciaram o processo de criação do curso. A ideia é celebrar, marcar os dez anos, e não poderíamos deixar faltar o bolo para cantar parabéns.