Entrevista

Coleção de Shakespeare chega à Biblioteca

Coleção de Shakespeare chega à Biblioteca

Márcia Martins

Considerado um dos maiores escritores da literatura mundial, William Shakespeare estará presente na Biblioteca Central a partir de quinta-feira, 23, por meio de uma coleção dedicada exclusivamente às obras do autor e estudos críticos e teóricos sobre ele, organizada pela professora Márcia Martins, do Departamento de Letras. A especialista nas obras do escritor inglês reuniu cerca de 400 títulos que agora poderão ser consultados por toda a comunidade PUC. A professora explicou a importância de a PUC abrigar essa coleção e como ela poderá servir de ajuda a quem consultá-la. 

Como surgiu a ideia de reunir o acervo de Shakespeare na biblioteca?

Márcia Martins: A biblioteca da PUC já tinha no acervo um número bem grande de títulos, não só de, mas também sobre Shakespeare. A ideia da coleção nasceu quando terminei de fazer uma pesquisa muito longa sobre as traduções brasileiras da obra de Shakespeare. Percebi que tinha uma série de livros, tanto obras teóricas, quanto edições originais e traduzidas e procurei a biblioteca para fazer uma doação desses títulos. A biblioteca acolheu essa proposta imediatamente e conversamos sobre a possibilidade de fazer uma coleção separada. Em vez de os títulos estarem espalhados em diversas categorias, tudo estaria concentrado em só lugar. A coleção shakespeariana se junta a outras coleções já existentes e a ideia é que este setor seja ampliado.

Qual a importância de esta coleção shakespeariana estar na PUC?

Márcia: A importância dessa coleção é o fato de concentrar em um só espaço todo o acervo atual da biblioteca de obras de Shakespeare e sobre Shakespeare. O objetivo é facilitar aos interessados para que se possa consultar não só o acervo da biblioteca pela internet, mas também consultar a coleção shakespeariana, ir até lá e consultar os livros concentrados em um espaço só. A nossa expectativa também é que esse acervo aumente com outras doações. Já entrei em contato com algumas editoras que já até nos enviaram novas traduções lançadas, além das doações de professores do Departamento de Letras.

Como aproveitar ao máximo a coleção?

Márcia: Indo lá, lendo, aproveitando e desfrutando das obras de Shakespeare, tanto as originais, quanto as traduções, porque há uma grande gama disponível delas. Dificilmente haverá outra biblioteca com tanta variedade de edições traduzidas. Das 39 peças que Shakespeare escreveu, temos em português do Brasil 183 traduções publicadas. Dessas 183, muitas esgotaram ou desapareceram, mas há muitas edições que foram garimpadas por nós e quase todas estão lá, à disposição dos leitores.

Qual a importância de, em uma mesma coleção, haver muitas traduções disponíveis para uma mesma obra?

Márcia: A existência de várias traduções brasileiras de uma mesma peça pode significar, para o leitor, uma oportunidade de escolher, entre os diversos “Shakepeares” em português do Brasil, aquele com o qual tende a se identificar mais, que mais se aproxima do seu imaginário, que mais corresponde a sua ideia do autor e de sua obra. Nosso propósito é facilitar esta tarefa, possibilitando que os interessados em alguma das peças de Shakespeare saibam, de antemão, qual é o leque de opções disponíveis, levando a escolhas mais informadas e adequadas.

Como a senhora classificaria a importância de Shakespeare na literatura mundial?

Márcia: Shakespeare é um autor que é moderno até hoje. Ele é cada vez mais lido e encenado. A todo momento surgem novas teorias que releem e reinterpretam a obra dele. O autor é de uma riqueza imensa e que se presta a novas leituras e interpretações, a partir de novas abordagens teóricas que surgem. Também não se pode esquecer das adaptações para outros meios como cinema, balé, ópera, quadrinhos e até videogames. À medida que novos meios vão surgindo, revisita-se o mundo de Shakespeare.

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Serviço: como parte da inauguração da Coleção Shakespeariana na Biblioteca Central a professa emérita da UFRJ Marlene Soares dos Santos dará a palestra Shakespeare e a Leitura, na quinta-feira, 23, às 15h, na Sala 300-F.